- Se eu fosse você não faria isso. - Ouvi uma voz grave a dizer. - Está frio, vai acabar ficando doente.
Me virei e vi Niall com os braços cruzados junto ao peito.
- O que você está fazendo aqui! Vai embora! - Rosnei.
- O parque é público e eu não vou embora. - Ele disse seriamente. - Preciso de pensar...- ele falou para si mesmo, mas era possível escutar.
- Bom, eu sei como se sente. Ando passando por coisas semelhantes em casa. - Enfiei meu corpo todo dentro da água. Me levantei, ao modo que podia respirar novamente. Tirei meus cabelos molhados para fora da cara e vejo Niall a despir-se.
- O que vai fazer? - Pergunto.
- O que parece?
- Que vai fazer merda. - Disse como se fosse óbvio. Ele me ignora e pula na água.
- Mas enfim, quer desabafar? De onde veio a idéia de pular na água às 4h da madrugada? - Ele pergunta.
- E você? De onde veio a idéia de aparecer aqui no parque às 4h da madrugada?
- Problemas em casa... e você? - Ele diz distante.
- O mesmo...- respiro fundo e desisto da tentativa falha de não lhe contar nada. - Acho que Derek está me traindo, por isso entrei no lago.
- Você ficou com ciúmes e pulou na água gelada á essa hora? Anda nas drogas? - Ele diz com um sorriso torto, e eu apenas reviro os olhos dando um sorriso parvo. Não, sem essa de sorrisos parvos agora, coração. - Sem sentido, mas... Acho que Marylin também está me traindo.
Puxa, então o nome dela é Marylin? Não me diga!
- Marylin? - Pergunto com os olhos arregalados. - O nome dela é Marylin? - Pergunto mais do que exaltada.
- Sim, vocês se conhecem? - Ele perguntou, deixando seu corpo boiar.
- Derek chegou em casa falando de uma tal de Marylin...- digo revoltada.
- Será...? - Ele levanta o olhar e me encara.
- Não. Com certeza não. - Corto-o. - Não quero nem pensar nisso. E eu não vou investigar, vou apenas por uma pedra em cima. - Pronuncio e olho-o atentamente.
- Anos atrás, você contrataria um detetive para investigar o paradeiro desta Marylin. - Ele diz gargalhando.
- Você...você se lembra? De quando éramos mais jovens e...- começo.
- ...E isto aconteceu, exatamente como está acontecendo agora, neste lago...- ele termina. - Nós. Os dois. Seu telefone começou a tocar, no pior momento. - Ele encara o céu e posso ver um sorriso saltar em seu rosto.
- Pois é. - Gargalhei, olhando as estrelas. - Bem, pelo menos desta vez, deixei o telefone no carro.
- Como é estar repetindo tudo isto?- Ele pergunta sem desviar os olhos do azul-escuro berrante do céu acima de nós.
- É estranho.- digo arregalando os olhos.- Ok, muito estranho! É como rebobinar o filme, ter uma nova oportunidade para recomeçar. Para não repetir os mesmos erros.
- Acha que o que passamos foi um erro? - Cospe e eu olho-o surpresa, mas logo volto meu olhar ao ponto anteiror.
- Não tem essa de "o que passamos", nós não passamos nada. - Digo sarcástica. - Mas, se tivesse falado "o que aconteceu"; eu compreenderia.
- Ainda não respondeu minha pergunta.
- Talvez sim, tlavez não. Depende de muitas coisas. - Saio da água e vestindo meu suposto pijama.
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Summertime Sadness → N.H
Teen FictionA velhice e as palavras incertas me assombram tanto quanto a dor e o amor me assobraram quando era jovem. A morte para mim será agora mais do que uma virtude, mais do que um privilégio. E então, eu poderei reencontrra-lo. Assim que eu terminar de c...