capítulo 1.

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Theresa.

Finalmente estou voltando para Nova Iorque, fui ao Canadá para fazer uma sessão de fotos, não que eu não goste ou esteja reclamando, muito pelo contrário: eu amo modelar! Mas eu fico tão cansada que às vezes da vontade de desistir, mas eu lembro que se não modelar vou ter que viver com meus pais para o resto da vida, o que não me parece uma boa ideia, já que eles regram praticamente tudo o que faço. Tenho 19 anos e nunca fui em uma balada, sempre foi meu sonho! Mas meus pais sempre falam: "para quê ir para festas se você pode ficar em casa conosco? Muito mais seguro", e mais chato também. Eu amo meus pais, amo mesmo, mas eles amam meu irmão muito mais do que me amam, e disso eu não duvido. Meu irmão sempre sai, talvez seja porque ele é homem e minha família é extremamente machista.

Saio dos meus pensamentos com minha família quando escuto o piloto dizendo que vamos pousar agora.

Respiro fundo e me encosto na janela, eu tenho ansiedade e não gosto nem um pouco de aviões. De verdade? Prefiro mil vezes passar três dias em um carro viajando do que viajar em um avião por três horas.

Agradeço a Deus e mais todos os anjos e deuses de todas as religiões que conheço quando finalmente pousamos. Saio do avião praticamente correndo e vou até o desembarque. Coloco meu óculos na cabeça enquanto espero minhas malas. Agradeço a um homem que me ajuda com um sorriso e arrasto minhas malas até a saída, vendo meu motorista me esperando. Sorrio e vou até ele.

— Olá, senhorita Theresa, como foi a viagem?

— Mais ou menos, o senhor sabe como me sinto em relação à aviões. Pelo menos dessa vez não houveram turbulências. –ajudo-o a levar minhas coisas até o carro e ele me agradece. Entro no banco de passageiro– e o senhor, como vai?

— Tudo bem. Vou ter minhas férias daqui a uma semana. Vou ver meus filhos em Nova Jersey, estou morrendo de saudades deles!

— Eu imagino. Eles são crianças ainda, certo?

— Que nada! O mais novo já está com seus 15 anos, acredita?

— Como passa rápido! Lembro de brincar com sua filha quando éramos mais novas

Fomos conversando por todo o caminho. Anthony já deve ter seus 50 anos, trabalha com minha família desde que eu me conheço por gente, sempre foi muito atencioso e eu tento ao máximo ser muito educada com ele, já que ele mora aqui sozinho apenas para continuar a trabalhar conosco.

Assim que chegamos em casa, o segurança sobe na frente com minhas malas e eu vou direto para a cozinha falar com Marie, a cozinheira. Mas para mim, ela é muito mais do que isso. Ela que me criou, já que meus pais estão sempre muito ocupados. Quando eu era criança, até a chamava de mãe, mas parei depois de a mulher que me pariu me bater com um cinto quando escutou.

— Ma! Estava morrendo de saudades. –praticamente pulo em cima dela e a abraço, ela é bem gordinha e um pouco mais baixa que eu, não que eu seja uma gigante, apesar de eu modelar, sou muito baixa, tenho um problema nos ossos e só cresci até 1.55.

— Oi, menina! Também estava com muitas saudades de você aqui, só bagunçando. –riu e deu um beijo na minha bochecha, eu fiz careta.

— Sabe o que devíamos fazer para comemorar minha volta? Um bolo de chocolate!

— Ai meu deus, viu. Já chega assim?

— Poxa, Ma. Você faz bullying comigo.

—Pare de drama, Theresa! –ela riu– Vai tomar banho que eu mesma faço.

—Por isso que eu te amo, Ma.

Dou um beijo na bochecha dela e vou em direção a sala onde meu pai assiste a um jogo de futebol e uma senhora faz a unha da minha mãe.

— Oi, família. –dou um beijo na bochecha de cada um e aceno sorrindo para a manicure.

— Olá, minha filha. Como foi a viagem?

— Foi boa, mamãe.

— Que bom. Hoje iremos jantar na casa de amigos nossos e você vai conosco, temos um assunto importantíssimo que precisamos tratar.

— Tudo bem. Que horas iremos?

— Às 20h em ponto. Não se atrase, Theresa. Você sabe como me sinto sobre atrasos.

— Não se preocupe, mamãe. Estarei pronta às 20h. Agora irei dormir um pouco pois estou exausta da viagem.

Mando um beijo para eles enquanto subo a escada e reviro os olhos quando chego no meu quarto. Não aguento mais receber ordens o tempo inteiro, já já eles irão querer decidir a roupa que eu visto. Ah, esqueci que minha mãe já faz isso. Rio de nervoso com meu pensamento e tranco a porta do meu quarto atrás de mim. Tomo um banho bem rápido e me deito para dormir nua, amo dormir sem roupas, é muito bom se sentir livre. Estou demorando muito para conseguir dormir, só pensando no que será que vai acontecer hoje à noite. Acho que minha mãe faz isso de propósito, ela sabe que tenho ansiedade e fala que precisa falar comigo, perdi totalmente o sono.

Viro de lado e bufo quando meu despertador de 19h toca. Não consegui dormir nem mesmo meia hora.

Me levanto e tomo outro banho antes de vestir o vestido que minha mãe escolheu para hoje. Passo uma maquiagem bem leve, não gosto de maquiagem mas minha mãe me obriga a passar. Calço meu salto preto e prendo meu cabelo em um coque baixo, deixando meus cachos caírem pelo meu rosto. Não é por nada não, mas eu estou linda demais. Minha mãe vai ficar orgulhosa.

Desço as escadas e me sento no sofá esperando meus pais, olho no relógio e são 19:58h. Jogo a cabeça para trás e só levanto quando escuto o barulho dos saltos incrivelmente altos de minha mãe. Ela está linda, como sempre, com seu vestido vermelho que vai até seu joelho, os cabelos loiros um tom mais escuro que os meus estão soltos em seus ombros e ela está poderosíssima em cima de seu salto alto preto.

Sorrio e ela também sorri quando me vê, o que faz meu sorriso aumentar ainda mais. Finalmente ela não reclamou de nada em mim. Isso está até um pouco estranho, o que me faz ter um pressentimento ruim sobre esta noite. Afasto esses pensamentos rapidamente quando meu pai aparece ao lado da minha mãe e a abraça pela cintura deixando um beijo em seu rosto.

Me levanto e os sigo até o carro onde Anthony nos espera.

— Boa noite, Anthony. –sorrio para ele.

— Boa noite, Senhorita.

— Vamos logo ou vamos nos atrasar. –minha mãe bufa e eu sinto vontade de dar-lhe um tapa no rosto devido a tamanha falta de educação. Reviro os olhos e me encosto na janela. Essa noite vai ser mais longa do que eu imaginei que seria.

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