capitulo 17.

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Theresa

[5 meses depois]

— Parabéns! É uma menina! –a doutora na minha frente diz e eu abro a boca mas desisto de tentar falar algo me encostando na cadeira.

Faz um tempo que eu estava me sentindo muito mal, fiquei com febre, dores muito fortes de cabeça e nas costas, enjôo todos os dias e não conseguia dormir.

Marie me aconselhou a fazer um teste de gravidez e eu decidi fazer no médico pra ter certeza do resultado.

Fiz o exame de sangue e agora estou aqui, desejando que tudo seja um sonho.

Minha mãe vai me matar quando souber dessa criança, principalmente quando souber quem é o pai.

É o Hardin.

Hardin é o pai do meu filho.

E eu tenho certeza que ele vai mandar eu abortar ou não vai ficar do meu lado, nos conhecemos a pouco tempo mas já sei que ele não gosta muito de crianças, assim como eu.

Nunca quis ter filhos e agora vou ter um sem a possibilidade de escolha porque eu não vou abortar, não tenho coragem de matá-lo.

Um bebê vai estragar as nossas vidas por causa da nossa falta de responsabilidade.

Eu lembro de quando transamos sem camisinha, e lembro também de ele ter tirado e gozado na minha coxa.

Ele insistiu tanto, dizendo que precisava me sentir mais, que não aguentava me foder com a camisinha.

Eu não devia ter aberto mão de uma coisa dessas.

— Você está bem? –a doutora pergunta e eu levanto o olhar pra ela.

— Estou. –assinto e me levanto pegando minhas coisas e o resultado do exame de sangue.

Saio do hospital chorando, antes estava em choque, mas agora que passou, sinto o peso das responsabilidades das minhas ações caindo sobre minhas costas e como é pesado.

Assim que chego em casa vou direto para a cozinha onde vejo Hardin e Marie conversando, paro na porta assim que o vejo e limpo minhas mãos na calça jeans.

— Oi, meu amor! –saio do meu transe assim que Marie me chama e ambos me olham, sorrio sem os dentes.

— Oi –sussurro e me aproximo sentando na cadeira perto da bancada.

— Tudo bem? –Hardin pergunta e eu assinto sem olhar pra ele.

— Eu posso conversar com a Marie rapidinho? –finalmente o olho e ele assente saindo da cozinha.

— E então?

Faço um bico choroso e me levanto indo até ela com os olhos cheios de lágrimas.

— Minha vida acabou, Ma. –choro no ombro dela enquanto ela passa a mão no meu cabelo.

— Vai dar tudo certo, menina. Você é a pessoa mais forte que eu conheço e isso é só um obstáculo, sei que você vai passar por isso. E saiba, –ela me afasta um pouco pra me olhar nos olhos– eu vou estar pra sempre aqui, se sua mãe te botar pra fora vamos nós três morar lá em casa: eu, você e o bebê.

Eu assinto e volto a abraçá-la, escutando as coisas que ela diz mas não conseguindo compreender, minha cabeça está presa na reação que os meus pais e Hardin vão ter.

— Quando você vai falar pra ele? –Marie pergunta e eu olho pra ela balançando a cabeça.

— Você pode me ajudar? Por favor, não vou conseguir sozinha.

Ela faz que sim com a cabeça e segura na minha mão.

Ah, eu não falei, mas Marie descobriu sobre nós dois, ficou muito feliz e disse que ganhou outro filho. Bom, agora ganhou outro filho e um neto.

— Hardin? Precisamos conversar. –Marie bate na porta do quarto dele e ele logo abre nos olhando com a testa franzida.

— Aconteceu algo? –ela pergunta enquanto entramos no quarto e nos sentamos na cama, não consigo soltar a mão de Marie mesmo a minha estando toda suada de tão nervosa que estou.

— Na verdade, sim. –Marie diz e faz um sinal pra ele se sentar, ele me olha e balança a cabeça.

— Quero ficar em pé. –e cruza os braços.

— Você vai falar ou quer que eu fale? –escuto Marie sussurrando no meu ouvido e a olho, balançando a cabeça.

Não sei se quero que ela fale, mas também não estou  nem um pouco afim de dizer.

Por fim, olho pro chão e suspiro, sentindo as lágrimas invadirem meus olhos, tento o máximo segurar mas assim que as palavras saem dos meus lábios, uma lágrima solitária desce pela minha bochecha.

— Eu estou grávida.

Pronto, agora é oficial, meu mundo acabou de terminar, eu vou apanhar com certeza e ainda vou ser posta pra fora de casa, afinal Elliot não vai querer continuar "casado" comigo quando souber que estou grávida.

Mas uma pequena parte de mim sabe que se Hardin estiver comigo, não preciso de mais nada, e, mesmo vindo na hora errada, seríamos eu, ele e nosso filho, seríamos uma família.

Mas sinto que esse silêncio é o sinal de que isso nunca aconteceria e que é apenas um desejo inalcançável.

Ele está calado por uns dois minutos quando o olho.

— O quê?

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