Capítulo 6

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   Contudo, fomos comprar primeiro a pipoca ( logicamente ), com bastante manteiga, como eu e Ruiva gostamos. Com os ingressos pro filme, entramos e procuramos nossos assentos.

   Todos dizem que os lugares no final são ruins, e que não dá pra enxergar direito, porém, mesmo com o shopping Grande, o cinema era menor do que o normal (mas em compensação era organizado), dava sim pra ver muito bem de longe. Pegamos a última fileira, sentamos e a luz apagou.

   O filme começou. Charlie e eu não tirávamos os olhos da tela, da Hazel Grace Lancaster, com seu corte de cabelo, personalidade e inteligência incríveis, e também de Augustus Waters aquele lindo rapaz simpático, fofo, carinhoso e de olhos claros. Já ia na metade do filme, quando alguém entra pela porta do Cinema.

   Como assim? Uma pessoa entra quando o filme já tem começado ? Mas nem liguei, E acabei deixando pra lá... Até que a pessoa que entrara lá, senta do meu lado. Não consigo ver quem é, por conta da escuridão. Mas o filme está perfeito e nada poderia estragar o momento.

   Quando vejo Augustus sendo comprometido por causa da doença me dá uma tristeza tão profunda, que deixo uma lágrima escorrer por meu rosto, E nesse momento, uma mão vai de encontro a minha bochecha enxugando minha lágrima. Eu já havia sentido aquele toque antes, suas mãos tão macias, e sua voz dizia claramente:

--- Não chore Cas.

   Foi então que olhei atentamente, mas sem me desfazer do toque, que era Dean que estava do meu lado. Nesse momento meu coração disparou, fiquei vermelho mesmo estando no escuro e então falei baixinho, me aproximando de seu ouvido :

--- Você só pode estar nos seguindo --- Digo rindo um pouco.

--- "Vocês" não... Somente você --- Fala com a voz rouca perto de meu ouvido --- Eu ainda não terminei o que comecei naquele dia lembra ?

   Dean pôs a mão em meu queixo, e juntou nossas bocas em um beijo demorado. Sua boca é tão doce e macia, sua língua é tão quente, tão... convidativa. Ele pediu espaço com a língua e eu cedi quase que instantaneamente, aquela mistura de amor e... um pouco de luxúria eram magníficos, sensações que não pensei que fossem tão boas. Depois de um tempo, precisamos respirar, então logo nos afastamos, ainda de olhos fechados.

   Abrimos os olhos e Dean pergunta :

--- Gostou do que presenciou Cas ?

--- S... Si... sim... --- falei sem jeito --- Não dá pra fazer isso em outro lugar ? Eu sei que ninguém consegue nos enxergar direito, mas eu não estou pronto para me assumir, não quero envergonhar meus pais dizendo que sou Gay, eu não quero que eles achem que sou uma  decepção completa... quero que tenham orgulho de mim, de quem sou!

--- Escute Cas --- Disse com a voz serena --- Eu sou um professor, e de longe, sei de tudo, pois esse só Deus mesmo, mas seus pais que te amam, se realmente te amam, vão te aceitar do jeito que você é. Não é porque você é gay que eles vão te negligenciar, não é porque você não quer cursar algo que eles queiram que vão te desmerecer! Você não é mais uma criança, e eles sabem disso, eles vão te apoiar em qualquer situação e, querendo eles ou não, você é filho deles. Não precisa se assumir ainda, somente quando estiver preparado, liberte-se.

   Deixei mais algumas lágrimas escorrerem, mas depois limpei. Passei a mão pelo rosto dos de olhos esverdeados ao meu lado e disse :

--- Ainda bem que pessoas como você, com seu pensamento e racionalidade, existem .

--- Ainda bem que as crianças são mais carinhosas nessa época. --- Diz brincando com Cas.

--- Ei, já disse que não sou Criança--- faço bico.

Você é um anjo ? (Destiel)Onde histórias criam vida. Descubra agora