capitulo 7.

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Hardin.

Entro no quarto de novo e Jolie está acordada sentada na cama. Deito ao lado dela e ela olha para mim.

— Você está estranho. Aconteceu alguma coisa?

— Não estou estranho e nada aconteceu, só estou cansado.

— Óbvio que está, olha sua cara.

— É a única que eu tenho.

— Para de ser grosso comigo, sabe que odeio isso. Não fiz nada para você me tratar assim.–ela franze o cenho e eu reviro os olhos.

— Tá bom, Jolie. Já acabou?

— Olha, Hardin. Não dá para conversar com você, eu aqui tentando te ajudar e você me tratando desse jeito.

— Está te incomodando?

— Sim, e muito.

Aponto para a porta e ela baixa os olhos balançando a cabeça. Se levanta e sai do quarto batendo a porta atrás de si. Não somos muito de brigar mas às vezes Jolie é tão invasiva, quer saber de tudo, e se eu não contar ela ainda fica brava.

Jogo a cabeça para trás e fecho os olhos.

Quer saber? Eu vou sim ao shopping, não ligo para o que Jolie irá dizer.

Mando uma mensagem para Theresa dizendo que eu vou antes de me arrumar e saio do quarto quando já estou pronto. Assim que passo pela cozinha, Jolie me observa.

— Para onde você vai?

— Sair.

— Hardin, se for para você continuar sendo grosso gratuitamente comigo, é melhor você nem voltar para o meu quarto hoje.

Assinto e ela fecha os olhos, mas vira a cabeça e volta a conversar com o cozinheiro.

Saio de casa bufando e vou até meu carro, dirigindo até o shopping com uma música alta tocando.

Mando mensagem para Theresa e ela diz que está na praça de alimentação. Saio do carro e vou até lá procurando-a. Vejo-a na fila do subway e vou até ela.

— E aí? –ela me olha e sorri acenando.

— Oi, Hardin. Tudo bem?

Assinto e um homem da minha idade mais ou menos limpa a garganta ao lado de Theresa.

— Ah, esse é o Landon, meu irmão.

— Prazer, Hardin.

— É. –ignoro sua mão no ar e olho para a garota ao meu lado.

— Você quer conversar sobre ontem ainda?

— Claro, vamos nos sentar ali enquanto Landon espera nossa comida.

Assinto e espero ela ir na frente. Nos sentamos e ela me olha com expectativa e um pouco de vergonha.

— E então? Fiz algo muito vergonhoso?

— Você me beijou.–seus olhos se arregalam e eu me encosto na cadeira.

— Você está brincando, certo?

— Não. Você disse que não conseguia dormir e eu fiz uma massagem nas suas costas, mas do nada você virou e me beijou. –decidi deixar o detalhe que ela tirou seu vestido de lado, ela já está muito envergonhada e, por mais que seria muito engraçado vê-la vermelha e me pedindo desculpas, decido não envergonha-la mais ainda.

— Ai meu deus, me desculpa, de verdade.

— Tá'.

— Você contou para a sua namorada?

— Não.

— Mas você vai contar?

— Não.

— Mas e se ela descobrir?

— Ela não vai.

— Como você pode estar tão tranquilo com isso? Se meu pai descobrir, vou apanhar tanto. –ela esfrega as mãos no rosto e eu franzo o cenho. Apanhar?

— Ele te bate?

— Às vezes, mas isso não vem ao caso. Não fala isso para ninguém, por favor.

— Como assim não vem ao caso? Ele não pode fazer isso, você não já é maior de idade?

— Esquece isso, Hardin.

— Óbvio que não, Theresa. Você tem que denunciá-lo.

— Não, claro que não. Ele é meu pai.

— Sim, mas...

— Cheguei. –o irmão dela nos interrompe e eu reviro os olhos. Ela pode ter escapado dessa vez, mas vou dar um jeito de conversar com ela sobre isso de novo.

— Bom, se já conversamos. Acho que já vou.

— Tudo bem. –Theresa diz e solta um sorriso desanimado.– até mais, Hardin. Obrigada por ter vindo.

Assinto e me levanto saindo daquele lugar. Ok, eu nunca me preocupo com ninguém, mas fico muito puto quando vejo injustiças. O pai dela bate nela? Ela tem o quê? 20 anos? Se eu vê-lo de novo, não vou me privar de dar um chega para lá nele.

Chego ao meu carro e decido ir até o bar de um amigo meu. Jolie está me irritando muito e estou começando a cogitar na idéia de terminarmos. Sei que pode ser passageiro, por isso decido pensar mais.

Assim que chego ao bar, saio do carro e entro vendo vários rostos conhecidos ali.

— Hardin! –olho para trás e vejo meu melhor amigo, Zed.

— E aí?

— Tu nunca mais apareceu por aqui, e aí? Como anda a vida? E tua mina'?

—Tudo fodido. Estou pensando em terminar com ela. Tudo que faço ela questiona e fica puta se eu não falo o que é.

— Porra, cara. Mas é normal, depois de um tempo a gente enjoa mesmo. Não vê eu e a Molly?

— Mas também é diferente, aquela vagabunda fez tudo de ruim, Jolie não fez nada, só enche muito meu saco.

— Tá bom, tá bom. –ele levanta os braços em rendição e empurra minhas costas até o balcão.– me vê duas batidas de cereja aí, docinho. –a garçonete assente e vai fazê-las.– mas e aí? Tem alguma outra coisa rolando que tu queira me contar?

— Ah, hoje quando estava comendo a Jolie, pensei em outra mulher, só conseguia ver o rosto dela, e quando sumiu, broxei na hora.

— Mentira, cara! Que merda. Se ela souber vai cortar isso que tu chama de pau fora e dar pros cachorros comerem.

— Eu sei, por isso ela nunca vai descobrir.

— Mas quem é a mina' que tu pensou enquanto fodia a outra?

— Essa é a pior parte: é a noiva do meu patrão. Beleza que é errado, mas porra! Aquele corpo e aquela boca deixam qualquer um louco. Certeza que se tu olhasse ela iria pensar como eu.

— Claro, depois me mostra ela aí. Quero ver a mina' que te deixou louco.

— Olha aí ela.–mostro a foto de perfil do seu whatsapp.

—Ela é linda mesmo, pena que está noiva e você namorando

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—Ela é linda mesmo, pena que está noiva e você namorando.

Balanço a cabeça e pego minha batida de cereja tomando um gole.

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