Capítulo III

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Brenda

Acordei atrasada, só pra variar. Levantei apressada, vesti uma calça jeans e uma camiseta com estampa de gatinhos, amarrei o cabelo fazendo um coque e corri até a cozinha. Peguei uma torrada, coloquei um pedaço de torta num prato e saí rápido pra casa do senhor Olavo.

Quando entrei fui direto pra cozinha, pela manhã ele sempre está lá preparando o café enquanto espera uma das delícias que minha mãe faz. Mas assim que olho pra mesa, vejo o bonitão infeliz! 

Ele estava sentado tomando café e levou um susto quando me viu, nós dois nos assustamos na verdade.

- Você???? - nós dissemos ao mesmo tempo e o senhor Olavo ficou nos encarando sem entender nada.

- Oras... Vocês já se viram?

- Vô, eu derrubei os girassóis dela...

- VÔ?! – não pode ser, pensei. – DIEGO?!?! – arregalei os olhos.

- Meu deus! Brenda?!

Ele levantou rápido e veio ao meu encontro me abraçando forte e eu o abracei de volta. Um abraço que guardei por todos esses anos e não estava preparada pra soltá-lo tão cedo.

- Como eu senti sua falta... – ele sussurrou no meu ouvido e eu me apertei mais nele.

Quando finalmente o soltei, percebi que lágrimas escorriam do meu rosto.

- Você ta chorando? Não chora... – ele limpou minhas lágrimas e voltou a me abraçar.

- É... Que... Eu pensei que nunca...

- Shh... Eu voltei! – ele me interrompeu, depois olhou nos meus olhos e eu desmoronei nos seus braços.

- Acho que vou dar um tempo a vocês, vou comer minha torta no jardim. – disse o senhor Olavo pegando a torta da mesa e saindo da cozinha com um sorriso no rosto.

Diego pegou um copo d'água pra mim e nos sentamos à mesa, um de frente pro outro e tudo que conseguíamos fazer era trocar olhares e sorrisos. Então ele tomou a iniciativa.

- Eu sabia que conhecia a maluquinha dos girassóis de algum lugar. – ele sorriu pra mim e eu quase perdi os sentidos.

- Maluquinha dos girassóis¿ - sorri de volta, mas lembrei que ele resolveu me esquecer a anos atrás, então deixei pra perguntar do apelido depois. – por que parou de responder minhas cartas? - questionei.

- Eu? Você que não me respondeu mais... – de repente ele me olhou com tristeza.

- Eu respondi todas, Diego!

- Eu não recebi... Mandei várias e no seu aniversário de quinze anos... – eu o interrompi.

- Meu aniversário de quinze anos? Não to entendendo...

- Te mandei uma carta no seu aniversário de quinze anos, até comprei um colar pra usar na sua festa... Achei que pelo menos essa você responderia...

- Eu não recebi nenhuma carta! – eu estava confusa sobre tudo isso.

- Que estranho... – ele ficou coçando a cabeça, tão confuso quanto eu e então chamou o senhor Olavo pra que ele pudesse nos esclarecer. – Vô, pode vir aqui?

- O que houve? - ele ficou preocupado.

- Sabe onde foram parar as últimas cartas que eu enviei pra Brenda?

- Eu não sei, elas pararam de chegar a muito tempo...

- Mas eu mandava junto com as suas e o senhor recebe até hoje... Quando ela fez quinze anos eu mandei uma carta junto com um colar, numa caixinha...

O presente do meu passado (Versão wattpad)Onde histórias criam vida. Descubra agora