Capitulo 6

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Paco

Aurora ficou surpresa ao saber que eu era sobrinho do diretor do Hospital e por um instante ela ficou sem o que falar só olhava para nós dois. Raquel estava trazendo Lola e ela foi ao encontro das duas. Observei o gesto de carinho com que ela fez ao tocar os cabelos e o rosto da  pessoa que lhe criou. Senti ainda mais vontade de conhê-lá e desvendar a mulher que nos últimos dias não saia de meus pensamentos. Tio Oscar, discretamente perguntou se eu já tinha conversado com ela sobre Marcus. Na noite anterior, após sair do barzinho, eu e Lorenzo fomos a casa dele para uma visita rápida a tia Teresa e aproveitei para falar sobre Marcus com ele.

— Sim. Quando eu cheguei, ela estava chegando ao hospital. Aproveitei para me aproximar dela através da Lola. Suponho que foi essa senhora quem a criou.

— Foi ela sim. O que ela teve?

— Segundo o relato que Aurora fez a Raquel, ela teve tonturas — disse.

Nos calados quando elas se aproximaram. Tio oscar levantou e foi cumprimentar Lola.

— Quer dizer que foi preciso a senhora vir ao  hospital para conhecê-la — falou sorridente.

— Quando Aurora iniciou a Universidade, era a senhora que sempre ia pegá-la.

— Ela era muito jovem ,mas valeu a pena. Minha Aurora é uma grande médica — falou com orgulho nos olhos.

— Eu sei! Aurora é um exemplo de profissional.

A senhora agradeceu e quando Aurora se aproximou ela ficou calada.

— Lola... Você quer um café ou um suco?

— Um suco de laranja para mim e outro para o Jardel — respondeu

Aurora deu um meio sorriso para ela. Eu fiz questão de pegar o suco e Aurora quis me pagar, mas não deixei.

— Você não tem dinheiro para pagar esse suco — falei em tom de brincadeira.

Ela ficou sem entender.

— Isso foi uma gentileza e gentileza não tem preço — expliquei.

Olhei bem dentro dos seu olhos e notei que ela ficou surpresa.

— Da próxima você paga. — Sorri.

— Obrigado, meu rapaz. O suco está muito refrescante e não se preocupe com Aurora — disse Lola sorrindo.

— Lola, você hoje está impossível.
— Aurora estava envergonhada.

Comecei a rir da sinceridade de Lola e Aurora relaxou.

— Quando você terminar, Jardel vai levar você para casa. Francesca e Rafael vão passar o dia com vocês. E você Jardel,  está liberado, eu volto de táxi para casa.

— É só telefonar que venho lhe buscar — Jardel reinvindicou.

— Não precisa. Ligue para farmácia e compre as vitaminas de Lola.

Fiquei observando o carinho com que ela tratava os dois na hora que foram embora.

— Com a idade, eles viram  crianças novamente — falei.

— Verdade. Agora que sei que ela não tem nada grave fico mais tranquila. Quando estou em casa fico em cima dela para se alimentar. Na minha ausência Jardel é que faz esse papel.

Pela primeira vez estávamos conversando.

— Minha mãe também é assim, se esquece de fazer as refeições e, principalmente, agora que meu pai faleceu — falei emocionado.

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