Que venha o tédio, pra reclamar que eu sou monótono e chato.
Que venha o ócio, para me manter pendente e me fazer ciente, de minha inutilidade diante do universo.
Que venha o torpor, para me indicar o quanto minhas ações são fúteis.
Pois sim, venha a mim também a vaidade, para apontar o quão desclassificado sou, e quão grande é minha ausência de qualidades.
Todos vem, todos me julgam, embora nunca saberei ao certo se possuem alguma lógica ou razão.
As críticas e os erros fazem parte da humanidade, então seria de fato muita presunção, sequer pensar que estou acima de algo tão normal como o simples ato de falhar.
Fracasso, como você descreveria o fracasso?
Bom, eu também não faço idéia.
Às vezes me considero um.
Às vezes olho para os outros e vejo isso nos mesmos.
Fracasso, é impossível ser insento dele, e o máximo que se pode fazer é ignora-lo. Não irá resolver é claro, mas ajuda a não desistir das outras coisas que talvez possam dar certo.
É isso.
A vida é um ensaio do fracasso.
Um soneto rítmico de sonhos sendo quebrados.
Uma coreografia mal feita de um pesadelo sem noção.
Por que ainda vivo?
Também não entendo a razão.
Talvez eu goste do caos.
Talvez não tenha outra opção.
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