― Me fode, por favor ― Adrien implorou, sôfrego.
― Que boca imunda você tem, gatinho. ― Mas como dizer não diante de um pedido daqueles?
***
E deu a ele exatamente o que queria. Claro, depois de alguns ajustes. Manteve a coleira, removeu as algemas e o plug anal ― sob os protestos incontidos de Adrien, que acostumara-se ao objeto de silicone a massagear sua próstata. Também houveram acréscimos: dois pregadores de mamilo, do mesmo tom escuro da coleira e conectados por uma corrente de prata.
A corrente era essencial para o efeito que pretendia. Com ela, havia um peso extra que puxava para baixo os grampos e mantinha um aperto constante aos mamilos já tão sensíveis. Além disso, a cada arremetida, ela balançava mais e, com isso, os beliscões à pele aumentavam e diminuíam conforme o ritmo que ditava.
Até porque não se demorara tanto na preparação do submisso e nem ele parecia desejar que gastasse mais tempo que o necessário com isso. Assim, em pouquíssimo tempo, já estava dentro dele, guiando-o com ocasionais puxões na coleira para que se sustentasse sobre as mãos.
A posição era tão deliciosa quanto os gemidos lindos que ele emitia toda vez em que seus quadris encontravam-se e isto valia para ambos. Adrien estava quase deitado de bruços e apenas o travesseiro sob as ancas erguia seu traseiro o bastante para que pudesse receber as investidas alinhado à ereção de Félix. Com o peito pressionado contra o colchão, as costas arqueadas e a cabeça entre os antebraços, estava completamente entregue ao prazer. Ainda que muito quieto para além dos sons graves e espontâneos que escapavam por seus lábios.
― O que foi? ― o rapaz questionou entre uma arremetida e outra.
― Você está me dando tudo o que eu quero, senhor. ― A frase foi entrecortada por suspiros excitados.
― Ainda não te entendi.
― Pensei que iria continuar ― supôs e olhou para trás, bem nos olhos azuis de Félix, enquanto lambia o lábio inferior de forma sugestiva. ― A me provocar.
― Como você é masoquista. ― Imediatamente desacelerou as estocadas até atender ao pedido surpreendente do jovem. ― Então implore.
― A-Agora?
― Eu já te disse o quanto isso me excita ― sussurrou bem devagar em seu ouvido quando inclinou-se para frente, arrancando de Adrien mais arrepios.
― Por favor. Por favor, continue.
― Continuar o quê? ― insistiu e prosseguiu com os movimentos torturantes de tão vagarosos. ― A te provocar?
― Hmm, isso também é gostoso, senhor.
Ao mesmo tempo em que o ritmo intenso de antes arrancava dele gemidos tão altos, aquelas investidas lentas, longas e arrastadas faziam com que quisesse estender o momento pelo máximo de tempo possível. Como já fizera muitas vezes, Adrien esfregou-se de volta contra o sexo dele quando quis que o namorado se enfiasse com mais vigor.
A resposta de Félix foi apenas uma: não fora ele quem pedira para que fosse mais lento? Que aguentasse a lentidão, portanto. Com a mão esquerda, agarrou-o pelos cabelos para puxá-lo até que estivesse quase erguido sobre os joelhos, bem à altura de sua boca. Foi assim que pôde ronronar a exigência sobre a pele da nuca, já encoberta por uma camada fina de suor:
― Quero que me responda.
― Já sabe o que eu quero. ― Ah, ele estava fazendo-se de difícil de propósito. Que ardiloso.
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Sadique | Chat Noir | Yaoi
أدب الهواةChat Noir encontrou alguém para compensar a solidão e o tédio de suas noites. Um rapaz, assim como ele. Difícil de lidar, divertido de provocar e delicioso de provar. "― Sei que no fundo gosta de mim. ― Baseado no quê? No desprezo ou na indiferença...