Capítulo 17 - Simbologia e seus significados

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A manhã de encontros épicos havia chegado, e mesmo que nem todos na floresta estavam cientes que esbarrariam com suas nêmesis naquele dia, a intuição já os alertava. Vamos começar com os anfitriões, donos ou não do local, o convite partiria daqui. Após a entrada de Helena e Rebeca para a casa, a bruxa os orientou, como uma ordem de um tirano, a irem dormir, e foi o que elas fizeram.

Em um canto e sem a menor preocupação, as duas se acomodaram no chão e repousaram em completo silêncio, ali deitadas, pareciam meninas normais descansando. Assim que pegaram no sono, as energias delas parecia ter cessado e a casa voltou a uma normalidade no clima. Pouca lenha ainda queimava sobre a lareira e lutava para esquentar o cômodo contra uma brisa fria que entrava pela janela, onde se via a luz da lua iluminando a floresta ao lado de fora.

Cliford mandou Barth descansar, o lenhador ainda não havia se recuperado por completo do seu último combate. Entre as reclamações do irmão, o ladrão jurou que o iria acordar para fazerem um revezamento da guarda. Mas Cliford não o fez, deixou que ele dormisse toda a noite, enquanto ele ficou acordado com Meraxes, que não precisava dormir, e com Katleen, que também não dormia, trocando histórias de suas aventuras.

Mal perceberam que a manhã havia chegado, nem mesmo o nascer do sol os alertou. Foi quando Helena despertou de seu sono, como se lhe faltasse ar, que notaram o dia chegar. A energia da bruxa tomou todo o local novamente, os pelos da nuca de Cliford se arrepiaram com aquilo. Logo em seguida Rebeca levantou de seu estado inerte e se pôs de guarda na porta da frente mais uma vez, parecendo querer impedi-los de fugirem. A bruxa olhou de cara feia para Barth que ainda dormia, e o irmão o acordou.

— Já está na hora de tro...

— Sim, — Helena o interrompeu, o lenhador deu um pulo de susto ao ver a figura da mulher o encarando tão próximo. — já é quase a hora. — Seu estômago roncou alto. — O que temos para o desjejum?

— A sopa de ontem. — Comentou Katleen.

Barth ainda despertava, espreguiçou-se e bocejou até conseguir falar.

— Tem um café que podemos coar. — Ele se levantou de sua cama improvisada ao chão e foi pegar o pó que trouxera junto a alguns pães velhos em uma sacola. — Eu não esperava visitas, e nem ficar aqui tanto tempo. Então eu trouxe pouca comida.

— Posso passar na cidade para pegar algumas coisas. — Cliford sugeriu.

— O seu "pegar" significa "comprar" ou "roubar"? — Perguntou o irmão

Cliford o respondeu com um sorriso travesso.

— Não será necessário — continuou a bruxa. — Após realizarmos as pequenas missões de hoje, estaremos em um castelo sendo servidos em um banquete majestoso. Por enquanto, a sopa com café e pães vai servir.

Os olhos de Cliford brilhavam com as promessas que Helena fazia. Meraxes e Katleen trocaram olhares desconfiados, noite passada elas trocaram histórias do passado entre si, e por pura experiência, as duas sabiam o quão fácil promessas são quebradas.

Após Barth cortar a lenha para alimentar a lareira, a sopa pode ser requentada, enquanto Cliford esquentava a água para coar o café. Uma refeição singela foi servida às convidadas.

— Tens certeza que não irão comer? — Preocupou-se Cliford.

— Se quiseres doar um pouco do seu sangue. — Disse Katleen sorrindo para ele.

Um fio de sangue ainda estava no canto de sua boca. No meio da noite ela havia saído para uma caçada em busca de saciar sua sede voraz, não foi muito longe, logo que saiu da casa viu um cervo e o abateu.

Caminhos à FlorestaOnde histórias criam vida. Descubra agora