17 de maio de 2020
Uma nova etapa começara. Após meses de procura, finalmente, um pequeno apartamento nos havia agradado e toda a mudança havia sido realizada.
Avistava as luzes da rua do sofá onde me encontrava e não conseguia evitar pensar em como se encontrava agradável a primeira noite em nosso novo lar.
Minha noiva encontrava-se debruçada na varanda, vestia apenas uma roupa interior que cobria o início de suas coxas definidas, e uma blusa longa branca deixando que por breves momentos fosse possível avistar a roupa interior. Num movimento leve inclinou sua cabeça para trás sentindo a brisa fresca que aquela noite produzia. Por vezes era difícil acreditar que aquela seria minha esposa dentro de uns tempos, era apaixonante a visão da luz refletida em sua pele morena realçando cada detalhe que eu ja havia retido em minha mente, mas que ainda assim, depois de tantos anos se passarem, ainda faziam apaixonar-me por cada centímetro que a compunha. Imaginava o que ela estaria pensando, que situações ela estaria revivendo que pareciam estar deixando a mesma tão tensa.— Ei. — aproximei-me da mesma envolvendo-a com meus braços, deixando meu queixo repousar em seu ombro.
Subtilmente virou seu corpo para mim e me envolveu de volta assim que prendeu uma mexa loira de meu cabelo em minha orelha.
— Eu amo-te. — deixou escapar á medida que seu olhar se conectava com o meu, fazendo de nós as duas uma só.
Beijei-a.
— Estavas pensando em quê? — repousei minha testa na dela por momentos.
— Eu visitei a minha mãe biológica — suspirou — no dia em que decidi pedir-te em casamento.
— Eu teria ido contigo. Por que não me contas-te?
Abraçou-me mais forte contra seu peito me dizendo, ainda que sem palavras, que necessitava de seu porto-seguro.
— Era apenas mais um monstro que tive que superar sozinha. — sua voz saía travada — Eu precisava, amor, sabes, saber o por quê de ela ter-me abandonado.
Nada falei até que ela terminasse, era perceptível a necessidade que minha companheira tinha de extrair tudo o que bloqueava sua garganta.
— Não tinha meios de me criar, ela disse. — continuou — Durante anos imaginei que fosse apenas falta de amor, falta de vontade. Foi apenas um meio de me dar uma vida melhor, expliquei que não resultou como ela havia pensado, mas que hoje eu estava bem com a minha família.
Sabia que se referia a mim, a olhei expressando todo o amor que em meu peito cabia para que soubesse que ela também era o meu lar.
— Alguma coisa te incentivou a procura-la depois de tantos anos? — me sentia curiosa.
— A vontade de construir uma vida contigo, amor, assim como a certeza absoluta que não há nada que eu queira no mundo todo, senão tu.
Uni nossos lábios com rapidez e habilidade, como quem dá uso aos gestos no lugar das palavras, palavras essas que nesse momento eram insuficientes e escassas para explicar tudo o que sentia. Aquele beijo fora demorado, por fim nossos lábios separaram-se, e num intervalo de meros segundos se uniram novamente. Apesar de nossas alturas se assemelharem, Alexa, abaixou seu corpo lentamente dando impulso para que agora me encontrasse em seu colo e me carregou em passos lentos até nossos aposentos. Minha noiva não dava lugar a pressas, devagar me deitou sob a cama, acariciando cada parte do meu corpo. E ali, naquele quarto revestido a tijolo de enfeite, com cores leves, e uma brisa vinda da janela levemente aberta, Alexa Collins fez amor comigo. Muito mais que sexo, era uma união de dois corpos que lutavam para quebrar barreiras de espaço, que falavam "Amo-te" sem que uma só palavras fosse dita. Era a entrega de alma e coração e era a ida sem volta menos assustadora que existira em toda a minha existência.
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17 De Maio
Ficção AdolescenteUm historia de Emma e Alexa. Talvez para uns atravessar meros centímetros de baixo de uma escada fosse superstição de azar, talvez para outros azar era a tradução de consequências de atos outrora mal empregados, e para uma minoria azar era mero mit...