-Alô ?
-Nathalie ?
-Neela ? O que houve ?
-Eu ouvi uma conversa do Dk entre os amigos dele, eu fiquei muito assustada e não sabia pra quem ligar.
-Que conversa foi essa Neela ?
-O Dk disse que o tio dele falou que tava faltando uma grande quantidade da carga do Han, acusou o Han de tirar pequenas quantidades de cada carga pra ninguém perceber, e repreendeu o Dk por não ter percebido e por não ter respeito o suficiente entre os seus parceiros, agora o Dk tá com muita raiva do Han, tá quebrando tudo dizendo que o Han o desonrou diante do seu tio, ele vai matar o Han Nathalie.
O coração de Nathalie gela.
-Quando ? - Ela pergunta com a voz falhada.
-Ele disse que quando anoitecesse.
-Tenho poucas horas, tenho que ir avisa-lo.
-Nathalie, toma cuidado ! - Neela avisa.
-Obrigada por avisar. E aliás, eu transei com o seu namorado, já tem um motivo pra terminar com ele.
-Você não existe vadia. - Neela diz rindo.
Nathalie pega somente o celular e corre para pegar um Táxi, durante o caminho ela tenta ligar pra ele mas só dá desligado, quando ela chega na casa do Han o portão da enorme garagem estava aberto. Ela desce do carro e vai até lá, quando entra ela já consegue ver o Han no canto conversando com um homem, o homem estava de costas então não deu pra ver quem era, ela se aproxima lentamente e o Han nota a sua presença.
-Nathalie ? - Ele pergunta confuso.
Nesse momento o homem se vira para olha pra garota, o corpo de Nathalie tensiona imediatamente, ela conhecia aquele rosto.
-Olha só você... Meu deus, como você parece com a sua mãe !
Era ele, era o Toretto, seu pai estava na sua frente e ela não conseguia nem se quer mexer um único músculo. Ela direcionou um olhar questionador pro Han, como se perguntasse o que estava acontecendo.
-Depois que eu descobri, eu liguei e falei de você pra ele, ele acabou de chegar no Japão, eu queria fazer uma surpresa, bom, a gente queria fazer uma surpresa. - Ele explica.
-Você se lembra dela ? - Ela pergunta agora olhando pro homem careca e de grande porte.
-Como esquecer daqueles cabelos vermelhos ? Você tem os olhos dela. - Ele responde com um sorriso de lado.
Derrepente lembranças invadiram violentamente a mente de Nathy, a sua mãe morrendo, as noites que ela havia passado na delegacia, todas aquelas coisas pela qual ela havia passado na sua infância e adolescência, ela associou tudo a ele, ela o culpava, seria diferente se ela tivesse tido uma figura paterna, alguém pra protegê-la da maldade do mundo, o seu peito se encheu de raiva e rancor.
-Ela definhou até a morte numa cama e você não tava lá, você nunca esteve lá nem quando eu mais precisei, e olha que eu precisei, precisei muito. - Ela falava alto e com a voz carregada de dor, lágrimas desciam pelo seu rosto.
-Eu realmente sinto muito por tudo que você passou, mas até pouco tempo eu nem sabia que você existia, e se eu soubesse, Nathalie se eu soubesse que eu tinha uma filha, eu teria movido céus e terras por você, pode ter certeza disso.
Ela sabia, mas precisava de alguém pra culpar.
-Eu sei, mas ainda assim dói tanto ! - Ela grita e se joga no chão com as mãos no rosto, ela soluçava, "não culpe o seu pai " as últimas palavras da sua mãe ecoavam em sua mente.
Toretto se aproximou da garota e se ajoelhou na sua frente, ele a puxou para que ela pudesse chorar em seu ombro.
-Deixa eu cuidar de você menina, eu tô aqui agora, você não está mais sozinha, tem uma família agora, é uma Toretto. - Ele diz levantando ela devagar.
-Pai ... - Ela começa, mas é interrompida pelo barulho de um motor de um carro que entra com agressividade na garagem do Han, parando bem perto deles. "Droga, o Dk " Nathy pensa, com tudo o que aconteceu ela tinha até esquecido.
Em um reflexo muito rápido, Toretto jogou Nathalie pra trás e Han a segurou em um abraço. Dk desce do carro com uma arma em punho totalmente enfurecido, ele a aponta na direção do Han e da Nathalie.
-Achou mesmo que poderia continuar me roubando que eu nunca notaria ? Eu confiei em você Han ! - Dk esbraveja.
-Não seja ridículo Dk, isso aqui não é um grupo de escoteiros. - Han diz enquanto esconde Nathy atrás de si.
-Por sua culpa virei motivo de piada para o meu tio.
-Abaixa essa arma Dk, nós dois sabemos que você não vai usa-la.
-Acha que eu não tenho coragem de mata-lo ?
-Não pode, precisa de mim.
-Acha isso mesmo ? - Ele indaga dando um passo pra frente.
Um forte barulho de estouro se alastra pela garagem e alguém cai no chão, era Nathalie, em algum momento ela havia entrado na frente do Han recebendo então o tiro, a garota tinha suas mãos na barriga e havia muito sangue.
Han se joga no chão e a coloca em seu colo, lágrimas caíam pelo seu rosto e com os olhos semi cerrados pela primeira vez Nathalie estava vendo Han chorar.
-Sua idiota, que merda você fez ?
Nathalie abriu um sorriso fraco.
-Eu menti quando disse que não te amava, eu te amo Han e essa é a maior prova de amor que eu posso te dar. - Ela diz baixinho e logo começa a tossir.
-Ei, você vai ficar bem, okay ? - Ele diz passando a mão em seu rosto e ela acena levemente com a cabeça - Droga Nathalie, eu te amo pra caralho, mas eu preferia que você me dissesse isso em outra situação. - Ele diz com uma risada nervosa.
-Eu também, é tudo culpa minha, se eu não tivesse sido tão teimosa. - Ela diz num quase sussurro.
-Não, não é culpa sua, nada disso é culpa sua.
Ela fechava os olhos lentamente e não parava de sangrar.
-Não Nathalie, você precisa ficar acordada ! - O Han gritava a balançando gentilmente.
Mas ela não o ouviu, Nathalie fechou os olhos e sua vida se esvaiu lentamente, Han a olhava em completo desespero, seus pensamentos o levaram para quando Gisele deu a sua vida para salva-lo, a história estava se repetindo e pela segunda vez ele sentiu aquela dor, ela queimava como fogo vivo e ele pensou que dessa vez realmente não conseguiria se manter de pé novamente, o Han se sentiu amaldiçoado, perdeu a mulher da sua vida por duas vezes seguida. Nathalie estava morta e ele sentiu que algo dentro dele também já não tinha mais vida.
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Meu Amor Está Em Tóquio [ CONCLUÍDO ]
FanfictionNathalie é uma adolescente que tem sérios desvios de conduta, marcada por uma infância nada saudável, mas ela vê sua vida mudar quando sua mãe morre e se sente obrigada a ir atrás do seu pai que nunca conheceu, um dos criminosos mais procurados pela...