- Inicio do Primeiro Arco - Arco de Urania -
- Danae Oito anos atrás -
Eu estava novamente sozinha no intervalo da escola, isolada no balanço, ninguém queria ficar perto de mim ou brincar comigo.
Simplesmente não me aturavam, eles sempre diziam coisas estranhas sobre mim, muita vezes até tinham medo, tudo por causa de um acidente que aconteceu há um ano.
- Flashback 1 ano atrás -
Eu estava andando normalmente pelos corredores da escola, quando de repente acabo esbarrando em alguém, indo de encontro ao chão e derrubando meu material, ao levantar o olhar vejo um garoto, 2 anos mais velho que eu, ele tinha cabelos castanho claro que iam até os ombros e seus olhos eram totalmente negros. Todos os alunos mais novos tinham medo dele, tendo apenas 11 anos ele era conhecido por se tornar uma pessoa bem agressiva quando não consegue o que quer e sempre humilhava as crianças mais fracas que ele, ninguém se atrevia a enfrentá-lo, ninguém além de mim.
Arthur - Olha só o que temos aqui, a queridinha do diretor, olha por onde anda garota. - disse me olhando com nojo. - Nem pedir desculpa você pede não é?! Só porque seu pai manda nesta escola não quer dizer que você pode se achar superior, haha! - disse rindo em seguida.
Danae - O único que se acha superior aqui é você Arthur. Só porque você se acha o valentão da escola, não quer dizer que você tem o direito de reclamar de algo ou impor medo nos outros. - digo me levantando e olho diretamente em seus olhos, eu já estava cheia dos mal tratos dele, não só comigo como também todos os outros, ele me encara e logo depois eu digo. - E sinto muito se meu pai é o diretor, ele não escolheu isso apenas o colocaram e eu não acho coisa nenhuma, não é problema meu se você é frouxo demais e não consegue resolver seus próprios problemas e vem simplesmente tentar assustar uma garotinha. - digo cutucando seu peito com força.
Arthur - Mas o que você disse?! Vai se arrepender disso. - disse com raiva.
Ele dá sinal para me bater, desvio do soco e o empurro pra longe, ele tropeça e acaba caindo, vejo o se levantar com ainda mais raiva, ele corre em minha direção e então corro para as escadas que levam ao segundo andar e subo logo em seguida, ele me alcança e começa a lançar socos e chutes em minha direção, tento escapar de suas investidas, mas ele acaba acertando um chute em minha barriga, aquilo me deixou sem ar então caio de joelhos no chão e me encosto no corrimão da escada, eu estava tonta não conseguia enxergar direito, percebo ele se aproximando.
Droga se ele continuar pode acabar mal pro meu lado.
De repente sinto uma estranha sensação, era como se o tempo em minha volta estivesse devagar, parando...
...Vou...
..Ma..."Uma... Voz?"
...Vou...
...Vamos ma..."VAMOS MATAR TODOS ELES!!"
Ouço uma voz estrondosa e repleta de ódio exclamando algo bem alto em minha mente.
Logo minha mente fica em completo negro e quando volto minha atenção ao garoto, automaticamente dou um impulso para frente batendo minha cabeça contra seu peito, nesse momento tudo aconteceu devagar, depois de empurrá-lo permaneço parada enquanto vejo Arthur cair lentamente sobre os degraus da escada, podia ver o medo em seus olhos, em sua alma!
Rapidamente o tempo volta ao seu original, e quando olho para baixo, vejo o corpo já inconsciente de Arthur, podia ver os riscos de sangue que ficaram em alguns degraus, ao perceber o que realmente tinha acontecido fico totalmente paralisada, sem nem perceber começo a entrar em desespero e corro na direção oposta a ele, quando acabo por trombar com meu pai, que ao me ver fica extremamente preocupado, conto o que tinha acontecido e choro em seu peito, eu não acreditei que fiz isso...
Depois de chorar um pouco mais, meu pai levou Arthur para a enfermaria e ligou para os pais dele, enquanto eu estava na sala do diretor junto de minha mãe que também trabalhava na escola como coordenadora, eu estava realmente chocada, não queria fazer mal a ele.
Os pais de Arthur chegam na escola e o levam diretamente ao hospital, recebemos notícias de que ele estava fora de risco e que tinha apenas torcido o pé e machucado algumas áreas do corpo, fora isto ele se encontrava bem, os pais dele vieram brigar com meu pai pelo ocorrido, eles diziam coisas horríveis sobre mim, dizendo que eu era louca e que deveriam me internar em algum sanatório, meu pai tentou acalmá-los mas não adiantava, ele sabia que não.
Depois de alguns dias Arthur finamente recebeu alta, porém seus pais decidiram tirá-lo do colégio, mas isso não muda o que aconteceu, logo toda escola ficou sabendo e então começaram a me tratar diferente às vezes ruim outrora com medo, eu acabei me acostumando a viver sozinha e isolada do resto das crianças, e com o tempo, deixei de ligar, mas mesmo assim, era doloroso ser tratada como se fosse uma pessoa ruim, uma estranha... Um monstro!
- Flashback Off -
Desde então eu só vivo sozinha, a única pessoa que era meu amigo, era meu irmão, ele também estudava na escola, ele sempre estava comigo, eu era como a heroína dele, sempre tentava me animar quando eu estava triste, eu realmente o amo muito, mas por causa do nosso parentesco ele não consegue fazer amigos de verdade, talvez seja por isso que ele vive correndo atrás de mim...
Se ao menos as coisas tivessem sido diferentes...
- Danae On Atualmente -
*Batida na mesa
Sou tirada dos meus devaneios com uma forte batida na mesa de jantar, quando olho para frente, vejo meu irmão que estava vermelho de raiva, ele me olhava manhoso, fazendo biquinho com os braços cruzados, eu acabei me perdendo em minhas próprias lembranças, levanto meu olhar ao garoto em minha frente e sorrio sem graça logo em seguida.
Danae - Sinto muito Levi, eu acho que acabei me perdendo em meus pensamentos, mas então o que você estava dizendo mesmo, hehe. - digo sem graça.
Levi - Eu não vou contar tudo de novo, isso não é justo, você nunca fica muito tempo em casa por causa do colégio e quando consegue finalmente um tempo você fica me ignorando o tempo todo. - disse emburrado, com as bochechas infladas.
Danae - Hahaha, sinto muito se acabei ignorando você Levi, mas de uma coisa eu sei, mesmo você tendo 16 anos, você ainda consegue ser extremamente fofo. - digo me levantando e apertando suas bochechas, aahhh como é bonitinho.
Levi - Paraaa Danae, eu não sou um bebê tá bom!? - disse irritado.
Danae - Own, você fica ainda mais fofo quando está irritado e você sempre será meu bebezinho, meu pequeno irmão. - digo o abraçando forte, posso parecer valentona às vezes, mas também sei ser fofa e carinhosa.
Aquiles - Tudo bem crianças, chega de brincadeiras, agora terminem de jantar e vão logo pra cama, amanhã terei que resolver os assuntos da mudança, por isso comam logo. - disse nosso pai e o obedecemos na hora.
Após o jantar acabar, cada um seguiu para seu próprio quarto, tomei um banho antes de dormir e fiquei um tempo na sacada do meu quarto observando as estrelas do céu de Nova York, eu sentiria falta daquela cidade, mas por algum motivo sempre que eu ia para a casa da minha avó, na Grécia, eu me sentia bem melhor do que me sentia aqui, por isso acho que essa mudança não fará tão mal.
Depois de passar alguns minutos no lado de fora, entro e finalmente me deito na cama, eu estava pensando em muitas coisas, daqui duas semanas será meu aniversário, eu farei 18 anos, mas sinto um tipo de pressentimento sobre isso, talvez seja só coisa da minha cabeça, mas, sinto que algo vai acontecer.
Depois de um minuto pensando sobre aquilo, me conforto na cama e durmo logo em seguida.
"Amanhã será um longo dia. E uma nova vida se iniciará!"
Danae Off
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A Filha do Tempo
FantasyUma garota de 17 anos que vivia na cidade de Nova York, de longos cabelos negros, seus olhos são azuis quase tão claros quanto um rio de águas cristalinas, aos 9 anos passou por um acidente em sua escola que mudou completamente sua infância, agora...