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E mais uma vez eu me pego agarrada a ela, Sua face ainda é a mesma.
São aqueles mesmos olhos negros, junto ao seu sorriso de lábios retorcidos.

É incrível rever coisas, notar como nada mudou, quando ao mesmo tempo tudo parece diferente, no sentido mais amplo da palavra.

Sinto falta de tudo, mas ao mesmo tempo não me vejo apegada a nada. Afinal, a decisão já foi tomada. Já não adianta cogitar ou desistir, não me resta mais nada por aqui.

Em breve tudo isso vai sumir, tenho certeza que sim. Então de que me adianta adiar, ou tentar impedir o fim inexorável de algo?

De que me adianta tentar fazer com que a chuva deixe de cair?

Posso pensar sobre isso a noite toda, dar voltas e voltas em cima das mesmas questões. Mas isso de nada adianta, a resposta e a situação continuam as mesmas, e tudo o que me resta é deixar a tal chuva cair.

Nada disso está sobre o meu controle, na realidade nunca esteve, e agora que finalmente aceitei isso, sinceramente, eu desisto.

Perdição PoéticaOnde histórias criam vida. Descubra agora