Capítulo 5° Conexões

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Matheo


Caths estava insegura naquela manhã, mas apesar de tudo seu sorriso contagioso a iluminava. As manhãs de quarta viraram rotina, todos os dias as 9h da manhã, no mesmo sótão que nos conhecemos, me encontrava com a minha nova amiga.

Naquela manhã, Caths falava que conheceria uma família, e que poderia ser adotada, seu maior medo era que com isso não pudesse mais ser amigo dela. Ela me contou que a família acabara de perde a filha, enfatizando que a Madre Abigail disse que a mulher se encantou por ela quando a ouviu tocar no evento beneficente.

Tentei não explica a ela sobre a conexão, seria difícil para uma garota de 6 anos entende, eu com meus 8 anos, mal entendo direito meus poderes.

Nesses últimos meses aprendi algumas coisas com Caths, na qual me ensinara que os desenhos por mais bobos que fossem tinham uma lição de moral e que as estações do ano aconteciam em épocas diferentes do ano, a mesma dissera que a sua favorita era a primavera e que os invernos lhe trazem uma sensação de tristeza, apesar de achar certa formosura em como a natureza parece sem vida.

Me disse que as chuvas que aconteciam em alguns dias poderiam acontecer em qualquer época do ano ou até mesmo não acontece. Parecia fascinante, é bem diferente de onde morro.

Os pingos grossos da chuva batiam contra a pequena janela. Em Alverite manhãs assim, não eram tão frequentes, graças a tecnologia, o tempo ficou controlável.

Caths me ensinou também que violinos são como vozes de anjos cantando. As vezes Caths apenas tocava para mim, podia sentir algo diferente. Apesar de não entende o porque me conectei com uma garota humana. Na qual vive bilhões de anos luz do meu atual planeta. Me via tão fascinado pelo mundo dela e mais encantado como os olhos humanos como os dela poderiam ver beleza noa pequenos detalhes.

— É assim que se faz uma cama de gato. — Ela disse. Erguendo os braços mostrando um embaralhado de nós em sua mão.

— Crianças do seu planeta brincam disso? — Pergunto curioso.

Ela se calando e fazendo bico, desfaz o embaralhando de nos das mãos.

— Não todas. Só as esquisitas. — Ela diz um tanto ressentida. — Mas tenta você.

Seus grandes olhos castanhos, se iluminam, Caths me estende o barbante, um sorriso amigável estampa em seus lábios.

— Eu ensino você, Maths. — Caths se aproxima.

Tenho que admitir, quando estudei sobre humanos não imaginava que eles poderiam ser tão dóceis como Caths, em meus estudos recentes na escola aprendi que humanos podem ser bem perigosos. Sorrindo para minha amiga, e olhando para a janela, já não há mais chuva, as nuvens antes carregadas agora dão lugar a um céu azul ensolarado, seus raios ultrapassam pela janela agora iluminando a pequena garota e seus cachos ruivos.

— Tá bom, tá bom. Depois disso você toca para mim? — Sorrio encarando os olhos da mais nova, gostava de ouvir Caths tocar, sentia algo diferente em minha barriga. Não sabia o que era, mas tinha algo diferente de quando ela tocava.

— Tá bom Maths. Mas tem que prometer que você não vai sumir de novo tá.

— Eu prometo Caths. Sempre estarei aqui por você. — Sorrio olhando ela.

Caths então repete o processo da brincadeira agora me mostrando passo a passo como eu deveria fazer. Em seguida pede para que eu tente.

— Viu como é fácil? Você e incrível Maths...

Aquele sorriso... Não sabia que mas tarde iria me apaixonar por aquele lindo sorriso...

Respiro fundo encarando o teto cinza de minha cela, apertando os olhos com força algumas vezes, deixo que minha visão acostume com a escuridão. Porque estou chorando? A aparência fria e solitária de minha sela, me faz sentir tão pequeno e insignificante.

Através dos teus Olhos - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora