C A P Í T U L O 20

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CAPÍTULO VINTE

Após o feriado, retornei para o colégio em um domingo a noite. Havia alguns alunos chegando, carros estacionando a todo o instante e pessoas andando de um lado para o outro, conversando sobre as novidades daquele feriado, ao qual passei trancafiada dentro do quarto de hospedes da casa do meu pai, pensando na diretora Helena.

No dormitório, estava cabisbaixa enquanto subia às escadas pensando na carta que Helena havia me escrito, senti um solavanco violento em meus ombros, fazendo com que me desequilibrasse e por muito pouco, caso não houvesse segurado no corrimão, teria levado um tombo. Era Bruna quem havia esbarrado em mim. E lá estava ela, com os fones plugados aos ouvidos e um sorrisinho irônico no rosto enquanto descia o restante dos degraus.

Ela ficou me encarando com aquele sorriso estranho por alguns segundos e em seguida partiu para o campus. Suspirei e continuei subindo até o terceiro andar do prédio.

Ao adentrar o quarto, Carolina estava retirando as roupas sujas que estavam em uma sacola e despejando-as no cestinho que estava embaixo da cama.

— Como foi o feriado? – ela indagou sorridente. — Você está com uma carinha legal, amiga...

— Foi bom. Deu pra pensar um pouco nessas coisas que estão rolando, entende? — ela concordou com um aceno. — E o seu?

— Ah, fui para a praia com minha família — disse sorrindo e analisei sua pele que agora assumia um tom mais bronzeado. — Mas uma coisa me deixou curiosa pra caralho nesse feriado...

Dei um sorrisinho.

— Ué, o que foi?

— E aquele envelope lá? O que tinha nele? — referiu-se a carta que Helena havia me entregado.

Estávamos apenas nós duas no quarto. Não havia nenhum sinal de Lunna, a não ser a mala jogada sobre a cama desarrumada.

— Hã... — titubeei. Percebei que meu rosto estava enrubescendo. — Era uma carta da dita cuja — suspirei em seguida.

— Carta? Uau, Helena sempre arrumando uma maneira de me surpreender! – exclamou maravilhada.

E foi então que entreguei a carta para Carolina. À medida que a garota lia, erguia as sobrancelhas e suspirava baixinho.

— Que carta linda, cara!

— Ah, sabe?! Eu estive pensando nas coisas que você me falou... Você tem razão! Consegui entender um pouco o lado de Helena, mas não quer dizer que eu a perdoo totalmente, entende?

— Você pensa em... Sei lá... Voltar o lance com ela?

— Hum... — franzi os lábios. — Vou deixar ela me conquistar. Ainda sinto muitos sentimentos por ela e se algum dia a gente ficar juntas, espero que seja longe dessa confusão aqui da escola...

Ela nada disse, apenas balançou a cabeça, concordando com o que eu havia dito. Iríamos voltar aos nossos afazeres, quando a porta se abriu. Era Lunna. Seus olhos faiscavam revelando a maldade presente neles. Ela nos fulminou com curiosidade e percebi que parou o olhar sobre a minha cama, local onde a carta de Helena estava.

Sentei sobre a cama, enquanto ela analisava atentamente e dobrei a folha, enfiando-a no envelope e guardando dentro da mochila.

— O que vocês estão aprontando? – ela indagou desconfiada.

Carol repuxou os lábios e revirou os olhos, impaciente. Ela detestava Lunna.

— Aí, porra, cuida da sua vida, Lunna! — Carol exclamou de maneira hostil, recolhendo o cestinho de roupas sujas.

Mudança De Planos (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora