Zeramos aquela garrafa de vinho mas não ao ponto de ficarmos bêbados, apenas alegres.- Bruno, me dê uma boa notícia por favor! Os compradores argentinos já estão confirmados pra semana que vem?
- Praticamente, Federico e Bernardo estarão aqui na sexta para verificar o material e fechar a compra.
- Bernardo?! Faz tempo que não o vejo… - disse me animando.
- Quem é esse tal de Bernardo? - perguntou desconfiado.
- Um comprador de longa data e um de nossos maiores clientes, você não conhece. - respondi dando de ombros.
- Hm. - respondeu mal humorado se afundando na cadeira mas não prosseguiu o assunto.
O restante do dia se passou normal: Todos fazendo suas tarefas, Luan e Bruno tentando terminar o que Juliana deixou pra trás, Bianca me ajudando com as armas… Tudo ok.
Uma semana se passou. Acordei bem disposta hoje e resolvi chamar Bruno pra treinar alguns tiros comigo, fazia tempo que não tínhamos um tempo nosso e também precisava manter meu treinamento em dia.
- Até estranhei esse teu convite hoje… - disse rindo debochado.
- Engraçadinho! Sabe que tem tempo que a gente não faz isso junto! - respondi no mesmo tom.
- Claro, você agora só quer saber de sentar no Luan!
- Ô Bruno, me respeita! - o repreendi batendo em seu ombro mas sem conseguir segurar a risada. - Eu te chamei aqui pra gente ter um momento nosso e não pra você querer comentar da minha vida sexual.
- Pra quem achava ele insuportável no início, cê tá suportando até demais! - disse rindo mais alto dessa vez.
- Parece que não dá pra conversar com você! - exclamei me recuperando da risada. - Vamo começar esse treino logo? - perguntei e ele assentiu.
- Você reparou que do nada a gente começou a se relacionar ao mesmo tempo? - disse dando seu primeiro disparo.
- Pois é, as coisas mudam maninho! Por falar nisso, como vão as coisas com a Bianca? - perguntei dando meu primeiro tiro também.
- Está tudo bem, acho que gosto dela… - disse com um sorriso bobo no rosto.
- Você acha? Porque eu acho ótimo, já vi você destruir muitos coraçõezinhos por aí. - disse rindo e disparando outro tiro.
- Ela é do mesmo mundo que eu, quer dizer, não preciso esconder nada dela, eu sinto que posso ser eu mesmo e tá tudo bem. - disse ainda sorrindo dando de ombros.
- Olha pra você, essa cara de apaixonado não engana ninguém - respondi rindo dele.
- É, eu devo estar apaixonado mesmo… Mas e você, como vão as coisas com o Luan? - perguntou dando um disparo bem no meio do alvo.
- Bem, eu acho… - respondi dando de ombros e franzindo um pouco a testa por conta do sol.
- Gosta dele, não é?! - perguntou.
- Não sei dizer o que a gente tem, não é como com você e a Bianca. Nós estamos juntos enquanto estamos dentro de um quarto mas fora dele, somos só... nós. - disse dando de ombros disparando de novo e ele ficou me olhando preocupado. - Hey, eu não estou reclamando, tá legal?! Eu só… só disse. - conclui dando um meio sorriso.
- Não respondeu a minha pergunta… - disse dando outro tiro e cruzando os braços logo após.
- Gosto! Gosto dele… Talvez até mais do que deveria. - respondi dando um disparo bem na cabeça do alvo. - E eu não tô gostando do rumo que essa conversa tá levando! - disse rindo sem graça e ele entendeu que era pra eu mudar de assunto.
Fomos interrompidos por Bianca que veio em nossa direção sorrindo pra Bruno. Eu não ligo muito pra essas coisas, mas eles com certeza são meu casal favorito.
- Anna, desculpe interromper mas a gente tá recebendo sinal da Itália lá na sala de computação, parece que seu pai tá tentando se comunicar com o nosso sistema e pela insistência deve ser urgente!
- É, até que ele demorou pra ligar, com certeza já deve estar sabendo de tudo… - respirei fundo - "Grazie" Bianca.. Bom, vamos lá! - disse deixando a arma no campo de treino e fomos todos para a sala de informática.
Chegamos na sala e Bianca já havia feito a conexão. Entramos na sala e meu pai estava impaciente, pra variar.
- "Buon giorno papà"! - desejei quando vi seu rosto aparecer na tela.
- "Buon giorno", Anna? Que história é essa de quase matar a Juliana? - perguntou autoritário.
- Se o senhor já sabe, eu não tenho mais o que explicar.. - respondi debochada.
- Eu tô falando sério, Anna!
- E eu também. - respondi óbvia.
- "Non ci posso credere”! Eu demorei pra ligar porque eu custei acreditar que isso fosse verdade... Você quase matou a filha do meu braço direito aí no Brasil! O que vou dizer a ele agora?
- Que a filha dele não presta e provocou a pessoa errada, provavelmente nada do que ele já não saiba… Agora me responda você, papà, sabe muito bem que eu não suporto aquela garota, por que insiste em me atormentar com isso? - perguntei com raiva.
- Atormentar você? Eu tava tentando cuidar da sua segurança, você sabe muito bem que a Juliana é a melhor no que ela f…
- Claro que é! - disse rindo com desdém.
- NÃO ME INTERROMPA! - esbravejou. - Anna, eu pensei que você tivesse um pingo de profissionalis…
- AUTO LAR! - dessa vez eu o interrompi. - Você pode falar tudo de mim menos que eu não sou profissional! - exclamei autoritária.
- Anna, calma! - Luan pediu se aproximando.
Respirei fundo.
- Sr. Giácomo, deixa eu te explicar uma coisa: Minha base, meu QG, minhas regras! E desde o momento em que o senhor me deu a liderança desse lugar, entra, sai, fica e vai embora quem eu quiser! Você não tava aqui pra ver o que ela fez nem muito menos o senhor Molini, então vê se mede o que diz! - falei rígida e ele se calou.
- Nos deixem a sós! - ordenou me encarando através da tela e eu estufei o peito - "Và benne" Anna, o que quer que eu faça então? - perguntou quando os rapazes saíram.
- Que me respeite! Que pare de ficar tentando me testar o tempo todo colocando essa ragazza no meu caminho, quero que confie em mim pelo menos uma vez na sua vida!
- Mas eu confiei, acreditei no seu autocontrole e olha no que deu: Você com a arma engatilhada na cabeça da Juliana! Quantos anos você tem? 5? - perguntou e eu ri desacreditada. - Não conseguem resolver nada com diálogo?
- Diálogo? Eu mal comecei o dia e aquela garota veio falar besteira pra mim! - expliquei.
- “Aquela garota” foi aí pra ajudar você! - disse a defendendo. - Agora graças a sua falta de autocontrole seu sistema está ameaçado! O que vai fazer a respeito? - perguntou desafiador.
- Vou resolver! Aliás, Bruno e Luan vão! Diferente de você, eu confio na capacidade das pessoas com quem eu trabalho! - respondi ríspida.
- Eu espero mesmo Anna, eu espero mesmo! - exclamou respirando fundo.
- É impressionante como você nunca acredita em mim… - disse desacreditada sentindo um nó na garganta.
- Talvez porque você sempre me faça duvidar de você… - respondeu e aquilo me atingiu como um tiro.
- Quer saber de uma coisa?! Eu não vou ficar aqui ouvindo o senhor dizer isso! - disse indo para a porta.
- ANNA, VOCÊ NÃO VAI FAZER ISSO!
- Acha que não?! Então observa! - disse abrindo a porta e saindo.
Pude ouvir meu pai esbravejar enquanto saía batendo a porta atrás de mim.
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Hey moresss, o que estão achando? Sinto falta dos comentários de vocês, vamo animar essa bagaça!
Espero que estejam curtindo, xêro! ❤️
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Bulletproof Love - Amor à prova de balas
Подростковая литератураHerdeira de uma máfia italiana milionária, Anna Giácomo, além de chefe, é a melhor atiradora do seu QG, situado na cidade de Paraty, no Rio de Janeiro. Após problemas com ataques inimigos, seu pai, Dom Antoni Giácomo, precisa que ela receba 16 homen...