Part XVI

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No dia seguinte..

Acordamos bem desanimados, tomamos café, eu fui levar o 2L na fisioterapia e a nega foi no hospital.

Na clínica o 2L mal conseguia fazer os exercícios.

Fisioterapeuta: Você quer parar um pouco Leandro?

2L: Sim. -Ele se sentou no chão e eu fui até ele.

Marília: Amor, você precisa se concentrar nos exercícios.

2L: Minha mente só está na minha mãe, Mari.

Marília: Eu sei que é difícil amor, mas precisa voltar a mente pra cá.

2L: Ta bom, te amo! -Ele se levantou e voltou a fazer os exercícios e eu fui pro banco me sentar.

Esperei até o fisioterapia acabar e liguei pro Pepê vim buscar a gente.

Quando estávamos esperando o Pepê recebo uma ligação da Nega.

Ligação on:

Nega: Mari, minha mãe não passa de hoje. -Disse chorando.

Marília: Ah irmã... -Olhei pro 2L.

Nega: Ela está muito fraca, os médicos botaram o aparelho respiratório nela, mas não é o suficiente.

Marília: Os médicos falaram algo?

Nega: Disse que pode ser que ela não passe de hoje.

Marília: Aí meu Deus! -Comecei chorar neste momento e o 2L veio me perguntando o que estava acontecendo. Continuei falando com a nega.

Nega: É melhor já ir preparando o seu coração e o coração do nego. A qualquer momento ela pode ir embora. -Disse com a voz falhando.

Ligação off.

2L: O que aconteceu? -Fiquei quieta. Fala Marília!

Marília: A Anna, pode ser que ela não passe de hoje.

2L: Eu imaginei. -Pôs a mão no rosto e chorou baixinho. Eu estava muito sem reação, então fiquei em silêncio.

Chegamos em casa, passou algumas horas e finalmente recebemos a noticia de que a Anna, havia falecido.

O 2L estava despedaçado, e eu tentava juntar cada pedaço dele falando palavras de conforto, eu confortava a nega também. No fim do dia quando todos estavam dormindo, eu desabei, e percebi que não tinha ninguém pra me confortar.

Eu sentia um amor tão grande pela Anna, ela sempre cuidou de mim, mais do que minha própria mãe, ela era uma mãe pra mim, ela era mãe de todas, era a mãe do Vidigal e essa mãe havia falecido. E não podíamos culpar ninguém, porque ela morreu de morte natural, podíamos culpar apenas aquela doença maldita que tirou a vida da mãe de todos.

Eu estava arrasada, não conseguia dormir de jeito nenhum. Eu estava no sofá com a cabeça encostada no joelho quando sinto meu bebê chutar. Por um momento botei um sorriso no rosto. Passei a mão na barriga e comecei a conversar com o meu filho.

Marília: Oi filhinho de mamãe, tenho uma má notícia pra dar. Sabe a vovó? Então, ela foi morar com papai do céu, virou uma grande estrelinha no céu. O papai e a titia estão bem tristinhos por isso. Mamãe se fez forte o tempo inteiro para sustentar o peso das lágrimas do papai e da titia, agora eu me deixei levar pela tristeza, e eu não tenho ninguém pra me confortar. Mamãe está muito abalada filhinho. -Neste momento o meu bebê chutou mais uma vez e eu percebi que tinha sim alguém pra me confortar. O meu filho, ele esteve comigo o tempo inteiro, ele se mostrou um grande filho enquanto eu estava chorando baixinho.

QUANDO TUDO MUDOU [concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora