Capítulo Seis

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Vi meu café todo ir parar no rosto de Bruce que estava ao meu lado, não estava acreditando no que ele estava me dizendo como Henry e Jane possa ter se casado assim, não conseguia me lembrar de mais nada depois que entrei no quarto com Bruce, forcei a mente tentando adivinhar onde as meninas se meteram depois que encontrei Bruce no hall do hotel.

Olhei para Kate que estava pasma do mesmo jeito, então uma confusão foi feita Roberts ria sem parar e Amy ainda distraída a seu café da manhã.

— Como? O que? — palavras incoerentes saiam da minha boca — O que houve depois que saímos da limousine?

— Bom... — Jane iniciou com um fio de voz — Encontrei esse... ele... no saguão do hotel, mas uns drinks e acordei casada. Simples.

— Ao menos consumaram o casamento ? — perguntou Roberts em um tom zombador.

Na realidade eu também estava curiosa para saber se consumaram o casamento, afinal pelo o que Jane contou sobre Henry com certeza devem ter consumado no melhor estilo selvagem. Envergonhada ela tomou um gole de café suspirando.

— Vou dar um jeito nisso, sou advogada posso resolver isso.

— Na realidade, você tem 24horas para pedir o divórcio — comentei como ninguém quer nada — Tem tudo na internet.

Sorri de forma gentil voltando a comer.

A volta para Nova York foi bem tranquila desta vez, todos estávamos de ressaca e com certeza meu noivo não estava animado para uma tradicional rapidinha na cabine.

Bruce trabalhava ao meu lado com empenho, ele tinha uma mania muito fofa de morder o lábio enquanto digita algo importante como sempre digo nunca me cansaria de olhar para aquele homem tão lindo.

— Para de olhar assim ou terá um orgasmo.

— Impossível quando seu noivo e um gato completo — completei mordendo meu dedo.

— Digo o mesmo... — Kate suspirou um pouco — Roberts recebeu uma proposta para se mudar.

Virei meu rosto para ela por completo, sua expressão era um enigma.

— Se mudar? para onde? — indaguei curiosa e com medo da resposta.

— Canadá.

— Sério? Nossa... e como vocês... — Kate suspirou coçando a testa — Eu... não sei, talvez devemos...

— Você pode se mudar para lá com ele — soltei de uma vez — Bruce estava pensando em abrir uma filial no Canadá mesmo. Você pode ser nossa correspondente por lá, o que acha?

Kate arregalou os olhos surpresa, abrir um sorriso de expectativa. Kate sempre achou que não sabia ou conhecia seu potencial para administração, de todas as pessoas naquela empresa Kate era de minha maior confiança foi quem esteve comigo todo o tempo, me apoiou e me deu a maior força para substituir meu avô, ela foi quem acreditou em mim quando eu mesma não acreditava, minha companheira. 

***

— Dourado! precisamos de dourado! — Dona Claire gritava com a cerimonialista pelo telefone — minha filha merece o melhor...

— Mamãe por favor... já disse não quero nada dourado — disse pela milésima vez — desliga esse telefone por favor.

Faltava algumas semanas para o casamento e Dona Claire estava me ajudando ou melhor organizando por conta própria os preparativos que estavam na pendência. Eu e Bruce decidimos nos casar na casa de campo dos seus pais, o lugar era um paraíso escondido e aquele jardim que sempre me tirava o fôlego só de lembrar, era realmente um jardim de conto de fadas que eu adorava. Passava horas desenhando naquele lugar calmo. Minha mãe desligou o telefone, e me encarou com aquele olhar já tão conhecido de quem não deveria contrária.

— Ray você só casa uma vez — começou seu discurso novamente — No meu casamento, não poupei esforços para ter o melhor.

— Mas não é você que vai se casar! — exclamei um pouco alterada — Você sabe o quanto eu odeio dourado, vou me casar durante o dia mãe!

— Mas e a festa? — ela disse com um fio de voz — desistiu ?

— Não mamãe... só não quero um carnaval.

— Tudo bem... que cor gosta? — ela me mostrou uma paleta de cores berrantes.

Soltei uma risadinha encarando as cores, vamos lá eu tinha que dar desconto a minha mãe era sua única filha que iria se casar posso entender o por que de tanto alvoroço assim para preparar uma festa afinal combinamos que eu iria cuidar da cerimônia e ela da festa.

Naquela tarde decidi dar uma volta no parque, depois do sequestro evitava bastante andar pelas ruas mas como Bruce obrigou Owen a fazer minha segurança para onde quer que eu fosse então tomei coragem e fui caminhar pelo parque. A tarde estava tranquila, algumas pessoas correndo fazendo seus exercícios e babás passeando com crianças mas algo me chamou a atenção perto da saída, uma rapazinho de cabelos compridos e o rosto sujo com roupas rasgadas vendia balas em uma caixa de sapato ninguém lhe dava atenção mas o pequeno insistia em vender ele deveria ter no mínimo 12 anos de idade mas o que me fez realmente congelar no lugar foi a cicatriz na bochecha, como se fosse uma queimadura de cigarro, fui me aproximando com cautela até que aqueles olhos azuis tristonhos me veio a mente.

Aquele era o garoto que me ajudou , ele tinha entregado a localização para Bruce naquela noite.

— Aceita uma bala moça? — ele parecia não me reconhecer olhei na caixa que continha poucas.

— Quanto custa está?— perguntei pegando uma.

— 1 dólar cada — ele mexeu na caixa revirada — está custa 2 dolar por ser mais docinha.

— Quero 5 dessa então — ele levantou os olhinhos brilhando parecia que era sua primeira venda naquele dia.

— Sério?

— Sim, aqui — tirei uma nota de 20 e entreguei a ele — Obrigada.

— Eu...eu.. conheço você.

Ensina-me - Felizes para sempre?Onde histórias criam vida. Descubra agora