Aurora
Quando Paco deu partida no carro eu fiquei parada na calçada sem ação sentindo ainda a sensação de seu beijo no meu rosto. Sentimentos que nunca pensei que poderia aconteceria comigo estavam aflorando. Confesso que gostei e queria mais. As portas do elevador se abriram no Hall da cobertura e eu não imaginava encontrar Sofi com um sorriso de canto a canto. Seus olhos eram de pura curiosidade, tinha certeza que ela estava na varanda e me viu como Paco se despediu, já que meu prédio só tem seis andares.
— Oi — falei.
— Uauuu! As coisas andam evoluído. Quem é aquele gato que te beijou?
Revirei meus olhos.
— Um colega de trabalho que me deu uma carona. Satisfeita? — perguntei um pouco ríspida.
— Hum...
Caminhei a procura de Lola e fui encontrá-la em uma conversa animada com Francesca na sala de TV.
— Como você está se sentindo Lola? — perguntei interrompendo a conversa.
— Estou muito bem minha, querida.
Verifiquei o pulsação dela e estava normal.
— Você vai me prometer que vai ficar quieta e se alimentar no horário, Okay? — falei séria.
— Você está se preocupando de mais. Já falei que estou bem,foi um mal estar passageiro.
— Seus exames deram que a ferrintina está abaixo do normal e isso quer dizer que você está com deficiência de ferro. Por isso que estou orientando você para descansar e fazer as refeições adequadas — expliquei calmamente.
— Não se preocupe, Aurora. Vou ficar aqui para garantir que ela cumpra tudo direitinho — falou Francesca.
Agradeci. Despedi-me delas e fui para meu quarto, na subida da escada Sofi me abordou.
— Você não está bem, eu sinto isso — falou séria.
Assenti e chamei para que nós duas conversasse no meu quarto. Depois do banho tomei uma aspirina para dor de cabeça que sentia e sentei na poltrona ao lado dela. Contei sobre a pauta da reunião e da preocupação de todos em relação ao comportamento de Marcus a meu respeito e também da sugestão de Paco para que eu contratasse um segurança particular. Também relatei sobre a minha demissão.
— Você sabe que pode contar comigo — disse ela segurando minha mão em sinal de apoio.
— Eu sei Sofi. Só tenho você como amiga.
— O que decidiu? Vai contratar um segurança? — perguntou preocupada.
— Vou falar com a empresa que faz a segurança da clínica.
Só não quero que Lola saiba o verdadeiro motivo da contratação.— Como vai explicar a ela a presença de um segurança agora, quando você nunca quiz ter um?
— Vou falar que agora vou passar mais tempo no laboratório e preciso de um segurança para me escoltar até chegar em casa.
— Dessa forma ela vai até ficar mais tranquila — concordou.
Conversamos sobre outros assuntos, entretanto, meus pensamentos estavam longe.
Descemos para fazer um lanche, eu não tinha almoçado e estava com fome. Ficar com Sofi é distração certa. À noite ela e Rafael foram embora e eu fui para meu quarto. Francesca ficou para fazer companhia a Lola.
Organizei a pasta com todos os documentos e relatórios da paciente e aproveitei para mandar um e-mail ao Paco com todos os dados do desenvolvimento dos gêmeos. Um toc no celular me despertou, quando olhei era uma mensagem de Paco.
VOCÊ ESTÁ LENDO
...
RomanceDISPONÍVEL NA AMAZON KINDLE. Sinopse Aurora Gutiérrez, desde cedo soube o significado da palavra Solidão. Filha de pais negligentes, foi criada por sua babá Lola, a única que vedadeiramente conhece Aurora. Estudante exemplar, logo cedo já sabia qua...