8 - parte 03

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DISPONÍVEL APENAS 8 CAPÍTULOS PARA DEGUSTAÇÃO.

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A única vez em que comprei roupa em um shopping, foi quando a Sabrina me convenceu a comprar um vestido mais ousado para a festa do dia dos namorados na confeitaria. Paguei o bendito vestido em dez prestações suadas e o Tim sequer apareceu na festa. De forma que quando entro nas lojas, não sei o que fazer. Que roupa uma assistente do CEO usa? Penso na Louisa, mas a verdade é que acho o estilo dela muito ousado. Saias curtas demais, decotes grandes demais, será que isso é uma regra?

Enquanto espero que Sabrina apareça para me ajudar, vou escolhendo algumas coisas que me agradam, deixo para experimentar quando ela chegar para me dar sua opinião.

Logo, ela aparece com um brilho nos olhos como se tivesse ganhado na loteria.

— O que aconteceu? — pergunto animada.

— Eu quero trabalhar nessa empresa! Quero trabalhar num lugar onde o chefe me dá a manhã de folga e um cartão de crédito dourado pra eu renovar meu guarda-roupa. Isso parece um sonho!

— Só que toda essa bondade veio junto com vários insultos sobre as roupas que já tenho — acuso.

Ela me olha da cabeça aos pés com uma careta.

— E o que você esperava saindo na rua vestida desse jeito?

— Você sabe que não tenho opção — defendo-me.

— Bem, ele está dando isso a você. Deixe-me ver o que tem aí.

Ela pega as peças da minha mão e joga todas no chão.

— Garota! Você vai ser a assistente de um renomado arquiteto, não de uma professora do jardim de infância! O que são essas coisas coloridas?

— São bonitinhas — choramingo.

— São infantis. Quantos anos você tem, doze? Vamos procurar roupas de mulher.

Ela me pega pela mão e rapidamente aparecem na minha mão cinco saias curtas demais para o trabalho. Estendo uma diante de seus olhos, incrédula.

— Isso aqui vai mostrar cada centímetro da minha bunda. Nem deve ter como usar calcinha com essa coisa.

— Ayla, pensa mais longe. Você quer que o Tim a veja com vestidos da vovó e calças de moletom todos os dias? Vista-se para impressioná-lo!

— Assim é como todas as outras se vestem lá, se eu não for diferente delas, ele não terá porque me notar.

Ela bufa irritada, mas consigo tapeá-la e ela muda o foco das roupas. Por fim, perco a paciência, e escolho cores neutras, mas peças decentes, para experimentar. A careta de Sabrina só não é pior do que as caretas das atendentes a cada roupa que coloco.

— Ela precisa deixar a influência de moda da avó dela — Sabrina comenta desanimada com uma vendedora e quero muito matá-la.

Chega um momento em que saio do provador e vejo Sabrina com meu telefone na mão. Ela está falando com alguém e aproximo-me na surdina para ouvir o que está dizendo.

— Um verdadeiro desastre! Ela não tem qualquer senso de moda! Está passando de uma vovó de feira para uma vovó de shopping. Eu sei! Estou tentando ajudar, mas ela não me ouve! Sério? Ótimo! Venha o quanto antes. Foi um prazer falar com você, Eros.

Imediatamente acerto um tapa na cabeça dela que a deixa zonza e tiro meu celular de sua mão, mas ele já desligou.

— Você mandou o meu chefe vir aqui me ajudar a escolher roupas? O que tem na cabeça?

DEGUSTAÇÃO - Uma mentirinha de nadaOnde histórias criam vida. Descubra agora