Capítulo XVIII

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Brenda

Finalmente o fim de semana chegou. Foram dias um pouco difíceis depois de toda aquela confusão com a terapeuta e descobrir que o Diego tem depressão, ansiedade e Borderline não foi nada fácil.

Estou me mantendo firme pra que eu possa ajudá-lo da melhor forma possível, mas dói saber que a pessoa mais incrível desse mundo vive com essas coisas. E a julgar por tudo que eu sei até agora, é tudo culpa do pai dele e seu egocentrismo idiota. Só de pensar nisso me dá vontade de voar no pescoço dele.

Sinto medo de piorar as coisas, medo de não conseguir ajudar o suficiente, medo de perdê-lo. Mas não vou desistir, farei tudo que tiver ao meu alcance pra que sejamos felizes e que as coisas possam sempre ficar bem no final de um dia difícil. Quero ser o sol nos dias nublados dele, vamos conseguir passar por tudo juntos, tenho que acreditar nisso.

Hoje é um dia bom, vou com Diego vê-lo trabalhar numa sessão de fotos. Ele parece tão empolgado que acabou me contagiando e estou bem animada!

- Amor, vamos logo! Não posso chegar atrasado. – ele diz me apressando enquanto me arrumo.

- Calma, tô quase pronta! – dou uma conferida no espelho e saio rápido do banheiro. – vamos, senhor apressadinho!

De repente ele fica olhando estranho e não se mexe, parece que foi petrificado.

- Diego? - estalo os dedos pra ele que me olha e sorri. – que susto, tá tudo bem?

- Tudo ótimo, você tá muito linda! Muito, muito mesmo! – sinto-o acariciar meu rosto.

- Não é pra tanto, mas obrigada. – sorrio.

- Por acaso se arrumou toda assim pra ofuscar as modelos?

- O que?! Por favor, eu jamais faria isso. – sim, eu faria. E fiz. Mas ele não precisa saber.

- Sei... Sabe que não precisa disso né? - ele diz rindo.

- Eu só não posso ir de qualquer jeito numa agência fotográfica, e é só isso! 

- Ok, mas saiba que se a intenção não era ofuscar, você vai. 

- Que assim seja então. 

- Sabia! - ele ri. - só você mesmo. 

- Cala a boca, Diego. Vamos logo! - dou um beliscão em seu braço e saímos do quarto.

Durante todo o trajeto para a agência fomos conversando.

- As vezes custo a entender como você chegou a pensar que eu não entenderia sua depressão...

- Brenda, é complicado.

- Não é complicado. Eu ouço Lana Del Rey, por favor!

- Isso é mesmo, não tenho como me defender diante disso. – ele ri. – mas é sério, não foi por não querer. Algo na minha cabeça dizia que você ia me largar se eu contasse tudo. Brenda, eu tinha crises muito pesadas e eu tenho muito medo de que elas voltem e eu te assuste com as minhas reações.

- Agora que eu sei, eu vou te ajudar e não vou me assustar. Estou pesquisando muito sobre tudo, conversando com a sua terapeuta e as coisas vão ficar bem.

- Obrigado por me entender. – ele segura minha mão e sorri. – não faz ideia do quanto isso significa.

- Será que não é melhor adiar a mudança pro interior? Sei lá...

- Não. – ele me interrompe. – eu já estou dando um jeito em tudo isso, a Patrícia já entrou em contato com um psicólogo de lá que vai me dar um suporte. E uma vez por mês eu venho pra cá.

O presente do meu passado (Versão wattpad)Onde histórias criam vida. Descubra agora