Chapter 1- the beginning of Mikey Way's life, and the day it changed forever

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Gerard me cutuca com o cotovelo.

"Hey, o que que foi?"

O olho, e então suspiro, passando a mão no cabelo, mas tomando todo o cuidado para não tirar o penteado que cuidadosamente fiz hoje em frente ao espelho com chapinha e fixador.

"Você sabe o que é. Não tá nervoso pra hoje?"

Dá de ombros, daquela maneira preguiçosa dele, e esfrega o nariz.

"Naaaah... é só o primeiro dia. Amanhã vai ter mais um, depois mais outro... E assim vai continuar. Até o fim do ano letivo."

Gesticulo com as mãos, olhando para as mesmas.

"Eu sei! Mas... ainda é o primeiro dia. E... e se for como em Belleville? E se..."

Gee me para, me virando para ele e colocando a mão em meu ombro, enquanto a outra ainda segurava a garrafinha de café.

"Não vai, okay? Não vai. Eu sei que as pessoas eram cruéis com vocês lá, mas... Newark é diferente. Vamos tentar começar com energias positivas, tudo bem? Lembre-se, energias positivas atraem positivas energias."

Franzo a testa.

"Quando foi que você virou o hippie natureba da família mesmo?"

Ele ri e torna a andar, sendo seguido por mim. Depois de mais uns três minutos, chegamos ao colégio. Era mais perto do que a escola em Belleville, pelo menos. Não precisava sair de casa correndo todos os dias.

Gerard se vira pra mim na porta, me olhando com cuidado.

"Hey, mamãe disse que tem um amigo que tem uma loja de revistas em quadrinhos aqui perto. Um tal de Gullerman, eu acho... o que acha de irmos lá depois das aulas?"

Concordo. Aquilo tinha me deixado muito mais animado.

"Okay, agora se apresse, suas aulas já vão começar."

Assinto. Gerard estava entrando pro primeiro ano do Ensino Médio, enquanto eu estava no sétimo do fundamental, mas aposto que não é isso o que você está se perguntando, não é mesmo?

Pode não parecer muito normal, mas gostava de manter diálogos dentro da minha própria cabeça, como se estivesse apresentando um programa de televisão ruim, e meu próprio cérebro fosse o telespectador. Sim, é um monólogo, mas gosto de fingir que é um diálogo.

Isso deve se dar ao fato de eu não ter nenhum amigo além do meu irmão, o que, por sua vez, também foi o motivo de termos saído de Belleville. Lá, a escola inteira me zoava por conta do cabelo, dos óculos e da minha magreza (o último não exatamente me incomodava, então a chacota com relação a isso até que era suportável. Além do mais, os apelidos eram criativos), e, por mais que Gerard me defendesse sempre que podia, à medida que os alunos cresciam, ficavam cada vez mais violentos, o que significava que começaram a bater em Gee quando este tentava afastá-los de mim.

E foi por isso que implorei pra mamãe pra nos mudarmos. Mexer comigo tudo bem, não me importo, mas... não podia deixar meu irmão sofrer por conta disso também.

Eu meio que me sentia um fardo por fazer todo mundo se mover daquela maneira. Quer dizer... não éramos pobres, mas não quer dizer que podíamos sair da cidade toda vez que alguém implicava comigo no colégio.

Felizmente, Gee ficou do meu lado, como sempre, afirmando que as outras pessoas eram insuportáveis, cruéis, violentas e selvagens (eu quase ri com a cara de nossos pais com relação à última característica, e pude perceber que meu irmão também), e então após eles nos analisarem do dedão do pé até a cabeça à procura de machucados (acharam alguns roxos, nada muito sério, mas o suficiente para fazê-los se culparem por meses), finalmente saímos daquele pequeno inferno.

I Slept With Someone In Fall Out Boy And Was Cheated On | PetekeyOnde histórias criam vida. Descubra agora