Flores ao vento

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- Vossa alteza – chamou um dos conselheiros do rei – O rei está chamando-lhe na sala do trono.

- E ele disse o que deseja?

- Apenas pediu para lhe encontrar e passar esse recado.

- Pois bem, veremos o que meu irmão quer.

A contragosto, já que deixava para trás um desenho da árvore inacabado, o jovem Eun-Soo foi até a sala do trono e se curvou quando viu seu irmão mais velho com toda a sua pose enquanto lia os documentos.

- Mandou me chamar majestade? – perguntou se curvando.

- Mandei, e serei breve sobre o que tenho a tratar – falou fechando o pergaminho – Irá se casar.

- Como?

- Isso mesmo que ouviu, nosso pai já deixou encaminhado o casamento com a filha mais nova do nobre Kim e se casará assim que as árvores derem flores novamente.

- Mas, isso significa que ainda posso recusar certo? Hyungnim por favor entenda, sou muito novo para isso e eu tenho outras prioridades, desejo conhecer o mundo.

- Eu me casei quando era mais novo do que a idade que possui, e poderá fazer tudo isso se tiver uma esposa em casa que garanta a continuação da família.

- Desejo me casar por amor, não por aliança – insistiu o príncipe.

- Criança tola, amor é para os fracos e pobres. É um nobre, um príncipe, se casará para fortalecer a casa real.

- Não devia temer? Posso tentar tomar o seu trono.

- Não farias isso, sei que abominas isso – disse o mais velho.

- Tem razão, não consigo me ver sentado ai e obrigando os outros a fazer algo que não quero.

- Você pode não sentar aqui, mas terá que me obedecer. Eu sou seu rei.

- Então saiba vossa majestade, que casarei somente amarrado!

Eun-Soo saiu da sala do trono e foi em direção ao estábulo, selou o seu cavalo e partiu rumo a floresta. Cavalgou até chegar próximo a um riacho que passava próximo a redondeza do castelo e enquanto seu cavalo pastava, o príncipe ficava olhando o vento bater nas folhas das árvores, algumas se desprendiam dos galhos dando a impressão de liberdade.

Liberdade essa, que Eun-Soo nunca conseguiria ter.

O mesmo fechou os olhos por alguns instantes antes do silêncio ser preenchido por uma cantoria, e curioso de onde vinha o som, o príncipe seguiu a melodia até reparar que na beira do riacho alguém jogava flores na água e para o alto.

Esse alguém era uma garota.

O vento batia em seus cabelos negros os bagunçando e isso fazia a garota sorrir, ela girava em cima de uma pedra enquanto espalhava pétalas pelo ar. Eun-Soo poderia ficar observando aquela cena pelo dia inteiro, ou até mesmo pelo resto de sua vida se não tivesse pisado em um galho para ver melhor e o mesmo estralasse no chão.

E a garota assustada, caísse na água.

O príncipe se desesperou, afinal por que tinha que ser tão estabanado? Ele foi correndo em direção a água, e por sorte da correnteza ser fraca pode ajudar a garota que tentava se levantar porém pisava na barra do vestido.

- Você está bem?

- Minha cabeça dói, mas a minha vergonha é maior – disse com as bochechas rubras.

- Não tem problema – disse a conduzindo até a margem – Você se machucou?

- Ah, nada grave e que alguns remédios especiais não resolvam.

- Remédios especiais? – estranhou o príncipe.

- Sim, eu mesmo os faço com o que a natureza dá. É muito bom, algo que aprendi com minha avó e ela aprendeu com a dela.

- Ah, então é uma garota tradicional.           
- Em partes – disse dando de ombros antes de estender a mão para o rapaz – Prazer, sou Jung Hae-In.

- Eu sou Eun-Soo.

- Estranho, tem o mesmo nome do príncipe.

- Bom – disse coçando a nuca. Hae-In arregalou os olhos e se curvou de corpo inteiro no chão – O que está fazendo?

- Me desculpe pelos meus modos alteza, por favor, não me castigue.

- Eu não vou te castigar. Levanta.

Ainda com a cabeça curvada, Hae-In olhava para o chão e se amaldiçoava mentalmente por ser burra o suficiente para não reconhecer o príncipe.

- Mil perdões, eu deveria tê-lo reconhecido.

- Hae-In, levante a cabeça – disse a erguendo pelo queixo – Não me trate como fui tratado a vida inteira e seja minha amiga.

- S-sua amiga?

- Sim.

- Mas alteza...

- Primeiro me chame de Eun-Soo.

- Eun-Soo – falou como se testasse a própria voz – Você quer ser meu amigo?

- Sim, podemos? – perguntou estendendo a mão.

A garota ficou meio hesitante. Ela? Amiga de um príncipe? O que tinha feito na vida para merecer isso? Ela só era uma simples camponesa que gostava de ficar a beira do riacho e para ganhar alguns trocados, lavava a roupa de alguns nobres. Não tinha motivo algum para ser amiga de um príncipe.

E por haver motivo algum, por serem tão diferentes, que Hae-In apertou a mão de Eun-Soo o fazendo abrir um sorriso.

Era ali, que tudo começava.

Star Light: Amantes Eternos - Byun BaekhyunOnde histórias criam vida. Descubra agora