Harry Potter e a Outra Metade do Raio

Os raios colidem

O Castelo de Hogwarts a luz do dia era imensamente belo e aconchegante, entretanto cruzar seus corredores à noite, sozinha, equilibrando um enorme ovo dourado, varinha, mapa do maroto e coberta pela capa da invisibilidade não era uma das experiências mais agradáveis. Lola andava sorrateira em busca do banheiro dos monitores, precisava checar se a dica de Cedrico era verdadeira ou não, mesmo que isso a fizesse quebrar inúmeras regras da escola.

Sua maior preocupação era encontrar Filtch ou sua gata, Madame Norrra, assim ela checava a cada cinco minutos a posição dos dois no castelo e tentava pegar um caminho oposto.

Depois de ziguezaguear por um bom tempo, finalmente ela encontrara a passagem secreta para o banheiro.

- Alvejante de citronela. – Lola sussurrou a senha informada por Cho.

No mesmo instante uma estátua se moveu, revelando uma passagem na qual a garota adentrou. Dentro do banheiro ela pode finalmente respirar aliviada e despejar seus pertences ao chão. O banheiro dos monitores era extremamente luxuoso, com várias torneiras coloridas que despejavam águas e bolhas de diferentes aromas e temperaturas. Em uma parede, havia um vitral com uma linda sereia que penteava seus cabelos e a fitava. Por um minuto a garota considerou se candidatar a monitora no próximo ano, mas desistiu da ideia logo em seguida, quando se lembrou que ela mesmo não cumpria os regulamentos da escola, fiscalizar outras pessoas pareceria, no mínimo, ilógico.

Lola vestiu um maiô e acionou as torneiras fazendo com que a imensa banheira logo enchesse de água. Ela entrou na banheira segurando o ovo. Decidiu abrir mais uma vez o ovo e novamente quase ficou surda com o grito insuportável que saía do interior do objeto.

- Esse imbecil me fez vir aqui para me fazer de idiota! – Rosnou Lola.

- Eu experimentaria colocar o ovo de baixo da água e mergulhar junto se fosse você... – Uma voz fanha e chorosa ecoou.

- Q-quem está aí?

- Mas é claro que seu irmão não contaria sobre mim, uma murta que geme! – A figura pálida de óculos sentou-se perto e começou a chorar.

- Ah, me desculpe, você é o fantasma que vive no banheiro feminino não é? Acho que Hermione comentou sobre você.

- Pelo menos alguém com sensibilidade! – Fungou a fantasma.

- Hermione é bem sensível mesmo. Eu vou seguir a sua dica... – Lola realmente não sabia quais palavras usar com alguém como Murta.

Lola afundou na banheira e abriu o ovo, dessa vez ao invés de ouvir gritos horríveis, pode ouvir uma canção de uma voz melodiosa.

Pode ouvir da nossa voz o tom?

Na superfície não há som

Durante uma hora deve buscar

E o que quer vai encontrar...

Lola emergiu atônita.

- Sereianos! O Lago! Grindylows! Como exatamente eu vou conseguir respirar por uma hora embaixo da água?

- Você é bem esperta, o outro garoto demorou quase uma hora para pensar nisso, o bonitão, Cedrico Diggory... já havia quase acabado a espuma... – A fantasma soltou uma risadinha aguda.

- Certo... eu preciso ir Murta, obrigada pela ajuda...

- De nada, se quiser conversar, estou sempre nos banheiros ou às vezes nas tubulações.

- Claro...

Lola mal sabe como chegou ao seu quarto naquela noite. Estava tão assustada com a ideia da segunda prova que acabou derrubando seu ovo algumas vezes durante o percurso. Ela ainda viu algo no mapa do maroto que a deixou intrigada: o nome Bartolomeu Crouch aparecera no mapa, o que o chefe do departamento de cooperação internacional em magia estava fazendo na escola a noite? Mas a maior de todas as perguntas era: como nadar por uma hora sem se afogar?