Capítulo 12

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Aurora

Depois da habitual sessão de exercícios tomei meu banho e já desci pronta para ir para clínica.
Tomei meu café e me despedi de Lola e Francesca indo direto para a garagem encontrando o segurança que começaria no turno da manhã. Frank era um homem alto e musculoso com uma tatuagens a mostra no pescoço. Seus olhos eram castanho-claro como seus cabelos cortados no estilo militar, quase raspados. Tinha um rosto austero e estava vestido a paisana como eu exigi que fosse. Usava uma calça jens preta com camisa azul-escuro e uma jaqueta que provavelmente estava escondendo uma arma no coldre.
Ele me cumprimentou e eu me despedi de Jardel entrando logo em seguida no banco traseiro do meu carro.

O caminho para clínica foi silenciosa e quando estacionou próximo a calçada ele contornou o carro abrindo a porta para mim como acordado entre nós. Essa situação não me agradava, porém, eu iria cumprir as ordens dadas por Jardel ao pé da letra. Entrei na clínica e foi direto para meu consultório. O ar condicionado estava ligado deixando o ambiente agradável.  Sentei na minha mesa e fui logo abrindo meus e-mails e os respondendo. O telefone tocou e Silvia anunciou a presença do meu advogado. A lembrança das palavras de Paco de que o destino estava querendo nos unir me fez sorrir. Arthur é meu advogado desde que fui emancipada e sabe quase tudo da minha vida. Realmente era muita coincidência enorme ele ser tio de Paco. Ele me cumprimentou e eu indiquei a cadeira a frente da minha mesa para ele se sentar. Arthur era um homem de seus sessenta anos, cabelos grisalhos e olhos verdes no mesmo tom que os de Paco, se vestia muito elegante em seus ternos finos e bem cortados. Ele retirou um papel de sua pasta e deu-me para ler.

— Esse é seu extrato trimestral das ações do Banco.

Olhei para o papel e constatei que minha fortuna tinhas crescido mais. Olhei para ele assustada.

— Tudo isso? — Eu nunca tinha mexido na minhas ações.

— É tudo que está escrito aí. Tem quinze anos que você recebeu as ações e nunca mexeu.

— Como Fernando Gutiérrez administra o Banco de Madri e as filiais estando viajando para países diferentes a todo tempo?

Ele não estranhou eu chamar meu pai pelo nome. Sabia que há muito tempo o chamava assim.

— Ele não precisa está dentro do Banco para administrá-lo. Fernando faz reuniões por videoconferências, além de ter uma ótima equipe trabalhando para ele. Dirige tudo com mãos de ferro.

Eu assenti respirando fundo.

— E o que faço com todo esse dinheiro? — perguntei com sinceridade.

— Indico que fique assim mesmo. Não é seguro aplicar em outros investimentos.

Eu não sentia nenhuma satisfação em possuir aquele dinheiro.

— Eu conheci o seu sobrinho Paco — falei mundo o assunto.

Ele se recostou na cadeira e sorriu.

— É verdade! Vocês são colegas de trabalho. Ele da plantão no mesmo hospital que você trabalha. É um rapaz formidável de um caráter único. Ele é filho do meu irmão mais novo que faleceu a pouco tempo. Às vezes, eu penso que não é verdade... — sussurrou sua última frase.

— Meus sinceros sentimentos
— confortei-o, ou ao menos tentei. Pude notar que ele estava emocionado. — Arthur quero te avisar que já não trabalho mais no Hospital. Pedi demissão.

Relatei o ocorrido a ele, até porque sua firma de advocacia me representava.

— Aurora... Você deveria ter me chamado para irmos a delegacia e pedir uma ordem de restrição.

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