Um beijo, uma consequência

4K 536 74
                                    

Jimin Pov 

Hoseok tinha me levado para minha classe que estava vazia, ele me empurrou com tanta força que tive que me apoiar em uma parede para não cair no chão. 

Hyung quando estava irritado me assustava muito, parecia que iria me matar a qualquer momento. Simplesmente fiquei encostado na parede de cabeça baixa, não gosto de olhar nos olhos de uma pessoa irritada. 

— Você é um filho da puta mesmo, como pode beijar o meu amigo na frente de todos? Já disse milhares de vezes para se afastar das pessoas que eu me relaciono. Odeio te ver por perto. 

— Foi ele que me beijou. — murmurei 

— E você retribuiu, você prometeu que iria se afastar dele. Jungkook não é do seu mundo, ele sabe o que é viver de verdade. Você só é um garoto que vive dentro de casa comendo sopa, isso não é viver. No seu lugar já tinha me matado, por que inventou de começar a falar com meu amigo? Estava tão bom te ver longe, até tinha me esquecido da sua existência. 

— Mas foi Jungkook que se aproximou de mim, começámos à nos falar todos os dias. Não posso deixar de falar com ele...

— Só ignore, você é um peso pra todo mundo. Já não basta você prejudicar toda família? Agora Jungkook também? Você é um idiota, com suas depressões vai acabar enlouquecendo o garoto, mas eu não vou deixar um louco como você ficar junto dele nem a pau. — cerrou os punhos — Ele só fala com você porque não te conhece bem, vou dar um jeito de convencê-lo a te deixar de lado. 

— H-hyung, você é muito mau — funguei — Eu não fiz nada, por que esse ódio? 

— Não me chame de Hyung, não quero que todos saibam o meu segredo. Aberração dos infernos, eu vou te bater. — segurou a gola da minha camisa me levantando facilmente isso me deixou desesperado. 

— P-por favor me solta, não me castigue assim. Eu não tenho culpa por ser quem sou, Hoseok Hyung não faz isso comigo, se mamãe ver que apanhei ela vai me bater mais ainda, eu te imploro — solucei — Por favor, não me bata, de novo não. 

— HYUNG É UM CARALHO, QUAL VAI SER O PRÓXIMO PASSO? DÁ O CÚ PRO MEU AMIGO? TODO MUNDO VIU AQUELA PORRA VIADINHO DE MERDA. — Gritou — Além de esquisito e problemático é um viado. Que maldição é essa? 

— Por que fala isso? Seus amigos também são gays, fala na frente deles que são uns viados de merda, você é um falso mesmo. — rebati — Me destrói com palavras sujas, invés de melhorar eu só pioro por sua culpa e culpa da nossa família. Quando eu estiver morto todo mundo vai se arrepender por tudo que fez, eu não tenho medo da morte. Então se quiser me bater vá em frente, não sei pra que fiquei implorando por misericórdia sabendo que não adiantaria de nada, a alma de todos que estão em volta são escuras, querem destruir pessoas boas e sensatas. Eu acho melhor a morte pra elas, assim ficam longe de pessoas nojentas que estão nesse mundo. 

— Cala a porra da boca, odeio quando começa a falar de morte. Você me dá muito medo às vezes sabia? — falou com os olhos marejados, me colocando de volta no chão — Por isso me afastei de você, não quero escutar essas merdas. 

— Ah, e eu que tenho que escutar o que todos falam? — ri sem humor — Se afastou porque quis, isso é resultado das palavras da minha mãe. Agora aguentem, não sei se ficarei muito tempo para escutar isso. 

— Não tem jeito mesmo — limpou as lágrimas — Só... Só se afaste dos meus amigos, ok?! Não quero que os outros carreguem seus problemas nas costas, e não fale comigo também. — saiu do sala suspirando, me sentei no chão começando a chorar, é ruim demais ser desprezado por todos, só queria ter amigos será que tudo é difícil pra mim? 

12:00

Quando cheguei em casa fui diretamente para meu quarto, preferir ficar sem almoçar, não queria comer aquela sopa cheia de verduras só de pensar da vontade de vomitar.

— Jimin, se não comer vai ficar doente — minha mãe entrou no quarto irritada — Não acredito que vai começar com aqueles dramas de novo, pela sua cara estava chorando. A porcaria do seu pai não venho te ver ainda, ele nem se importa com você. 

Meu pai morava um pouco longe daqui, ele trabalhava bastante. Só me via uma vez por mês por obrigação para me dá o dinheiro, sempre dizia: Eu te amo e nunca vou te abandonar. Isso era mentira, só queria me enganar me dando o dinheiro que fazia por obrigação. 

Porém não me importava se ele me amava ou não, eu não tinha sentimento algum por ele. Era como um estranho pra mim, ele não sabia o que se passava comigo.

Ano passado ele prometeu a minha mãe que iria ajudá-la caso ela precisasse. Foi depois que ela saiu com ele que as coisas mudaram. Por causa das brigas dela com minha avó que sempre falava coisas para expulsá-la de casa, mamãe procurou uma casa de aluguel para se mudar. Eu pensava que isso seria passageiro, que a mais velha fosse desistir dessa loucura, mas errei feio. 

Com as promessas do meu pai, acabamos nos mudando indo para uma casa horrível e desconfortável. Quando entrei pela primeira vez desceu lágrimas pelos meus olhos. Tive que disfarçar dizer que gostei daquele lugar, nem sabia por quanto tempo ficaria lá. 

No começo meu pai ficou indo lá na casa, até dormia e jantava lá. Só que isso era desconfortável pra mim, um "estranho" dentro de casa. As noites eu chorava por sentir medo, não sabia bem o que era. 

Ficamos pra lá e pra cá indo para essa casa e indo para de aluguel, mamãe não gostava de ficar sozinha por lá. 

Foi em um certo dia que eles brigaram feio, vi até minha mãe chorar. Era um verdadeiro inferno, foi daí que a loucura começou. 

A mesma ficou traumatizada por que sonhou com um homem de preto, e quando acordou o viu ao lado dela. Sua cabeça estava bem perturbada. Foi depois do relato dela que comecei a ter medo da casa, tinha medo de entrar no quarto.

Mamãe contou tudo para meu pai, dizendo que não tinha condições de morar na casa. Então eu logo achei que voltaria para o lugar onde sempre morei, e novamente estava errado. 

Rapidamente encontrou um nova casa e demos um maior trabalho para arrumar as coisas. Dizia que era o ambiente da outra casa que é ruim, não sabia ela que não era o ambiente. 

Nessa segunda casa foi pior ainda minha mãe começou a me bater e falar palavras mais pesadas do que já falava. Nesse período minha vontade de morrer começou a ficar com mais intensidade. 

Quase todos os dias eu ficava na cama chorando, pensei que tinha enlouquecido quando comecei a contar repentina vezes de um até dez com os dedos e tremia no chão me debatendo. Não sabia o que acontecia, meu corpo não respondia. 

Ficamos um ano nessa agonia até minha mãe cair na real que meu pai não iria ajudá-la como prometeu. Quando finalmente sair do inferno, fiquei "confortável". Sabe quando você passa por um sufoco e fica feliz por ter terminado? Foi isso que senti, não quero mais passar por isso. 

— Estou sem fome — suspirei 

— Então morra de fome — bateu a porta do quarto. Acho que brincar na ponta de um penhasco não seria tão ruim assim...

O Garoto Silencioso (Terminada)Onde histórias criam vida. Descubra agora