| Mark |
Você passa uma vida priorizando o amor.
A calma.
A maturidade.
O controle.
Mas para quê?
Para em um minuto tudo ir para o espaço. Tudo virar uma mera sombra do homem que você é em 98% de todo o tempo; e os 2% que você crer não saber controlar, no momento de desordem, ganha uma totalidade absurda. Tornando-se um 100% tão caótico, que você se ver arremessando um objeto longe, e nem mesmo vê-lo se espatifar a centímetros de alguém que você ama, lhe traz a racionalidade.
Presenciar um quase, possível, acidente (o que seria se o bendito abajur tivesse acertado a Lisa), não foi nada. Não senti absolutamente nada! Foi inexpressivo. Mas ser impactado com o seu corpo, ao meu; sentir sua vida em contato com a minha, muda todo o momento cego de raiva e de dor.
Ela me olha e eu a vejo ensanguentada, porque minha mente trabalha na culpa e não no alívio de vê-la bem. Uma dor me aperta o peito, como se torcesse meu coração, a ponto de todo o sangue se esvair dele; e, assim, me sinto frio. Todo o meu corpo congela. Porém quando seus olhos me penetram e suas palavras saem tão certas de si. Sem espaço algum para a dúvida reinar entre nós dois, que a dor ganha uma vazão e a culpa dar o espaço a necessidade de me entregar a alguém que me ampare. Então abro mão do meu controle e aperto meus braços a sua volta.
Ela é forte.
Ela é guerreira.
Ela é única.
Ela é minha.
E entre mil confusões que povoa a minha mente, ela que foi tão fodida na vida, é a solução para eu manter a ordem da minha.
Eu não estou dependente dela; eu estou abrindo mão da minha individualidade; de ter que carregar o mundo nas costas. Além do mais, ela está aqui. Vendo o meu pior. Mas ainda está aqui.
- Eu. Te. Amo! Eu. Estou. Aqui! – ela fala em staccato, como se lê-se a minha mente e, definitivamente, a agarro com unhas e dentes.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Marcas Do Passado ⇝ Livro 1《Concluída》
Romance(+18) Lisa Miller era uma jovem linda e com tantos sonhos, até uma trágica noite... Monstros tiraram tudo que ela possuía, e então ela não tinha mais nada. Na rua, sozinha, e sem ninguém; totalmente desacreditada que as coisas vinham e ficavam, com...