07 - Ambíguo

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Parece que estou sempre a míngua.

Sempre pendente.
Sempre ausente.

Cambaleando entre a desistência e ambição.
A garra e o cansaço.
A dor e a satisfação.

Não sei.

É tudo muito ambíguo, não tenho forças para tentar entender o que sinto, ou o que tem me faltado.

Estou perdida, mas ao mesmo tempo estou no lugar certo.
Não penso em sair.
As vezes quero simplesmente sumir, porém não tenho para onde ir, e talvez eu nem mesmo queira sair ou sumir, penso em fugir.
Porém, não me movo.
Nem pisco.

Virei uma estátua de pedra;
Fria e morna se adaptando ao clima que lhe cerca, porém, sempre parada, sempre estática e imobilizada.

Já não dedicos meus dias a buscar me entender.

Satisfaso-me da dúvida e na simples existência de meu ser.

É tudo muito ambíguo.

Nem mesmo sei se quero compreender.

É difícil parar e se analisar.

É tudo errado.
É tudo certo.

Amo à todos.
Odeio tudo.

É ambíguo em toda sua plenitude, e seu compreedimento é deverás inútil.

Me contento em ser uma estátua, embora não goste de estar assim, sempre parada.

Me contento, pois é tudo que tenho, e que ainda sustento.

Perdição PoéticaOnde histórias criam vida. Descubra agora