— Desde quando? — a expressão taciturna do seu Otávio é realmente assustadora, mas é totalmente compreensível. Ele estava no escuro sobre tudo!
— Senhor, faz muitos meses já, se me permite dizer, eu amo sua filha, amo muito! — a resposta de Nicolas parece o agradar por uma fração de segundos.
— Por que me esconderam algo tão sério? Eu o acolhi na minha casa e você faz isso? Você é professor dela caramba! Isso não vai te render um processo nas costas? Qual a sua idade?
— Pai, calma! Sei que é complicado de entender, nem eu mesma consigo entender o que ele viu em mim, dá um desconto. Responderemos tudo o que o senhor desejar saber — murmuro com as mãos trêmulas.
— Quero saber de tudo Ana Clara, tudo!
Olhei para Nicolas, ele afirmou com um aceno e eu comecei a narrar como nos conhecemos.
— Tudo começou quando o vi pela primeira vez entrando na sala de aula. Pai, foi algo extraordinário, ele me olhou e eu recuei porque tinha meus complexos e por consequência me achava incapaz de ser o suficiente para ele, além de termos o agravo de sermos aluna e professor, resistimos por algum tempo, mas os dias foram passando e ficou cada dia mais difícil olha-lo e apenas deseja-lo no anonimato. Eu não sabia que ele sentia o mesmo, mas sempre tive a impressão que ele conseguia desvendar a minha alma e as coisas aconteceram naturalmente, apenas fluindo, passamos por muitas provações, todavia nos amamos e isso já é meio caminho andado para construirmos algo apenas nosso... — terminei a narração e todos me olhavam estarrecidos.
— O quê? — indaguei confusa.
— Você fala com tanta paixão, é visível que o ama. Filha, quero apenas o seu bem, tu sabe disso, mas é tão nova para ser mãe. E a faculdade?
— Não irei desistir pai, isso está fora de questão.
— Mas...
— Pai, vai dar tudo certo. Nick vai me auxiliar no que for necessário. — o interrompi.
— É tão complicado finalmente perceber que a minha pequena cresceu. — murmura para ninguém em especial.
— Sei que fomos descuidados pai, todavia não tem o que se preocupar — levantei e o abracei carinhosamente.
Agi equivocadamente com eles, errei com ele principalmente. Mas agora não adianta "chorar o leite derramado". Teremos que fazer dar certo e acredito cegamente em meu professor para me ajudar. O que vivemos não foi em vão.
— Vou ajuda-los no que for necessário mesmo achando que estou muito novo para ser avô. — a sombra de um sorriso paira em seu rosto.
— Já que resolvemos aqui, iremos até o apartamento de Nicolas, ele tem que corrigir alguns trabalhos.
— Tudo bem. — meu pai responde e minha mãe se adianta ao depositar um beijo em minha testa dizendo baixinho "Seu pai tem razão sobre muitas coisas filha, porém amei a notícia e sei que serão ótimos pais."
— Até que não foi tão ruim. — Nicolas murmura e eu o abraço extremamente aliviada por ter dado tudo certo.
[...]
CECÍLIA
— Eu ainda estou em choque Ceci — meu marido desaba em nossa cama visivelmente preocupado.
— Nicolas realmente ama a nossa filha Otávio, eles vão se sair bem com isso, você verá! — deito ao seu lado e viro-me para fita-lo.
— Ela cresceu muito rápido não foi? — indaga pensativo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Conjugando o verbo Amar - [RETA FINAL]
ChickLitAna Clara Portella freitas é um garota meiga, conservadora e tímida. Agora se encontra em uma nova fase de sua vida, a universidade, trazendo a tona todas as suas inseguranças e medos. Ana sofreu a vida inteira com o bullying e agora precisa passar...