Aurora
Quando Paco me beijou eu amoleci em seus braços e ele segurou-me forte. O beijo começou lento com ele sugando meu lábio inferior e depois invadindo minha boca com sua língua, e eu sem muita experiência apenas segui os seus movimentos. Era tão gostoso o seu gosto! Uma de suas mãos segurou minha nunca com um pouco de pressão e a outra na minha coluna prendendo-me junto ao seu corpo másculo. Senti que estava exitado e eu não poderia dizer que as sensações comigo eram diferentes. Segurando forte seus bíceps senti um latejar entre minhas pernas e ao trocar o peso de uma perna para outro percebi que minhas partes íntimas estavam úmidas e até escorregadias. Eu poderia não ter experiência porém conhecia como funcionava a genitália feminina para saber que eu estava com lubrificação pela excitação do meu corpo.
Ele foi diminuindo a intensidade do beijo e encostou sua testa úmida de suor na minha. Ele arfava e dava para ouvir o seu coração batendo descompassado. Suas mãos alisou meus cabelos e desceram pelos meus braços. Seu toque fazia meu corpo extremecer.
Ele pôs suas mãos em meus rosto e me olhou profundamente com seus olhos verdes penetrantes. Percebi suas írises dilatadas e seu rosto vermelho de calor. Eu estava com vontade de tocá-lo, mas minha vergonha era maior que meu desejo.— Você é tão linda! — sussurrou. — Eu não tiro você da cabeça desde o dia em que nos esbarramos no corredor do hospital. Eu desejo você Aurora.
Ouvi-lo falar assim me fazia arrepiar, mas algo dentro de mim soou e eu me afastei.
— O que foi? Falei algo que desagradou você? — perguntou preocupado.
Olhei para ele é neguei. Como eu poderia explicar a ele que não conseguia me entregar assim como ele estava propondo? Eu desejava tanto estar com ele, porém, era difícil quebrar a sensação de estar me expondo, de me mostrar, simplesmente não conseguia falar de sentimentos.
— Você ficou chateada? Acha que estou indo muito rápido?
Coitado do Paco. Ele não sabia onde estava se metendo.
— Nao estou chateada Paco. Só não sei como fazer isso.
Ele franziu as sobrancelhas. Eu nunca tive medo da verdade, nunca fui adpta de mentira, falsidade, julgamento ou
críticas, coisas que eram normal para a maioria das pessoas. Mas a honestidade fazia parte de mim mesma e eu não achava errado, pelo contrário, era o correto ser assim.— Por favor, sente-se aqui. Tenho uma coisa para conversar com você — pedi.
Ele sentou em umas das cadeiras da varanda e eu me sentei ao seu lado. Mais calma, comecei a falar o que realmente era necessário ele saber.
— Paco... Não sou fácil de me abrir e falar de mim. Por isso eu peço que preste bem atenção no que vou falar, porque não sei se consigo repetir. Acho justo que você saiba de alguns detalhes da minha vida.
Olhei para ele e percebi que estava sério, mas prestava a atenção no que eu falava.
— Nunca namorei. Passei minha vida estudando e não tive tempo para pensar em me diverti. Não tive nenhuma experiência no campo sexual. Não quero que pense que não tenho definido meu gênero, sou mulher e nunca senti atração pelo mesmo sexo que eu. Apenas não vivi a vida, somente segui seu curso estudando, trabalhando, me dedicando aos meus projetos e aos meus amigos. Nunca parei para pensar em mim. Essa sou quem me tornei por motivos que não importa agora falar.
Calei-me sabendo que não conseguiria ir mais além dessas palavras. Uma dor se localizou no meu peito e pela primeira vez na minha vida senti pena de mim mesma. Não era fácil para mim admitir em voz alta tudo aquilo que eu pensava. Levantar todos os dias era continuar sobrevivendo as marcas deixada pela infância negligenciada. Isso era uma marca profunda que nunca saiu do meu coração.
Senti que estava sendo levantada por braços fortes e não relutei. Não sabia explicar, mas me sentia viva quando ele me tocava. Paco abraçou-me pela cintura e eu espalmei minhas mãos em seu peito e escondi meu rosto perto do seu coração podendo assim constatar que estava acelerado. Depois de alguns minutos ele me puxou para uma espreguiçadeira estofada e nos dois deitamos lado a lado. Seu braço estava por baixo da minha cabeça e a outra mão me fazia carinhos circulares no meu braço. Nós dois estávamos calados, mas havia uma energia que nos envolvia e foi por isso que me permiti ficar. O silêncio da noite foi cortada pela voz firme e segura de Paco.
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RomanceDISPONÍVEL NA AMAZON KINDLE. Sinopse Aurora Gutiérrez, desde cedo soube o significado da palavra Solidão. Filha de pais negligentes, foi criada por sua babá Lola, a única que vedadeiramente conhece Aurora. Estudante exemplar, logo cedo já sabia qua...