Profano.
Latente.
Pulsante.
Sem fim, mas não infinito.É frio.
É extasiante.
É quente.
É quase agonizante.Está lá.
Mas aparentemente não está.Sinto e não sinto.
É confuso.
É imundo.
É escuro.Tento entender mas estou quase desistindo, penso e repenso, dou voltas e voltas nos mesmos momentos.
De nada adianta.
Não existe uma dúvida certa, muito menos uma resposta correta.
É algo, mas nada é.
Nunca foi.
Ou será que foi?
Não sei, ou será que sei?
Acredito que se eu baixase o som que me faz vibrar junto dele, se eu o tirasse de mim, minha sanidade talvez retorna-se.
É, talvez assim.
Mas não da pra ser de tal forma.
Não gosto de música baixa, e ele? Ele já esta quase surdo.
Repetimos as mesmas melodias como quem decora um discurso.
As letras repetitivas já são quase parte de nossas veias, percorrendo nossos corpos sem a menor intenção de nos deixar de mão.
É profundo.
Não á escudo.Não quero pensar nisso.
Não quero baixar o som, pois se isso eu fizer, sei que terei de parar de dançar de lá pra cá, e por fim terei de meditar.
Sobre ele.
Sobre mim.
Sobre não existir um nós.Sobre eu não saber se quero um 'nós'.
Deixa como ta.
Não precisa tentar decifrar.
É algo e nada é.
É tudo mas nunca foi.Sentimentalismo? Deixe-o para os poetas.
Contremos-nos no niilismo de nossas conversas confusas.
Não, não precisamos mudar, muito menos assumir.
Eles não tem que entender nada.
Deixa.
Vamos ficar por aqui.
Almenta o som.
Não desliga nada.Não quero pensar.
Não quero cogitar e muito menos te entender.Quebre os espelhos, apague as luzes, deixe o breu nos envolver.
Não, não precisamos nos ver.
Conheço tuas cores de cor.
Apague a luz.
Quebre todos os espelhos e vamos nos inventar.A velhice vai chegar e não precisamos nos nomear.
Vamos nos inventar.