Capitulo 14

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Aurora

Quando Paco foi embora, fui direto para meu quarto com uma sensação de vazio. Era como se meu corpo estivesse querendo mais. Sentia algo que eu não sabia definir. Tomei banho fui para cama e depois de muito tempo adormeci.

Ao acordar, o vazio estava latente do mesmo modo de quando adormeci. Fui fazer meus exercícios como todos os dias, porém, desta vez, não tive paciência de ir até o final. Tomei um banho e me vesti. Desci para tomar o café da manhã já pensando nos compromissos do dia. Mesmo comendo, fui dando uma olhada na minha agenda mais foi em vão, eu só estava pensando no que tinha acontecido ontem a noite comigo e Paco. Nossas caricias e o desejo em nossas peles me fizeram rever alguns conceitos. Lola começou a falar portanto eu estava tão concentrada que não prestei atenção. Só despertei para a realidade quando ela tocou no meu braço e eu levantei meus olhos para vê-la .

- Você está bem? - perguntou preocupada.

- Estou - respondi olhando em outra direção.

Lola era mestre em ler as minhas reações e eu devia estar corada diante dela.

- Não parece, você está tão distraída - falou seria.

Lola talvez estivesse pensando que eu tinha ficado magoada com suas palavras. O que ela não sabis era que ela tinha razão e por isso iria me empenhar o máximo para mudar a minha vida. Deixei á agenda de lado e dei atenção a ela.

- Estou bem, Lola. Só estou com muitos compromissos para hoje, estou tentando focar neles. - respondi disfarçando novamente até dissipar meu rubor.

Depois de conversarmos sobre assuntos domésticos, coisa que fazíamos sempre aos domingos, me despedi e entrei no elevador indo para estacionamento do prédio. Como todos os dias Frank estava lá conversando com Jardel. Ele me cumprimentou e o correspondi. Sentada no banco traseiro, vi quando Frank contornou o carro para sentar no banco do motorista. Ele deu partida e fomos direto para a clínica.

Quando o carro estacionou eu não esperei Frank abrir a porta e desci. Foi um grande erro. Marcus estava com os olhos vidrados em mim, parado ali na calçada. Meu coração começou a bater descompassado quando ele começou a proferir palavras pesadas contra mim e gritar, intinidando-me.

- Sua filha da puta maldita! Está satisfeita? Fui demitido do hospital!

O que aconteceu depois foi tão rápido, que só me dei por conta quando ele estava no chão imobilizado por Frank. O segurança da clínica veio ajudá-lo e eu fui levada para dentro do prédio por Silvia. A recepção estava vazia, ainda era muito cedo. Ela me levou para sala de repouso e me trouxe um copo d'água que tomei um gole. Eu ainda estava em choque e trêmula. Atordoada, perguntei se chamaram a polícia. Eu não queria que esse episódio caísse nas mãos de algum reporter de segunda, que geralmente ficam a espreita na porta da delegacia. Se isso caísse na mídia, Sr. e Sra. Gutiérrez não iria gostar e com certeza entraria em contato comigo e isso era única coisa do mundo que eu não queria. Ainda trêmula, me levantei e fui até a recepção tentar falar com Frank mas já era tarde demais, uma viatura da polícia já estava estacionada em frente da clínica colocando Marcus algemado no banco traseiro. Vi Frank conversando com um policial. Não teve outra saída a não ser responder às perguntas que o policial me fez. Na realidade, eu não sabia nada de Marcus nem o verdadeiro motivo dele me odiar, entretanto, a partir dali eu iria procurar saber tudo de sua vida.

Depois que o policial saiu, liguei para Arthur e contei o que aconteceu e ele me chamou atenção por não ter ligado para ele imediatamente. Eu pedi a ele que cuidasse de tudo. O escritório dele me representa em todas as áreas das leis. Frank falou comigo e pediu que eu cumprisse o protocolo de segurança. Na verdade, eu fui negligente.

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