Capítulo X

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2 meses depois

Brenda

Estou no trabalho contando os segundos para falar com Diego, não posso mais ficar com o celular na floricultura, Mario me proibiu.

Parece bobo, mas as horas que passamos conversando são as que fazem meu dia valer a pena.

- Calma, garota! Logo você vai pra casa web namorar. – diz Hanna vendo minha ansiedade olhando pro relógio a cada 5 minutos.

- To calma, é que sei lá... Por mim passava todas as horas do dia falando com ele...

- Credo, aí já é demais, hein prima?!

- Nunca é demais...

- Me tira uma curiosidade... Como é que funciona isso? Vocês só conversam ou rola uma sacanagem pela webcam? - ela bate no meu ombro com um sorriso malicioso.

- Eca, não! A gente só conversa mesmo. Falamos sobre o dia um do outro, da saudade, coisas assim...

- Ah, ta. Não rola nem uma troca de nudes?

- Hanna! – fico corada. – é, as vezes rola...

- Sabia! – ela ri. – não precisa ficar com vergonha, é normal! Queria eu estar no seu lugar... – resmunga.

- Não queria, acredite! É horrível querer estar com a pessoa e não poder. Querer fazer um carinho, ajudar com algo que ela precisa, dar um abraço num momento difícil... A distância é uma merda!

- Mas pelo menos você tem alguém que te ama de verdade. Não adianta nada ter alguém por perto que só quer algo supérfluo. Sinto falta de alguém que goste de mim, que me ame, que faça qualquer coisa para me ter... – ela suspira enquanto observa Lucas do outro lado da loja.

Faz algumas semanas que Hanna tem se aproximado mais de Lucas. Quase todos os dias ele a deixa em casa e na floricultura vivem de gracinha um com o outro, mas ele não toma a iniciativa e ela tem receio de estar confundindo as coisas.

Finalmente dá meu horário e assim que eu saio da floricultura recebo uma ligação do Diego.

- Oi meu amor!

- Oi, tudo bem?

- O que houve, Diego?

- Só quero ouvir sua voz um pouco, é disso que eu preciso agora...

- Tô ficando preocupada.

- Não tem com o que se preocupar, só to com saudade. Como foi seu dia hoje?

Ele estava estranho, mas não quis insistir pra que me contasse, preciso respeitar o espaço dele e se ouvir minha voz o ajuda de alguma coisa, fico um pouco aliviada.

Conversamos durante todo o meu trajeto de volta pra casa, acho que criamos mais um hábito.

Assim que chego, desligo o celular e coloco pra carregar, afinal preciso de bateria pra passar mais algumas horas falando com ele mais tarde.

Diego disse que ia fazer uma caminhada, então aproveitei pra ir ver o senhor Olavo e conversar sobre minha preocupação com o seu neto.

- O que aconteceu? - ele pergunta enquanto me serve uma xícara de café.

- Hoje ele me ligou quando saí do trabalho, disse que só queria ouvir minha voz e não quis me contar, mas sei que tem algo e agora foi fazer uma caminhada. Tô preocupada, queria estar perto dele...

- Calma, amanhã cedo vou ligar pra Laura e ver se ela sabe o que ele tem. Mas isso tudo deve ser saudades suas... – ele diz tentando me acalmar. – e se fôssemos pra lá fazer uma surpresa?

O presente do meu passado (Versão wattpad)Onde histórias criam vida. Descubra agora