05. Os Malfoy

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Fazia quase uma semana que Scorpius e Lílian estavam juntos, sem realmente estarem juntos.

Ele havia renegado todas as outras pessoas porque só tinha olhos para Lílian.

Esta, por sua vez, não pensava em outra coisa a não ser em Malfoy.

Era complicado.

Ele tinha medo de como iria ser caso se entregasse totalmente a ela. Talvez porque em seu inconsciente sabia que ela era terreno proibido.

Sempre fora ensinado por seu avô de que os Potter não passavam de uns Sangue-Puro falsos e metidos.

E seu pai, sempre submisso a seu avô, nunca ousou dizer ao contrário. Então ele não conhecia outra vida.

Quando se tornou amigo de Alvo, as coisas começaram a mudar.

Ele começou a ver a batalha de Hogwarts com outros olhos e, com isso, os Potter também.

Óbvio que nem os Potter e nem os Malfoy sabiam da amizade de ambos.

Isto porquê, Scorpius insistiu para o amigo não contasse, e no final, Alvo concordou. Ele sabia das histórias dos Malfoy e sabia da antiga rixa destes com os Potter.

Mas algo dentro de Scorpius mudou no dia em que pôs os olhos em Lílian Luna Potter.

Os cabelos cor de fogo, os olhos penetrantes, a singularidade nas palavras e a essência dela faziam seu coração se aquecer.

Tudo parecia fazer sentido quando ele estava ao lado dela, mas ele não ousava beija-la. Sabia que seria um caminho sem volta e não queria bota-la em risco porque também sabia que, quando ele a beijasse, ele não conseguiria manter em segredo que ela era dele e de mais ninguém. Já era difícil com os toques que eles davam, Scorpius imaginava com um beijo... ela não merecia a complicação que sua vida era.

- Sr. Malfoy? - Scorpius estava no corredor indo para a sala comunal da Sonserina quando ouviu a voz de Neville Longbottom chamando-o. Ele se virou e encarou o professor. - A Diretora McGonagall solicita sua presença na sala dela.

Scorpius achou estranho, mas andou até o professor disposto a aceitar a ordem. Quando passou por

Neville, Scorpius o ouviu dizer:

- Diga "Pelúcio" quando chegar lá.

Scorpius andou até a sala que um dia pertencera a o maior diretor de Hogwarts, Alvo Dumbledore.

A sala estava localizado na Torre do diretor, acessado através de uma Gárgula de pedra. Ela é alcançada por meio de uma escada de pedra em movimento circular, que por sua vez é ocultada por uma gárgula no terceiro andar. A gárgula se afasta em resposta a uma senha, embora o diretor seja capaz de substituir a senha, por qualquer motivo.

Scorpius então lembrou no que Neville lhe falou.

- Pelúcio - Ele disse baixinho.

A gárgula girou em resposta, se abrindo.

Em seu interior, Scorpius percebeu que era uma grande sala circular com muitas janelas e muitos retratos de diretores e diretoras anteriores.

Além de seus deveres como o escritório para o Diretor, Scorpius também percebeu que era o lar permanente do Chapéu Seletor, que pertencia, originalmente, á Godric Gryffindor, um dos quatro fundadores.

Mas o que o surpreendeu mesmo era o fato de seu pai e seu avô estarem lá, parados na frente da mesa da Diretora.

Seu avô tinha uma expressão séria, como sempre, em seu rosto pálido e envelhecido, já seu pai estava mais sereno, mas não menos rígido, como sempre ficava quando Lúcio estava por perto.

- Pai? Vô? - O corpo de Scorpius pareceu esfriar com a expectativa do por quê eles estavam lá.

Seus pensamentos o remeteram diretamente a uma moça de lindos cabelos avermelhados e, pela primeira vez desde que se lembrara, ele sentiu medo. - O que fazem aqui?

- Viemos vê-lo. Eu fazia isso com seu pai o tempo inteiro quando ele era estudante aqui. Ajudava a mantê-lo na linha - Lúcio disse. Ele olhou a sala de ponta a ponta e continuou. - Mas parece que esse lugarzinho não mudou nada.

Scorpius se segurou para não suspirar.

- E o que os senhores descobriram? - Perguntou Scorpius, um pouco mais aliviado pelo fato de eles não estarem lá por nenhuma razão específica.

- Que suas notas estão medianas - Respondeu Lúcio. Seu pai não dizia nada, era totalmente controlado por Lúcio. - Mas viemos mesmo porque... estamos a par de um boato que está rolando no Ministério da Magia.

Scorpius sentiu o estômago revirar.

- É...? E qual é?

- De que você e um dos filhos do Potter... são... amigos - Lúcio mostrou desdém ao dizer "amigos".

Os olhos de Scorpius rapidamente foram ao encontro da Diretora McGonagall, temendo que ela tivesse dito algo. Ela se mostrou serena.

- Eu disse ao seu avô, Scorpius, que esse boato não passa de mentiras deslavadas de quem não tem mais o que inventar - Scorpius suspirou aliviado quando percebeu que a mulher que mais via a amizade dele e de Potter tentou defendê-lo de sua amarga família.

- É, vô. A Diretora McGonagall tem razão. Isso é mentira.

- É bom mesmo que seja - Lúcio não acreditava na palavra do neto. Ele o via como uma pessoa fraca, diferente de Malfoy que foi escolhido por Voldemort para matar Dumbledore. Não achava o neto digno do sobrenome Malfoy, mas queria fazê-lo ser. - Quero conhecer seus amigos. Leve-os até o Salão Principal. Eu e seu pai estaremos esperando.

Scorpius & Lílian: A História Nunca Contada Onde histórias criam vida. Descubra agora