Capítulo 1° Lost Song

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A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro. - Albert Einstein


Era estranho olhar meu quarto vazio, tantas lembranças construídas alí, conversas trocadas na calada da noite, momentos, que me fizeram chorar. Noites em claro na qual passava horas e horas treinando. Minha pequena penteadeira no canto do quarto estava sem nenhum cosmético, meus livros que preenchiam as estante, em seu maioria estavam na caixa em meus braços, é claro que, com a mudança, não poderia deixar se levar meus queridinhos comigo. Na minha cama fora colocado um lençol branco os travesseiros que permaneciam ali agora estavam junto com minhas demais coisas no porta malas do carro, mamãe dissera que iria comprar novos, para quando fosse dormir em casa, acho que de todos, ela está mais preocupada com a minha mudança, não a culpo.

As memórias pareciam me preencher naquele momento, meu coração parecia quentinho, lembrava de cada momento naquele quarto, ainda lembro a primeira vez que entrei ali, o grande anseio que assolava o coração daquela garotinha. Enquanto a insegurança, parecia tomar conta dela, seu amigo a acalmou, segurando em suas mãos, caminhou com ela adentrando o quarto. Seu primeiro quarto, não teria que dividir com ninguém. A garotinha, sentou na cama olhando o casal que se abraçava, na porta e sorriu para eles.

Por um momento, fechei os olhos, garotinha agora, estava deixando seu quatro pela primeira vez.

- Você parece péssima! - Apoiado contra o batente da porta, Matheo, com os braços cruzados me olha com uma expressão neutra.

Senti meu peito suavizar assim que olhei o sorriso nos lábios dele, esbanjando tanta confiança, mesmo com seus cabelos castanhos bagunçados um pouco acima dos seus olhos, ele tinha a postura de um nobre. Seus olhos cinzas me avaliam como ninguém, havia ternura, o que fazia meu estômago dá voltas. Respirando com confiança disse.

- Acredito que hoje será um bom dia! - Falei motivada, ignorando seu comentário.

Logo em seguida passando por ele, desci as escadas saindo de casa e colocando a caixa no bagageiro.

- Você esqueceu seu violino, cabeça de vento. - Me acompanhando, ele torceu o nariz - Cadê a lista de itens, talvez tenha esquecido mais coisas.

- Como você lembra disso e eu não? - Revirando os olhos o fitei. Me impressiona a memória dele ser tão boa assim. E eu, sendo uma estudante de música esqueço o item mais importante.

Tiro um papel amarelo do bolço de trás da calça, cinco itens faltavam, incluindo Poopy a minha cachorrinha, Matheo tinha razão, as vezes odiava o fato dele estar certo, é sua memória ser tão boa.

- Brilhante você tem uma ótima percepção. - Forcei um sorriso.

Presumir que minhas bochechas agora estavam vermelhas, a causa disso era um casal que passava ali, ambos me olhando de forma estranha. Tentando disfarçar minha frustração fingir estar ajeitando as caixas no bagageiro. Mas então eles me dão um Bom dia, lembro de que meus pais saíram para jantar algumas vezes com o casal.

- Boa sorte na Faculdade, Cathilin! - o casal diz dando um breve aceno depois atravessam a rua.

Tentei evitar o fato ocorrido. Aquilo tudo só me deixava mais aflita a forma como eles me olhavam julgando como agia, não era doida. Um aperto parecia preencher meu coração naquele momento, tentei ignorar, colocando aquele sentimento no fundo de uma caixinha e voltei a atenção a meu amigo.

- Matheo, como será agora na faculdade, as pessoas já me achavam uma maluca no ensino médio. - murmurando desanimada, vir pelos olhos do meu amigo que a situação também o magoava.

Através dos teus Olhos - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora