Testemunha

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Reino de Goryeo.

           Tudo estava em silêncio entre os corredores do palácio, a família real dormia em seus aposentos enquanto a maioria dos criados estavam em seus alojamentos, os guardas eram silenciosos em sua ronda e a única testemunha do que aconteceria ali era a lua que brilhava no céu na sua forma cheia assim como as estrelas.

           O príncipe se esquivava aos poucos pelos corredores e laterais dos muros do palácio com medo dos guardas o flagrarem na sua fuga proibida, por alguns momentos chegou a hesitar mas seria fraco, e isso ele se recusava a ser isso nem que precisasse enfrentar toda a guarda.

           E tudo isso para vê-la.

           Ser da realeza não era nada fácil, principalmente por ser uma ameaça ao seu irmão mais velho na questão de subir ao trono e assumir o controle do reino.

           Silencioso como um puma, o príncipe foi andando até a floresta e perdeu o fôlego ao vê-la esperando. Em toda a sua vida ele nunca havia visto uma moça com tamanha beleza como Hae-In, nem mesmo entre as nobres, que possuía um rosto de menina com suas feições delicadas mas seu corpo era como o de uma mulher mesmo em suas 18 primaveras.

           - Você veio – ela disse feliz.

           - Eu lhe prometi não? – falou com um sorriso e depositou um beijo em sua testa.

           - Então, irá mesmo se casar? – perguntou a Hae-In lembrando o motivo do encontro.

           - Fugirei contigo.

           - Alteza! – começou a garota.

           - Já passamos dessa fase, eu quero ir contigo para longe daqui.

           - E como irá se sustentar?

           - Trabalharei, eu não me importo como irei sobreviver desde que esteja ao meu lado.

           Hae-In comovida, selou seus lábios junto ao do príncipe em um beijo profundo e cheio de sentimentos onde ficaram naquele momento até que os pulmões berrassem pelo ar que se tornava escasso. O príncipe reparou que a garota tinha as bochechas rubras e sentiu o seu coração se aquecer por aquela cena que ele sabia que era o responsável por ela estar assim.

           - Eun-Soo – chamou a garota – Você me ama?

           - Mais do que podemos contar a estrelas.

           Ambos iriam se beijar novamente se o barulho dos guardas não o tivessem assustado, os obrigando a entrar em estado de alerta.

           - Jung Hae-In – gritou o capitão da guarda – Você está presa por acusação de magia negra. Prendam-na!

           - O que? – perguntou o príncipe – Soltem-na agora mesmo!

           - Desculpe alteza, foi ordens do rei. Você está sentenciada ao enforcamento ao amanhecer.

           - Não! Eu não sou bruxa! Por favor não me matem – berrava a garota aos berros enquanto se debatia para não ser levada – Eun-Soo, acredite em mim.

           - Soltem ela agora! Eu sou sua alteza e ordeno! – disse o príncipe.

           - Não desobedeça o rei, capitão.

           O irmão de Eun-Soo apareceu montado em um cavalo fazendo todos os guardas se curvarem diante de ti, afinal ele era o soberano.

           - Irmão, solte ela por favor. Eu me caso se esse é o problema, faço tudo o que desejar – pediu o príncipe – Mas não a mate. Apenas criminosos vão para a forca.

           - Ela é uma criminosa, foram encontrados documentos em sua casa que não são de escrita comum envolvendo a lua, as estrelas e os astros – disse o rei se aproximando da garota – Ela iria mudar o tempo e fazer ameaças, precisa ser impedida.

           - Não é porque uma mulher quer estudar que é uma bruxa – disse Hae-In e em resposta um murro lhe foi deferido no rosto.

           - Não ouse falar comigo.

           - Não toque nela! – berrou Eun-Soo tirando a espada de um guarda que estava próximo a ele e avançando para cima de seu irmão com fúria.

           Em resposta ao ataque, o príncipe acabou sendo atingido por uma flecha de um guarda que estava a distância antes mesmo de poder chegar próximo ao rei, fazendo assim, largar a espada com tudo no chão e caindo de joelhos quando outra flecha lhe fora acertada na coxa.

           - Traindo-me irmão? – perguntou o rei estendendo ao guarda uma espada – Sabe o que isso significa?

           - Eu sei, e não tenho medo da morte – disse rangendo os dentes de dor. O rei, com os olhos brilhando de fúria, cortou a garganta de seu irmão e atravessou a espada em seu peito fazendo Eun-Soo engasgar e soltar sangue pela boca.

           - NÃO! – berrou Hae-In. O rei virou na direção da garota, e a olhou com desprezo antes da espada cortar-lhe a garganta e seu corpo cair em um baque no chão. Ela ainda ofegava e sentia os olhos arderem a fazendo soltar algumas lágrimas.

           - Vamos, deixem-os ai para servirem de alimento aos animais e vermes – ordenou o rei subindo no cavalo e voltando ao palácio sendo escoltado pelos guardas.

           Naquela floresta, sobraram apenas os dois como havia sido minutos atrás porém, dessa vez não eram como planejavam. Hae-In foi rastejando até o corpo de Eun-Soo que se encontrava pálido e sem vida.

           - Meu amor – disse com dificuldade – Me desculpe, por tudo. Eu te amo, nunca se esqueça disso. Por favor – pediu olhando para as estrelas – Não deixe o nosso amor acabar nunca, não importa aonde e quando iremos nos encontrar...eu prometo.

Star Light: Amantes Eternos - Byun BaekhyunOnde histórias criam vida. Descubra agora