Chapter 26- in the end, it's not the truth that really matters, but who tells it

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"E você... não quer voltar? Só enquanto eu estiver fora. Só pra..."

Dou de ombros.

"Manter o pó fora das prateleiras, sabe? Não quer mesmo voltar?"

Ouço um suspiro trôpego do outro lado da linha. Ele havia parado com as drogas, mas não significava que abdicou do álcool.

"Eu não... não vou voltar, Mikey. Detesto a maneira como essa casa me lembra ele... detesto como as melhores coisas que já aconteceram na minha vida foram concebidas lá... não posso."

Esfrego a testa, olhando as duas mochilas no chão. Em tese, partiria amanhã, isso se o anão aceitasse o pedido que estava fazendo.

"Tá, mas não tem como vir uma vez por semana aqui... só pra limpar? Por favor, Frank... sabe que meus pais estão velhos demais para isso... mas não quero devolver a casa."

Ele bufa.

"Tá bom, tá bom... eu vou limpar... mas não vou voltar a morar aí."

Suspiro, aliviado.

"Obrigado, Frankie... mas se eu souber que você tá mentindo pra mim..."

"Não, eu vou. Prometo que vou toda maldita semana aí limpar, okay?"

Então foi assim que resolvi a última coisa que realmente me prendia a New Jersey. Comecei a procurar faculdades de computação pelos Estados Unidos e encontrei uma deveras atraente em Delaware. As vagas se abririam em setembro, e, desde que estava em agosto, decidi que não tinha nada a perder. Havia um grupo de apartamentos não muito longe da faculdade que decidi que poderia pagar e assim que vi, estava na rodoviária, pagando minha própria passagem para Dover, Delaware.

"Ida e volta?"

A mulher da bilheteria me pergunta. Reprimo um suspiro quando nego.

"Apenas ida."

O apartamento vinha mobiliado, então não realmente precisava dificultar as coisas. Era apenas... ir.

Sabe, eu me inscrevi, de fato, para fazer a prova da tal faculdade, mas procrastinei até o fim de agosto para ir embora. Parecia... parecia apenas impossível. Apesar de estar completamente sozinho em casa e Pete me ligar constantemente- o qual sempre ignorava-, se tornando um pé no saco, eu não queria ir.

Entretanto, à medida que entrava no ônibus e olhava a paisagem intricada de New Jersey passando pelos meus olhos, chego à uma conclusão curiosa:

É difícil partir... é realmente muito difícil partir. É de longe a tarefa que mais lhe exige determinação e coragem, seja qual for a partida. Formatura, sair da casa de seus pais, terminar com alguém... até suicídio. Nunca pense que alguém que tomou qualquer uma das decisões citadas não virou milhares de noites pensando sobre elas... não pense que nenhuma delas teve mais motivos para fazê-los do que para não os colocar em ação. 

Entretanto, só é difícil até você partir. Aí, se torna a merda da coisa mais fácil do mundo.

Foi fácil ver a cidade passando pelos meus olhos. Foi mais fácil do que imaginei que seria... ficar sentado lá enquanto via minha vida passando por meus olhos e ficando para trás... toda minha história. A loja de quadrinhos do Gubblerman, a casa dos meus pais, o bar de Alicia, minha antiga escola... olhei todo meu passado desaparecer e meus olhos nem chegaram a marejar.

Foi moleza.

Assim que pisei em Delaware, de fato, me sentia como uma pessoa nova. Ali, ninguém poderia me reconhecer, principalmente porque deixei os óculos para trás e comecei com as lentes de contato. Ninguém poderia saber quem eu era ou das coisas que passei. Sinceramente, isso me tranquilizou. Significava que não precisava agir como se meu irmão estivesse morto a milhas de distância agora, ou que não estava mal por ter perdido todos os amigos que tinha. As pessoas apenas olhariam meu rosto na rua e não imaginariam esse tipo de coisa, o que, por sua vez, queria dizer que não precisava necessariamente contar minha vida passada a elas.

I Slept With Someone In Fall Out Boy And Was Cheated On | PetekeyOnde histórias criam vida. Descubra agora