capitulo 10.

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Hardin.

Hoje é o dia que Elliot e Theresa vão se casar, não sei se estou aliviado por finalmente sair daquela casa, ou se estou com medo por tudo que pode acontecer enquanto morar com eles.

Por último, decido pensar apenas coisas boas e lembro que pelo menos não vou escutar os gemidos deles no meio da noite.

Eu acho.

Levanto da cama com pressa ao perceber que estou atrasado e corro para o banho, sei que não posso chegar depois do horário porque já saí mais cedo duas vezes essa semana.

Visto o terno e pego uma maçã para não morrer de fome, entro no carro e sigo até a igreja.

Sério, quem faz um casamento às dez horas da manhã de um sábado?

— Vamos logo, Hardin. –falo para mim mesmo e pulo do carro indo correndo até a porta da igreja, onde Theresa já está, apenas esperando a hora que vai entrar.

Inclusive, ela está maravilhosa, nunca pensei que a veria tão linda na minha vida. E não estou nem exagerando. Ela está com um vestido de noiva branco e rodado, que chega até seus pés e tem alguns detalhes em flores. O véu é longo e se estica até mais ou menos um metro atrás dela.

Assim que ela se vira, consigo ver seu rosto e tenho a certeza de que nunca vi uma mulher tão linda. Sei que já a vi muitas vezes, mas ela está tão linda que se me quisesse, colocaria-a debruçada no capô de algum carro nessa rua e a foderia como se não estivéssemos em uma avenida.

Balanço a cabeça e mordo a boca enquanto atravesso a rua. Assim que Tessa me vê, sorri e acena. Sorrio de volta mas logo me arrependo. Por que estou sorrindo para ela?

— Podemos ir, meu amor. –o pai de Tessa fala quando escutamos a marcha nupcial e ela se vira para frente, sorrindo falsamente quando seu pai lhe dá o braço e eles entram juntos na igreja.

Entro um pouco depois e fico em pé perto da parede ao lado do banco onde está o Sr. Müller, sua esposa e os pais de Theresa.

— Theresa Lynn Young, você aceita Elliot Andrew Müller como seu legítimo esposo, para amá-lo e respeitá-lo, na saúde e na doença por todos os dias de sua vida até que a morte os separe?

Vejo-a morder o lábio superior e seu peito subir e descer lentamente. Ela olha para Elliot e depois para os seus pais que balançam a cabeça, encorajando-a a aceitar. Por fim, ela vira e sorri sem os dentes.

— Aceito.

— Elliot Andrew Müller, você aceita Theresa Lynn Young como sua legítima esposa, para amá-la e respeitá-la na saúde e na doença por todos os dias de sua vida até que a morte os separe?

— Aceito.

O padre balança a cabeça para que eles coloquem as alianças e assim que o fazem, sorri.

— Então, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.

Uma música começa quando Elliot dá um selinho demorado em Theresa.

— Vamos, Hardin.

Viro para meu chefe e balanço a cabeça, saindo atrás dele para ir dentro da limousine com os recém-casados.

Chegamos à nova casa do Elliot e da Theresa e já tem alguns convidados ali. Tessa sobe junto com sua mãe para se vestir e eu mal posso acreditar quando Sr. Müller diz que posso aproveitar a festa.

Vou direto para o bar e engulo uma bebida colorida que o barman me oferece.

— Hardin?

Reviro os olhos e me viro.

— Oi, Jolie.

— Tudo bem? Não nos falamos faz um tempo.

— Tá.

— Poxa, você nunca vai me perdoar? Você mesmo disse que também já me traiu. –ela se apoia no balcão para me olhar melhor.

— Pois é.

— Para de agir como uma criança e vamos conversar como adultos, Hardin.

Eu franzo a testa e a olho.

— Desde quando tenho que conversar com quem não quero? Não sou obrigado a te ouvir. Se você quiser falar, –dou de ombros– mas eu não vou escutar.

Ela morde o lábio superior e fecha os olhos, abrindo dois segundos antes de sair andando pelo lado oposto por onde apareceu.

Theresa.

Reviro os olhos enquanto minha mãe fala um monte sobre eu estar linda e que está muito orgulhosa por eu ter aceitado tudo isso. Como se ela não estivesse me obrigando.

Assim que saímos do elevador, vou direto para o bar, onde peço a bebida mais forte para o barman.

— Certeza que aguenta? –olho para o lado quando escuto alguém falar comigo e estreito os olhos para Hardin.

— Tudo bem sim, e com você? –ironizo e me viro de frente para ele.

— Devia mesmo estar bebendo? Não quer ficar bêbada no seu próprio casamento, não é, Theresa?

— Nesse exato momento, não estou ligando para onde eu esteja, só sei que quero beber. –pisco para ele e viro minha bebida na boca, sentindo minha garganta arder, fazendo uma careta em seguida.

— Calma aí. –ele ri e eu reviro os olhos.

— Pra onde você vai depois daqui?

— Não sei ainda, talvez uma festa na casa de uns amigos.

— Sério? E eu posso ir? Sei que não somos muito próximos mas queria sair para esquecer tudo que está acontecendo.

Ele franze a testa enquanto assente e eu sorrio para ele.

— Mas antes, vamos ser mais próximos. –ele diz me fazendo sorrir.

— Claro! Quer saber algo?

— Eu não sei, apenas fale sobre você.

— Tudo bem. Então, eu sou filha de uma mulher de quarenta e cinco anos com um homem de sessenta e três, tenho um irmão mais velho chamado Landon com quem eu fui criada aqui mesmo. Tenho dezenove anos e sou modelo, mas meu sonho mesmo é ser escritora.

— Sério? Gosto muito de letras e tals.

— Legal, talvez um dia pudéssemos conversar mais sobre essas coisas. Mas agora fale sobre você. —apoio o queixo na mão e o cotovelo na mesa, olhando para ele.

— Não gosto muito de falar sobre mim. E acho que aquela festa já vai começar, não quer ir?

Eu franzo a testa mas assinto.

— Ok, sai pelos fundos que eu vou dar um jeito aqui.

— Tudo bem. –sorrio e me levanto seguindo até a porta dos fundos, chego rapidamente ao carro e espero Hardin encostada na lataria.

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