Capítulo XX

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Brenda

Laura, Duda e eu ficamos apreensivas com a saída do Diego. Tentamos ligar e ele não atende, só cai na caixa postal.

- Vou ligar pro escritório do pai dele e perguntar se ele passou por lá. – diz Laura pegando o celular e discando o número.

- Eu vou continuar tentando ligar pra ele. – diz Duda também com o celular.

Queria conseguir ter alguma reação, mas algo me impede. Começo a pensar em como meu namorado está se sentindo agora, como deve estar devastado, e isso me destrói.

Fico observando o desespero de Laura e Duda em tentar achá-lo e eu parada, sem conseguir me mexer.

- Ninguém o viu no escritório. – Laura comenta desapontada.

- E ele não atende, nem chama mais. – Duda joga o celular na mesa nervosa. – o que vamos fazer?

- Não podemos contar ao vovô. – é a única coisa que consigo dizer.

- Não mesmo, o Olavo é capaz de passar mal. Vamos esperar isso tudo passar. – Laura fala caminhando em direção a janela observando a rua. – não acho que Diego faria algo contra o próprio pai.

- Contra a vida dele, também acho que não. Mas umas boas bofetadas de deixar aquele macho desmaiado, eu não duvido.

- Isso não ajuda em nada, Duda.

- Desculpa, tia. – de repente Duda toca no meu ombro. – Brenda, você está bem? Quer dizer, eu sei que não, mas você está estranha.

- Eu só estou preocupada demais, não sei o que fazer, não consigo fazer nada. – deixo escapar várias lágrimas e Duda me abraça forte.

- Calma, o Diego é sensato. Vamos encontrá-lo e tudo vai ficar bem!

- Obrigada, Duda.

Resolvemos sair de carro pra ver se achávamos Diego pelas redondezas ou na casa de algum amigo, mas sem sucesso. Ficamos um bom tempo em frente ao escritório do Carlos, mas nada deles.

Nem notamos, mas já está anoitecendo e a preocupação só aumenta.

Estamos dentro do carro paradas, pensando em onde mais poderíamos ir e então eu tenho um estalo.

- JÁ SEI ONDE ELE ESTÁ! – grito.

- Onde?! - pergunta Duda.

Ela arranca com o carro e meu coração começa a ficar um pouco tranquilo, tenho certeza que agora vamos encontrá-lo.


🌻🌹🌼


Diego

Assim que soube que meu pai trai minha mãe, fiquei completamente sem razão. Sempre desconfiei, mas nunca tive como comprovar, preferi pensar que ele era só um machista de merda.

Não consegui ficar em casa olhando pra ela, que também não conseguia me encarar por vergonha. Vergonha que meu pai devia sentir, não ela.

Saio de casa sem rumo, quase sem ar. Eu não posso me deixar cair depois de tanto lutar pra conseguir me firmar de pé.

Paro num parque e me sento embaixo de uma árvore. Respiro fundo e me permito acalmar. Depois, vou até a academia. Tenho um colega que dá aulas de artes marciais e ele sempre disse que eu podia passar lá quando quisesse. Nunca fui, mas acho que preciso disso agora.

Quando entro, sou bem recebido e meu colega me leva até uma espécie de tenda, onde tem um saco de boxe. Visto os equipamentos de proteção e começo a bater no saco, bato e soco tão forte que sinto meus dedos ardendo dentro das luvas. Só paro quando não tenho mais forças e caio no chão.

O presente do meu passado (Versão wattpad)Onde histórias criam vida. Descubra agora