Capítulo 6

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— Espero que tenha se divertido — mamãe diz enquanto morde seu pão com manteiga.

— Foi bom me distrair um pouco — confesso dando de ombros.

— Você anda muito preocupada comigo ultimamente não é? — mamãe diz e para de comer seu pão e abaixa sua cabeça, é evidente que ela se sente culpada. Pego em sua mão que está pousada na mesa.

— Mãe é claro que não — respondo.

— Você não acha que eu percebo que sou um peso Annie?! Vejo seu pai se acabar de trabalhar, vejo você dedicando todo o seu tempo a mim vejo até seu irmão tentando me ajudar. Eu sou um peso para vocês — ela fala convicta.

— Mãe pela mor de deus, é claro que não pare de falar essas coisas! — peço.

— Você saiu da escola por minha causa — ela continua — daqui a pouco Alexandre terá que sair também apenas para trabalhar é tudo minha culpa — sua voz falha e ela puxa sua mão da minha para tampar seu rosto.

— Pare mãe isso não é verdade! — me levanto da mesa e me agacho ao seu lado quando percebo que ela começa a chorar — por favor — peço sentindo minha voz fraquejar e prendo minha respiração na tentativa de segurar o choro. A angústia me toma, odeio ver minha mãe chorando, meu coração aperta dentro do peito como se ele fosse capaz de diminuir.

— E-eu sinto muito filha — ela diz em meio ao choro — séria melhor se eu morresse logo em vez de ficar dando trabalho.

— Já chega mãe, não quero ouvir isso mais — digo alto o bastadinte para ela entender que estou dando um sermão nela. Sim eu estou brigando com minha mãe.

                 
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— Ela simplesmente disse isso Cass! Como se ela realmente fosse um peso — digo e solto um longo suspiro enquanto balanço os pés, a cadeira em que estamos sentadas é alta para mim mas não para Cassie já que ela bate seus pés contra a grama verde do jardim.

— Ela pode estar começando a estar com depressão sabe, estar no estado dela não ajuda muito — Cass supõe e me olha roendo sua unha. Ela sempre fica assim quando está preocupada.

— Se Andrew a ouvisse agora diria que você é louca e que isso não existe — respondo e vejo Henry andando pela casa brincando com o seu mais novo carrinho.

— Isso existe Ann e é preocupante, isso leva as pessoas a se matarem! Não consigo entender pessoas que acham que isso é bobeira, é uma vida que está em jogo.

— Ela não pode estar com isso Cass — digo e ouço a porta da frente abrir. Henry para de brincar e olha para trás e depois volta a brincar com o carrinho mas não antes de revirar os olhos. Pelo sons dos passos consigo saber de Andrew acabou de chegar do trabalho.

— Eu tenho que ir — Cass diz dando um pulo da sua cadeira saio da minha e recebo um abraço da minha amiga — converse com o médico sobre isso — ela sussurra durante o abraço.

— Okay — respondo e nos soltamos. Cass me da um tchauzinho com a mão antes de atravessar as portas de vidro do jardim e ir embora. Andrew se encosta na porta e me olha.

— É hoje a consulta da sua mãe? — ele pergunta e eu acinto com a cabeça — preciso ir?

— Não, são só exames rotineiros, Dr. Phill vai me falar se as coisas estão normais ou se...estão piorando — respondo.

— Tudo bem — ele responde e se desincosta da porta.

— Annie eu posso ir? — Henry pergunta me olhando com aqueles olhinhos brilhantes deles. Assim eu não resisto!

Era pra ser você Onde histórias criam vida. Descubra agora