capítulo 7

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Aurora

Quando Paco deu partida no carro eu fiquei parada na calçada sem ação sentindo ainda a sensação de seu beijo no meu rosto. Sentimentos que nunca pensei que poderia aconteceria comigo estavam aflorando. Confesso que gostei e queria mais. As portas do elevador se abriram no Hall da cobertura e eu não imaginava encontrar Sofi com um sorriso de canto a canto. Seus olhos eram de pura curiosidade, tinha certeza que ela estava na varanda e me viu como Paco se despediu, já que meu prédio só tem seis andares.

— Oi — falei.

— Uauuu! As coisas andam evoluído. Quem é aquele gato que te beijou?

Revirei meus olhos.

— Um colega de trabalho que me deu uma carona. Satisfeita? — perguntei um pouco ríspida.

— Hum...

Caminhei a procura de Lola e fui encontrá-la em uma conversa animada com Francesca na sala de TV.

— Como você está se sentindo Lola? — perguntei interrompendo a conversa.

— Estou muito bem minha, querida.

Verifiquei o pulsação dela e estava normal.

— Você vai me prometer que vai ficar quieta e se alimentar no horário, Okay? — falei séria.

— Você está se preocupando de mais. Já falei que estou bem,foi um mal estar passageiro.

— Seus exames deram que a ferrintina está abaixo do normal e isso quer dizer que você está com deficiência de ferro. Por isso que estou orientando você para descansar e fazer as refeições adequadas — expliquei calmamente.

— Não se preocupe, Aurora. Vou ficar aqui para garantir que ela cumpra tudo direitinho — falou Francesca.

Agradeci. Despedi-me delas e fui para meu quarto, na subida da escada Sofi me abordou.

— Você não está bem, eu sinto isso — falou séria.

Assenti e chamei para que nós duas conversasse no meu quarto. Depois do banho tomei uma aspirina para dor de cabeça que sentia e sentei na poltrona ao lado dela. Contei sobre a pauta da reunião e da preocupação de todos em relação ao comportamento de Marcus a meu respeito e também da sugestão de Paco para que eu contratasse  um segurança particular. Também relatei sobre a minha demissão.

— Você sabe que pode contar comigo — disse ela segurando minha mão em sinal de apoio.

— Eu sei Sofi. Só tenho você como amiga.

— O que decidiu? Vai contratar um segurança? — perguntou preocupada.

— Vou falar com a empresa que faz a segurança da clínica.
Só não quero que Lola saiba o verdadeiro motivo da contratação.

— Como vai explicar a ela a presença de um segurança agora, quando você nunca quiz ter um?

— Vou falar que agora vou passar mais tempo no laboratório e preciso de um segurança para me escoltar até chegar em casa.

— Dessa forma ela vai até ficar mais tranquila — concordou.

Conversamos sobre outros assuntos, entretanto, meus pensamentos estavam longe.
Descemos para fazer um lanche, eu não tinha almoçado e  estava com fome. Ficar com Sofi é distração certa. À noite ela e Rafael foram embora e eu fui para meu quarto. Francesca ficou  para fazer companhia a Lola.
Organizei a pasta com todos os documentos e relatórios da paciente e aproveitei para mandar um e-mail ao Paco com todos os dados do desenvolvimento dos gêmeos. Um toc no celular me despertou, quando olhei era uma mensagem de Paco.

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