Capítulo XI

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Brenda

Depois de longos dias de ansiedade, finalmente chegou a hora de ir pra São Paulo matar as saudades do meu amor.

Eu e senhor Olavo compramos as passagens mais baratas e infelizmente a viagem vai ser de madrugada, o que me deixa com muito medo, mas não importa, chegando em São Paulo pra mim ta ótimo! 

Minha mãe e Hanna nos acompanham até a rodoviária, e dona Rosana não seria ela sem dar um chilique de preocupação.

- Será que esse ônibus é seguro? Cadê o motorista? Quero falar com ele... – ela sai andando a procura do motorista e eu corro atrás pra que ela não me faça passar vergonha.

- Mãe, ta tudo bem! Eu vou te mandando mensagem pelo caminho sempre que tiver sinal, ok?

- Desculpa, mas você nunca viajou assim, e nunca viajou sem mim... – de repente vejo lágrimas surgindo.

- Mããããe, não chora! Vou ficar fora só 10 dias, logo eu tô de volta! – eu a abraço forte.

- Pegou tudo, filha? - sei que ela muda o assunto porque senão vai chorar mais.

- Peguei sim. – dou um sorriso.

- Tem certeza? Escova de dentes, casacos, meias, calcinhas, camisinhas...

- Mãe! – eu a interrompo. – por favor! Peguei tudo que vou precisar.

- Tira uma foto bem linda na avenida paulista pra mim? - diz Hanna vindo na minha direção me abraçando.

- Vou tentar!

- E você, vovozinho, me traga um presente bem bonito! – ela o abraça também.

- Brenda tira uma foto pra você e eu tenho que gastar dinheiro? Oras... – ele resmunga. – precisamos ir, o ônibus já vai sair.

Nos despedimos delas e entramos no ônibus.

Meu pai está viajando a trabalho, é até bom que ele não esteja aqui porque eu duvido que ele me deixaria ir pra cidade grande num ônibus de viagem.

Assim que o motorista dá partida, sinto borboletas invadindo meu estômago. Nem acredito que em algumas horas vou estar nos braços do meu Diego.


🌻🌹🌼


Diego

Mais um dia amanhece e mais um dia que eu vivo arrastado nessa casa.

Espero meu pai sair pro trabalho e vou até a cozinha tomar café da manhã com a minha mãe.

Nosso relacionamento está melhor, sempre que posso faço as refeições com ela, as vezes ela me acompanha até o trabalho, quando chego cedo até assistimos algum filme juntos. Percebo que essas coisas simples que fazemos juntos a deixa bem e o máximo que eu puder pra ver ela bem, vou fazer.

- Qual a boa de hoje, mãe? - pergunto enquanto enfio uma torrada goela a baixo.

- A Duda e o Cauê virão pro almoço.

- Sério? Que bom, tô com saudade deles.

Duda é minha prima e Cauê é o filho dela. Ele tem quatro anos, é o xodó da família, e meu também. Eles são as únicas razões que me fariam ficar em São Paulo.

A Duda tem dezenove anos e engravidou aos quinze. O pai do Cauê não é nada presente, ele tem vergonha do filho que é autista.

Os pais da minha prima moram em Minas Gerais, a mãe dela passou num concurso público logo após o nascimento do Cauê, e como o marido é autônomo eles se mudaram. Duda ficou em São Paulo e minha mãe ficou responsável por ela, cuidando como se ela fosse sua filha.

O presente do meu passado (Versão wattpad)Onde histórias criam vida. Descubra agora