Chapter 50- ... and who are we to deny that?

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Aconteceu em um meet & greet. Se você me perguntar qual dia foi, exatamente, vou dar uma resposta diferente a cada vez, porque não era algo que estava me preocupando muito, sabe? Tudo o que estava na minha cabeça naquelas semanas eram shows, composições novas para o próximo álbum e assinar meu nome nos diversos discos que as pessoas me entregavam. Funcionava dessa maneira simples, eu perguntava o nome da pessoa, escrevia seu nome, minha assinatura, e então, a pessoa poderia dizer algumas palavras que queria que eu soubesse. Como a banda salvou a vida dela, como eu a inspirei a tocar baixo... mas não variava muito mais do que isso, então eu apenas precisava manter um sorriso gentil e apertar sua mão. Não era tão difícil assim.

Contudo, já estava ali há duas horas, e minhas bochechas doíam. Ainda estávamos na turnê do The Black Parade, o que significava que fiz shows em diferentes lugares em cada dia daquela semana, e, Deus, eu me sentia tão exausto. Eu não era como Gerard e suas crises de insônia, ou Frank e sua energia que parecia nunca ir embora. Além do mais, minha mão direita queimava terrivelmente. Quero dizer, tocamos instrumentos musicais, é esse o nosso trabalho, todos nós estamos em graus avançados de tendinite. Como eles esperavam que ficássemos horas daquela maneira?

Tento persuadir a mim mesmo que pelo menos, a fila havia parado de crescer, então isso significava que faltava pouco. Entretanto, quando a próxima garota chega, solto um suspiro pesado.

"Nome?"

"Kristin Colby."

Paro. No sentido literal da palavra. Apesar de tocar baixo, era como se toda a minha coordenação motora tivesse sido perdida em algum lugar no passado assim que escuto o nome, e por bons segundos, apenas encaro o CD na minha frente com espanto, porque... não, eu só podia ter escutado errado. Ou viajado na maionese. Eu estava em Seattle, que é consideravelmente longe de Dealware, desde que consideremos que é do outro lado do país...

Porém, quando finalmente tomo coragem para levantar o olhar, era... era ela. Kristin, bem ali, na minha frente.

E ela parecia ser exatamente a mesma pessoa. Principalmente quando abre aquele sorriso que faz com que meu coração instantaneamente perdesse uma batida. O mesmo cabelo, os mesmos olhos gentis e brilhantes... era como se estivesse na faculdade de novo, como se minha mão só doesse agora pela quantidade massiva de de matéria que copiei em meu caderno, e a multidão ao redor fossem apenas alunos se deslocando entre salas... era como se não tivesse passado nem um único segundo daquela época.

 Engulo em seco.

"É... é... você...?"

"Sim, sou eu."

Ela diz, rindo pela minha reação estupefata, quando deixo a frase no ar. Percebo que estava a olhando com aquela cara há uns dois minutos quando se mexe desconfortavelmente e coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha, ao mesmo tempo que desviava o olhar para a mesa.

"Bem... olha só pra você, não é mesmo? Tá famosão..."

Desvio o olhar para o lado, e então para ela novamente, porque tinha aquele terrível medo de que a garota em minha frente fosse desaparecer no instante que parasse de encará-la. Cutuco Frank sem olhá-lo.

"Só um segundo... preciso de um intervalo, já volto."

Murmuro, então me levanto, meus olhos cravados em Kristin.

Eu prometi a mim mesmo que ficaria solteiro pelo resto da minha vida, e já faziam mais ou menos seis anos que isso aconteceu... até aquele momento, nada tinha perturbado esse juramento, mas vê-la ali... vê-la tão estonteantemente bela, aquilo... aquilo me perturbou profundamente, de maneiras que nunca vou conseguir descrever do jeito correto... acho que nem ao menos próxima o suficiente para considerar-se razoável.

Porque, por mais que parte de mim ainda quisesse seguir o acordo que travei assim que sai do Afeganistão, percebo que a promessa que fiz para ela era muito mais antiga... e seria uma completa injustiça se simplesmente ignorasse isso, não é mesmo?

E eu poderia até mesmo dizer que não a amava mais, mas... mas o que eu sei é que as pessoas encontram o amor nas mais estranhas situações... e, de alguma maneira, são felizes. Na verdade, reparo que nunca foi algo que entendi muito bem, mas... pode acontecer. Em um bar. Em uma cafeteria. Em um estúdio... até em um meet & greet.

E quem somos nós para negar isso?

I Slept With Someone In Fall Out Boy And Was Cheated On | PetekeyOnde histórias criam vida. Descubra agora