Um olhar sobre o passado

10.6K 866 441
                                    


Vamos voltar 13 anos no passado, no dia 31 de outubro de 1981, data da morte dos queridos Tiago e Lillian Potter, o dia em que Voldemort fora derrotado por um menino de 1 ano. Talvez não só por um menino, mas por uma menina também.

- Ele está vindo não está? Para pegá-los! Não é Tiago?! - Dizia Lillian em desespero

- Sim... eu não sei como isso aconteceu, alguém da Ordem deve ter vazado essa informação, um traidor.

- Mas quem? Quem teria a coragem de fazer isso conosco? Quem...

Um som interrompeu a fala de Lillian, eles sabiam o que isso significava: O Lorde das Trevas estava ali, eles iriam enfrentar o bruxo mais temido do século e um dos mais poderosos de toda a história. Eles sabiam que praticamente haviam se sentenciado a morte, mas eles não conseguiriam fugir com duas crianças e jamais as abandonariam ali.

- Lillian, vá para o quarto com as crianças! Eu tentarei o deter por aqui!

Lillian e Tiago cruzaram um último olhar, um olhar que falava mais do que mil palavras, o amor que os unia era um dos mais fortes e belos já vistos e nem mesmo a morte mudaria isso. Talvez ainda maior seria o amor que eles sentiam por seus filhos. Quando entrou no quarto das crianças, as duas estavam lado a lado no mesmo berço, como ela havia deixado. Harry chorava copiosamente, Lola não chorava, mas estava inquieta e agitada.

- Meus filhos... vocês são tão amados, tão queridos! Sejam fortes, se ajudem e nunca esqueçam que mamãe e papai estarão com vocês sempre, onde quer que nós estejamos, seja lá o que nos aconteça hoje.

O som da porta ser escancarada logo após o grito de Tiago, diziam a Lillian que o final se aproximava, ela abraçou os filhos e se preparou para enfrentar seu destino, com a bravura de uma leoa.

Eis que surge o Lorde das Trevas pela porta, com um sorriso maligno estampado em seus lábios e um brilho mortal em seus olhos, eles estampavam sua sede de sangue. Lillian se prontificou para a batalha.

- Boa noite Lillian, como vai? Ah... mas que belas crianças não é mesmo? - Dizia Tom Riddle, se deliciando com a situação.

- Não tocará um dedo neles! - Rosnou Lillian.

- É o que veremos! Avada Kedavra!!!

Lillian se colocou na frente das duas crianças, num ato de amor profundo que ativou uma magia antiga, que não só protegeu as duas crianças mas como silenciou o Lorde das Trevas por muito tempo. Voldemort havia sido derrotado pelo amor de mãe. O raio que atingiu Lillian a atravessou e se partiu em dois, atingindo as duas crianças ao mesmo tempo, criando em cada uma, uma cicatriz com formato de raio, onde cada marca era o reflexo da outra.

Pouco tempo depois, Severo Snape chegou até a casa, passou pelo corpo de Tiago jogado pela escadaria e correu para o quarto das crianças, onde viu a pior cena da sua vida: Lillian, o amor da sua vida, morta e deitada ao chão, logo acima seus filhos no berço choravam desesperadamente. Ele abraçou o corpo de sua amada, e deixou algumas lágrimas caírem sobre ela.

- Eu falhei, Lillian, me perdoe! Mas eu os protegerei, eu juro!

Algo no bolso de Snape o lembrou porque ele se apressara em chegar primeiro a casa dos Potter. Ele se levantou e foi até as duas crianças, um pouco sem jeito fez com que as duas se acalmassem. Dumbledore e outros membros da Ordem da Fênix estavam para chegar, ele precisava ser rápido. Tomou a menina nos braços e desapareceu pela noite.

O destino do professor era uma casa nos arredores de Londres, onde uma bruxa, amiga dos Potter vivia entre os trouxas, era o lar de Elizabeth Morgan, uma das melhores amigas de Lillian. Ao perceber o barulho, Elizabeth saiu ao quintal com a varinha em mãos:

- Snape? O que faz aqui??

- Elizabeth, eu preciso que esconda essa criança com você. - Disse Snape passando o bebê a ela.

- Mas é a filha de Lillian e Tiago, Snape não me diga que...

- Sim, o Lorde das Trevas matou os dois, mas por algum motivo as crianças sobreviveram e ele desapareceu.

- Mas e o menino? Onde está Harry?

- Ele está bem, se encontra em segurança com os outros membros da Ordem. Eles não sabem que a menina está aqui.

- Por que fazendo isso Snape?

Snape revelou o que carregava em seu bolso, era uma pequena esfera, uma profecia que ele havia roubado do Ministério da Magia, após Elizabeth ouvir o conteúdo, ela entendeu a escolha de Snape.

- Preciso que a esconda aqui, não conte a ela sobre a profecia, mas a ensine a ser uma bruxa, deixe que ela treine com a sua varinha, sabemos que não conseguiremos a esconder para sempre.

- Mas Severo, será certo separar os irmãos? Eles só tem um ao outro agora!

- Será melhor por enquanto, convencerei Dumbledore a esconder quaisquer registros sobre a garota, a fim de evitar que mais pessoas a procurem. Agora eu preciso ir, conto com você.

- Tudo bem.

Snape desaparatou e Elizabeth entrou com a garotinha em sua casa. Ela sabia que não veria Snape por um bom tempo, mas que não seria a última vez. 

Harry Potter e a Outra Metade do RaioOnde histórias criam vida. Descubra agora