Epílogo

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"Amor verdadeiro nem a morte faz esquecer."
- Desconhecido

09 de Março de 2019

59 anos depois

O despertador toca pela terceira vez com a música Firestone de Kygo fazendo a garota deitada na cama resmungar e abrir os olhos encarando o teto branco do seu quarto, quando ela se senta na cama com os cabelos completamente desarrumados ela pega o celular e percebe que já são 09:50 da manhã. Ela deu de ombros pensando que tinha acordado cedo demais para um sábado, até se lembrar que marcou de se encontrar com o corretor de imóveis 10:00 horas.

- Merda! - ela diz se levantando desesperado para ir ao banheiro, porém seu pé se enrosca no coberto e ela acaba caindo, batendo a testa no chão.

Ela começou seu dia com o pé esquerdo.

Anna trocou de roupa rapidamente e usou apenas enxaguante bucal sem escovar os dentes. Pelo menos não ficaria com mal hálito. Quando passou pela sala viu sua mãe lendo alguma coisa em cima do balcão da cozinha mas não daria tempo de falar com ela, não agora.

Quando dona Helena abriu a boca para chamar a filha a porta foi fechada com força bem na hora com Anna saindo desesperada pela rua.

- Bom dia - Helena sussurra, voltando a ler.

O caminho pra casa da vó não era muito longo mas daria uma boa caminhada, estaria lá, se continuasse correndo em quinze minutos. Anna quase foi atropelada por dois carros e esbarrou com três pessoas, que não teve tempo nem de pedir desculpas. Quando ela virou a esquina da casa que a vó passou sua vida de casada inteira, sentiu seu corpo gelar quando não avistou o corretor de imóveis na frente da mesma.

Continuou correndo até chegar na entrada do jardim de frente da casa, ela teve que se segurar em umas das cercas porque não tinha conseguido parar de correr. Anna sentia que seus pés estavam pegando fogo enquanto seu pulmão fingia que não existia. Ela olhou ofegante para a janela da casa, onde avistou o corretor de imóveis falando sozinho.

Ela sorriu, feliz por ele não ter ido embora por ela ter se atrasado. Correu até a porta da casa onde bateu duas vezes seguidas com um sorriso de orelha à orelha rezando para o homem entender que ela trabalhou até mais tarde e acabou perdendo o horário. Mas o homem que abriu a porta não era o mesmo que ela tinha visto na janela, ele, é alto com cabelos mais escuros que ela já tinha visto, dono dos olhos castanhos escuros tão profundo que Anna se perdeu naquele olhar, sentiu-se totalmente ligada à ele como em um dejá vu.

Eles, de alguma forma conheciam o olhar um do outro como se aqueles mesmos olhos tivessem se olhado da mesma maneira, na mesma sintonia em algum momento da vida.

Mas não seria possível, pensou Anna, ela não se lembra de tê-lo visto em nenhum lugar porque com certeza se lembraria de um rosto tão bonito quanto do homem à sua frente.

Sua conexão foi rompida com um coçar de garganta vindo de trás do homem alto que tampava sua visão de dentro da casa, com dificuldade, o homem conseguiu tirar seus olhos de Anna e puseram no corredor, que sorriu quando percebeu que ambos o olhavam.

- Então...? - ele pergunta, cruzando as mãos atrás das costas.

- Eu marquei um horário com você para ver a casa - Anna de pronúncia - acabei perdendo o horário...

- Você é aquela mulher que não parava de me ligar, não é? - ele pergunta fazendo Anna sentir suas bochechas esquentaram.

- Eu estava desesperada pensando que você não estava me atendendo porque apareceu outro comprador e...- ela se interrompe passando as mãos no cabelo - me desculpe.

Era pra ser você Onde histórias criam vida. Descubra agora