C A P Í T U L O 11

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CAPÍTULO ONZE

No dia seguinte, acordamos às sete da manhã com o despertador tocando. Pode parecer irônico, mas senti falta. Sorri e após me espreguiçar levantei da cama, ouvindo Carol resmungando e escondendo o rosto embaixo do travesseiro.

Bruna se retirou do quarto em silêncio para fazer seus afazeres, assim como Lunna, que apenas ajeitou o cabelo, vestiu o uniforme de qualquer maneira e saiu do quarto, deixando-nos a sós.

— Essa tal de Lunna, definitivamente, é muito esquisita! – Carol comentou após a moça sair do quarto.

— Acho que todo mundo desse colégio é esquisito, Carol... – falei enquanto ajeitava a minha cama.

Percebi que enquanto tomávamos café no refeitório, a maioria das pessoas me olhava surpresas. Ás vezes até ouvia algum cochicho, mas realmente era de se espantar que depois de algo tão grave eu estava ali outra vez.

*.*.*

Era final de tarde quando voltava para o meu quarto e me deparei com uma enorme caixa de papelão na porta do dormitório endereçada a mim. Era minha mãe que havia mandado minhas coisas como o prometido.

*.*.*

E assim, os dias seguiram-se normalmente. Não tive oportunidade de conversar com Helena outra vez ou a vi novamente depois que havia regressado para o colégio. Salvo na missa de sexta-feira à noite, em que a vi acompanhada de Oscar. Olhava para a mulher o tempo inteiro, mas ela não ousou retribuir em nenhum momento, ao contrário de Oscar, que sorriu e me acenou discretamente e eu, por educação, mas talvez por medo de despertar desconfianças, retribui apenas o aceno, voltando minha atenção para as palavras que eram proferidas pelo padre.

*.*.*

— Ah, Carol, não consigo entender! — comentei com minha amiga enquanto andávamos pelo pátio após a missa. Estávamos sem a companhia de André, pois ele se encontrava gripado.

— Você queria que ela te olhasse com o marido secando ela o tempo todo, Beth?

— Ué, mas ela sempre fez isso!

— Você não disse que daria um tempo? — concordei. — Relaxa garota! Helena não colocaria tudo a perder assim...

Suspirei e embora Ana Carolina tivesse razão, ainda estava irritada por estar sendo tratada daquela maneira por Helena. Por que ela estava fazendo aquilo comigo?

*.*.*

Os dias se transcorreram e estava cada vez mais difícil falar com Helena. Em suas aulas ela já não ousava trocar olhares comigo. Agia como se eu não estivesse ali e aquilo me despedaçava por dentro.

Completaria um mês que havia voltado para o colégio e desde então não havíamos nos falado direito e isso me fez pensar se havia sido certo em voltar para o internato, se eu não havia sido apenas um passatempo ou uma espécie de fuga para Helena.

Por vezes, pensava na possibilidade de procurá-la na diretoria, mas tinha medo de que se recusasse a me atender. Cogitei a possibilidade de ir a sua casa, mas eu poderia ser recebida por seu marido.

Mais uma vez, o melhor era dar tempo ao tempo. Mas isso é tão complicado, pois o tempo parece correr devagar. E se passa rápido, nada parece mudar.

Recordo-me que quando chegavam os domingos em que os passeios no centro da cidade eram liberados após o almoço, ficava eufórica, correndo para olhar a lista para ver se minha mãe havia liberado minha saída, mas sempre voltava frustrada para o quarto, já que meu nome não estava por lá. Quando telefonava para minha mãe e tocávamos nesse assunto, a sua justificativa era o medo de que eu encontrasse com Nicolas, pois o menino poderia estar solto, a espreita de qualquer deslize para me dar uma lição.

Mudança De Planos (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora