Capítulo 06

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Oláaaaas, amores da minha life!

Como estão??? Estou muito feliz com o tanto de comentários nos capítulos, vocês são divinas!

Estou aqui emocionada que acabei de escrever uma cena desses dois aí debaixinho da coberta, onde ri e chorei. #preocupem-se #ounão rsrsrsr

Um beijão e uma linda semana pra vocês!

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Analisando a situação em que me encontro, espero que a qualquer momento meu coração vá pular uma batida, os pelos do meu braço se eriçarão e aquele pressentimento de que algo vai dar errado me tome, mas curiosamente isso não acontece. Também, seria difícil que a situação piorasse. Minha mentira foi tão ridícula que temo que me levar em casa seja uma desculpa para pegar meu irmão, e que ele realmente viu as imagens da câmera de segurança escondida em seu quarto. Se bem que, eu quase derreti nos braços dele por causa de um beijo. Mais patética impossível! Pelo menos deve ter servido para ele acreditar que estou mesmo apaixonada.

Em pensar que tudo isso poderia ter sido evitado se eu apenas não tivesse caído no sono na cama dele. Sinto tanta raiva da minha burrice que me pego rindo. E nosso silêncio velado é interrompido por sua voz curiosa.

— Do que você está rindo?

— Não acredito que dormi na sua cama. Isso é, quem invade a casa de alguém e aproveita para dormir? — confesso de repente arrependendo-me em seguida.

Creio que acabei de dar uma enorme pista de que menti sobre meus sentimentos e meu motivo para estar em seu quarto, então olho de soslaio e ele está rindo. Deve ter algo muito engraçado na minha cara, porque esses homens estão sempre rindo de mim!

Mas bem, também rio de mim mesma. Eu sou mesmo uma causa perdida. De repente estamos os dois rindo como dois malucos, em algum ponto minha risada passa de auto reprimenda a uma risada nervosa por tudo o que tem me acontecido, mas creio que ele não percebe isso.

— Então, você vai trabalhar com o buffet no final de semana? É seu emprego fixo?

Faço uma careta.

— O que você acha? Eu molhei e derrubei o dono da casa. E depois, ainda desmaiei em cima dele.

Seu sorriso some de repente e seu olhar parece preocupado.

— Você perdeu o emprego por minha causa?

Fico confusa por alguns segundos com sua pergunta, até me dar conta de que inventei que perdi o equilíbrio na escada porque me apaixonei por ele. Preciso então segurar uma risada, afinal de contas estamos falando de uma ótima oportunidade de emprego perdida, mas me sinto um pouquinho orgulhosa da minha capacidade de inventar algo tão ridículo de forma tão convincente.

— Acho que combinamos que a culpa pelo que sinto não é sua. Quer dizer, não inteiramente sua. Bem, não essa parte. Quando eu derrubei tudo em você, você ainda não havia sido legal comigo, então a culpa é toda minha.

Ele permanece em silêncio e sua expressão é tão séria que me incomoda. E como a tonta que sou que não consegue ver alguém chateado, disparo a falar:

— Não era um emprego fixo de toda forma. Era um bico que Tim conseguiu para mim. Eu estou desempregada e a culpa não é sua, eu juro!

— Tim? Meu irmão Tim? Vocês se conhecem?

— Sim, somos amigos há alguns anos — afirmo.

E mais uma vez, essa palavra que é pequena demais e grande demais ao mesmo tempo.

Ele para o carro em um sinal vermelho e me avalia com curiosidade, seu olhar preguiçoso avaliando-me com uma acusação velada.

— O que foi? Não posso ser amiga do seu irmão?

— Meu irmão não tem amigas bonitas como você.

Demoro um pouco para entender o que está querendo dizer, e quando entendo, quero socá-lo.

— Pois você não conhece seu irmão tão bem assim, sinto dizer! Somos apenas amigos, nada mais do que isso. Ao ponto de ele me indicar para trabalhar na sua casa! Você acha que ele indicaria as amantes dele para trabalharem pra você?

Ele está rindo, mas nega com a cabeça e minha raiva não quer passar.

— Vocês riquinhos são todos iguais! Cada dia com uma mulher, então quando conhecem alguém que já conhece alguém, logo deduzem que foram para a cama! Ridículo!

— Não sou assim — defende-se sem nenhuma vontade, ainda rindo.

— Ah não, me desculpe, eu esqueci! Você tem uma namorada que não considera como namorada de forma que não a trai se ficar com outra, não é?

Seu sorriso aumenta.

— Exatamente. Por exemplo, eu poderia ficar com você, e isso não seria traição.

— Comigo? — Sinto-me desconcertada. Se eu realmente fosse apaixonada por ele, esse amor morreria neste exato momento. — Você é um babaca!

— Em minha defesa, eu não ficaria com alguém que tem algum sentimento verdadeiro por mim — conclui sem o sorriso no rosto, e entendo que está falando sério dessa vez.

— Que azar o meu! — tento soar triste, mas acho que sai debochado, porque ele volta a sorrir e demora alguns segundos para tirar os olhos de mim.


Quando paramos em frente a minha casa, agradeço rapidamente e tento sair do carro, mas ele trava a porta.

— Dolores, este é o endereço da minha empresa, esteja lá amanhã às oito — diz me estendendo um cartão.

Os segundos que levam para que minha mão alcance o pequeno cartão em sua mão, são o suficiente para minha mente se encher de milhares de ideias de porque ele está me mandando até sua empresa na manhã seguinte. Ele vai me prender. Vai me esculachar para a imprensa e então me prender. Pior, vai me desmascarar na frente do Tim, agora que contei que somos amigos. Eu vou morrer.

— Para? — Começo a tremer e preciso me controlar para que ele não perceba.

— Trabalhar. Estou te oferecendo um emprego. Preciso de uma assistente e você pode ficar com o cargo. Te garanto que pago muito bem.

Eu realmente gostaria de evitar o sorriso que toma meu rosto, mas se tem algo que me deixa feliz nessa vida, é saber que arrumei um emprego. E claro, que não serei presa, nem humilhada.

— Sua assistente? — praticamente grito. E meu sorriso é tão grande que ele franze a testa, sem dúvida assustado com minha expressão. — Mas eu nunca trabalhei em uma empresa assim, não faço ideia do que fazer!

Por que será que estou gritando? Não consigo parar.

— Não é problema, eu posso te ensinar.

O sorriso não diminui, seu olhar negro pousa nele por tempo demais, e ele sorri também. Vejo quando destrava a porta do carro e desço com aquele sorriso pregado no rosto. Então me lembro de algo que o faz desaparecer. Volto a me sentar no carro e encaro sua expressão confusa.

— Meu nome não é Dolores — confesso envergonhada.

Ele me olha por um tempo incrédulo, mas logo ri alto, recostando a cabeça no banco parecendo aliviado.

— É claro que não é. Qual é o seu nome?

— Ayla. Ayla Marins.

Ele me estende a mão com um sorriso tão lindo no rosto, que volto a sorrir involuntariamente.

— Muito prazer, Ayla, sou Eros.

Toco sua mão rapidamente e desço do carro sem dizer obrigada. Mas bem, terei todo tempo do mundo para agradecer.

DEGUSTAÇÃO - Uma mentirinha de nadaOnde histórias criam vida. Descubra agora