Após a conversa que tive com Pete, as coisas realmente pareceram melhorar um pouco. Não completamente, pois sabia que o mundo nunca voltaria a ser o mesmo, mas o peso pareceu ficar mais fácil de carregar e não me sentia mais tão preso.
Conclui o nono ano com notas excepcionais. Pelo menos meus dois meses de depressão serviram para alguma coisa, já que desenvolvi um certo amor pela computação, que, por sua vez, acabou por fazer crescer um certo afeto pela matemática. Entretanto, não fui o único que passou a amar a matéria que detestava. Apesar de Pete ainda não gostar muito de geografia, este criou uma paixão por história que nunca havia visto alguém ter. Ele sempre foi bastante inclinado à literatura, mas depois que terminamos o nono, não o via mais lendo outros livros senão biografias históricas e coisas do gênero.
Gerard também não tava ruim. Apesar de nunca ter sido tão bom nos primeiros nove anos do colégio, se tornou um gênio em física e química assim que chegou ao ensino médio. Agora, no entanto, havia fechado a escola. Por mais que nossos pais insistissem que fizesse algo relacionado a exatas, meu irmão escolheu sua verdadeira paixão desde pequeno: o desenho. Alguns meses depois de sua formatura, mandou sua ficha de inscrição pra Academia de Artes de New Jersey, e, sem surpresa nenhuma, foi aceito. Por mais que não fosse o que Donna e Donald queriam, ficaram tão orgulhosos que literalmente lhe deram uma casa e um carro. A casa como presente da mamãe e o carro, do pai.
Tá. Tá certo que não é bem assim, Gerard ajudava mamãe a pagar a casa que ela havia alugado para ele com o emprego que o Gubblerman o deu como caixa da loja. E no caso do veículo, papai já tava procrastinando trocar aquela coisa pré-histórica desde antes da gente se mudar, então pra mostrar seu orgulho, deu o dinossauro vermelho pra seu primogênito e comprou um novo.
Contudo, eu não apenas citei que meu irmão ganhou uma casa apenas por citar. Durante todo o período de agosto, setembro e outubro, pensei bastante, e, no final desse tempo, decidi pedir permissão aos meus pais para começar a morar com Gee.
É claro que no início eles berraram um único e enfadonho "nÃO", mas demorou apenas vinte dias para que os convencesse, assim que citei todos meus feitos e boas notas durante os três meses anteriores. Obviamente, Gerard ficou mais do que feliz em me receber em sua moradia, e foi assim que passei a morar com ele.
Pra ser sincero, as coisas ficaram bem mais fáceis a partir daí. Não tô dizendo isso porque fiquei largado, parei de fazer dever de casa e estudar pra prova. É claro que não. Mas... acredite se quiser, morar com teu irmão é muito melhor do que morar com seus pais, principalmente se você for o mais novo. Agora que morava com Gee, tinha que ter responsabilidades, como fazer minha própria comida e esse tipo de coisa, já que o outro ficava a manhã e tarde inteiras na loja e de lá ia pra faculdade, apenas chegando à noite. Durante todo o dia, a casa era apenas minha, então é claro que tinha que ter responsabilidades. Nunca pensei a respeito de virar empregada, mas conseguia manter aquele lugar limpo como ninguém!
Entretanto, é claro, ter praticamente uma casa própria não significava apenas responsabilidades e trabalho... haviam as partes boas também, como poder andar de cueca o dia todo porque tava sozinho e o glorioso fato de poder chamar quem eu quiser pra dormir lá (ou seja: Pete).
"Cara... que maneiro!"
Foi a primeira coisa que ele disse assim que botou a mochila no chão e olhou meu quarto. Franzo a testa.
"É a mesma coisa que meu quarto antigo, só mudei de casa!"
"É, mas agora você tem um quarto só seu, mano! A gente não precisa mais dormir no sofá."
Sorrio, isso era verdade.
"É, eu não preciso mais dormir no sofá toda vez que vem dormir na minha casa, mas você vai, porque não vou colocar meus preciosos lençóis no chão pra tu deitar. Agora sou eu quem lavo isso, cara!"
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I Slept With Someone In Fall Out Boy And Was Cheated On | Petekey
FanfictionA história acompanha o conturbado relacionamento entre Mikey Way e Pete Wentz, amigos- e bissexuais- de longa data, pelo início da adolescência até a vida adulta. Eles descobrirão coisas inimagináveis sobre as pessoas que amam, o governo e, principa...