Lay Here

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When you were on the ground, And it's driving me crazy.

Passou um mês sem Roger dar notícias ao John, que como sempre seguiu sua vida mas não adiantaria mentir e dizer que ele não queria encontrar o Roger.
Noites afora com Dominique, Freddie e até mesmo o Brian, não fazia o loiro fugir de sua mente, e olha que John gostava muito das boates londrinas.

Numa noite fria, o céu estava destacado com um monte de estrelas cintilantes bem visíveis.
John limpava a loja com o Freddie quando ouviu o sininho da loja tocar.

O loiro estava mais pálido, com a expressão de quem não tinha tido uns dias de bom sono.

- Eu vou embora e deixar vocês conversarem.
Freddie largou sutilmente a vassoura no chão, pegou o casaco e foi embora, sem olhar para os dois.

Roger se aproximava lentamente do balcão onde John se encontrava, totalmente imóvel.

- Não vai me oferecer um cházinho?
Roger forçou um sorriso.

- Eu devo?

Ao ouvir a resposta do John, o corpo de Roger estremeceu mas sabia que ele buscou por aquilo.

- Três ou Sete cubos?
John sorriu simpático e Roger fez o mesmo.

- Só um cubo mesmo.

Chá servido, John olhava Roger assoprar e tomar bem devagar.
O silêncio dominava na loja, mas não era um silêncio constrangedor ou estranho, era talvez um silêncio de entendimento.
Era o que se passava na cabeça dos dois.

- Nós precisamos conversar...
A voz do Roger rouca, saiu baixa.

- É Roger, nós precisamos mas não aqui.

- Onde então?

- Me ajude a fechar a loja e você já descobre.

Loja fechada, todos os dois bem agasalhos saíram em direção a estação de metrô.
Todo o percurso foi silencioso mas as vezes John fazia brincadeiras com as mãos de Roger.

Chegando na Leicester Square, uma das praças mais movimentadas e bem frequentadas de Londres, o ar dos dois mudaram, os dois estavam mais sorridentes, os artistas locais puxavam os dois para suas experimentações, se divertiram com aquilo, a música era presente, muito jazz e pessoas dançando lentamente.
Aquela parte da cidade era viva e alegre, até a alma mais triste ficaria feliz ali.

Em uma pontezinha de madeira, John foi na frente e se sentou bem na ponta, um lago passava por baixo, Roger se juntou a ele.

John respirou junto e solto um riso.

- O que é engraçado?
Roger falou rápido.

- A vida...

Roger ansiava para esclarecer as coisas.

- John, eu quero te pedir desculpas, fiquei muito ocupado com o colégio período de provas deixa todo professor bem atarefado.

- O que levou um mês?
John lhe deu uma olhada de relance, sorrindo despretensioso.

- Sim...
Roger olhou para seu reflexo na água.

- Roger, você não precisa mentir para mim, eu sei que não é período de provas e eu sei que você tem medo de...

John engoliu seco.

- Medo de quê?

- Do que o que aconteceu entre você e Sarina se repita.

Roger olhou John, totalmente incrédulo.

- Como você sabe da Sarina?

- Eu e você temos uma amiga em comum e pelo visto de longa data também.

Roger pareceu pensar um pouco.

- Dominique?

- Dim, dim, dim, bingo!

Roger soltou um ar de alívio.

- Ela me disse que Sarina te magoou muito, e possivelmente você nutriu algum tipo de trauma de relacionamentos.

Roger pareceu concordar com tudo aquilo que foi dito.

John se deitou na ponte com parte do corpo para fora, Roger o observou e John fez sinal pra que ele fizesse o mesmo.
Os dois deitados, encaravam o céu estrelado.

- Eu não acho que você vai fazer o mesmo que a Sarina fez comigo, John... eu só precisei de um tempo para processar tudo aquilo...

- Eu entendo e não julgo, e não fui atrás por que sabia que você precisava de tempo e espaço, não gosto de invadir espaço de ninguém.

- E eu te agradeço por isso.
Roger tateou as mãos de John, entrelaçando elas.

- Vamos no nosso tempo, ok?

- Muito obrigado.

- Quer ir embora?

- Não, vamos ficar aqui um pouquinho.

John beijou Roger na testa que sorriu com aquilo.

𝘤𝘪𝘨𝘢𝘳𝘦𝘵𝘵𝘦𝘴 𝘢𝘧𝘵𝘦𝘳 𝘴𝘦𝘹 ─ dealor Onde histórias criam vida. Descubra agora