DISPONÍVEL APENAS 8 CAPÍTULOS PARA DEGUSTAÇÃO.
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— Não falei com ele hoje, Sabrina. Nem desejei parabéns. O que eu poderia dizer? Que Deus te dê juízo? Caráter? No mínimo, senso? É, pensando bem eu poderia ter dito essas coisas, ele bem merecia ouvir. Foi a primeira vez que não passamos um aniversário juntos desde que a mamãe se foi. Parece que quebramos um laço.
Sabrina esconde o rosto no meu travesseiro e vejo apenas seu cabelo alaranjado espalhado por baixo da enorme almofada.
— Ayla, seu irmão não merece que você desperdice seu vocabulário com ele. Agora vamos falar do que interessa, seu horóscopo hoje dizia que em breve você terá novidades nos assuntos do coração, então me conta como foi o papo com o Tim delícia quando ele saiu da loja.
Faço uma careta chorosa, preferia continuar falando do imbecil do meu irmão.
— Como você acha? Ele pensa que sou um pequeno diabo, afinal de contas.
Ela ri e senta-se na cama, em seus olhos um brilho de esperança que há dias não consigo acender nos meus.
— Ele te deu o telefone dele? Ou disse como vocês podem se ver de novo? — pergunta empolgada quando conto meu mico de reclamar com a vida em voz alta.
— Nadinha. Só riu de mim, como sempre.
Não gosto de sua expressão derrotada. Ela é minha amiga feliz e esperançosa, esse vinco na testa e esse desânimo repentinos não combinam com ela. E ela só os usa quando pensa que algo não tem mesmo solução.
— Mas ele poderia ter dito que nunca mais vamos nos ver, certo? Ou ter me rechaçado de uma vez, dizendo que não sentiria falta da minha cara. Ele disse que sentiria falta dos meus bolos, isso não é um bom sinal?
— Era, três anos atrás quando vocês se tornaram amigos. Mas depois de três anos se vendo toda semana sem que nada acontecesse, pensei que saber que não a veria mais o faria tomar alguma atitude. Não sei, pelo menos pedir seu telefone. Mas se nem isso ele fez, Ayla...
— Sabe, amigas servem para animar as outras, não para terminar de acabar com elas — reclamo cortando o que sei que vai dizer.
— Amigas servem para dizer a verdade. Isso não é uma história de amor, amiga.
— É sim. Só que unilateral, o que não é um grande problema, eu o amo por nós dois.
— Não existe amor unilateral. Você está vivendo errado. Está amando errado. Ayla você é tão linda! Quantos clientes iam à confeitaria apenas para flertar com você? Você pode conhecer alguém, quem sabe em um emprego novo e esquecer esse amor que nunca...
Finjo ter levado um tiro no peito e caio para trás, ela imediatamente cala a boca.
— Não diga isso. Não termine essa frase, você vai me matar. Justo você, minha única e maior expectadora de vida, vai me fazer desistir do amor?
— Sim, mas só porque quero que viva o amor. De verdade. Não é o Tim, sua alma gêmea ainda está por aí, provavelmente perdida se for um pouco parecido com você, mas você ainda vai encontrá-la.
As lágrimas descem por meu rosto e mudo os rumos dos meus pensamentos porque não quero ter de aceitar que minha amiga está certa. Não sobre minha alma gêmea perdida pelo mundo, mas sobre meu amor unilateral ilusório.
— Não quero mais ter amigas — decreto deixando-a sozinha no meu quarto.
— Posso pegar isso? — Liah pede mostrando um pacote de biscoito caro no supermercado caro. Era o único aberto aos domingos, não tive outra escolha.
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DEGUSTAÇÃO - Uma mentirinha de nada
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